terça-feira, 28 de janeiro de 2020

ONDE ESTÁ A NOSSA DIFERENÇA?


Onde Está a Nossa Diferença?


Pr. Sérgio Pereira

Desde a minha infância tenho ouvido frases do tipo: “O crente tem que fazer a diferença! Tem que ser diferente”. Geralmente a conotação para esta afirmação sempre foi negativa. Me faz perceber uma abordagem de alienação, de distanciamento da vida social, da responsabilidade com o próximo, como que se o crente fosse indiferente ao mundo.
Este erro não é novo. Já no final do terceiro século e início do quarto século, o monasticismo, (do grego monachos, uma pessoa solitária) é a prática da abdicação dos objetivos comuns dos homens em prol da prática religiosa. Os praticantes do monasticismo são classificados como monges (no caso dos homens) e monjas (no caso das mulheres). Ambos podem ser referidos como monásticos e, por norma, vivem na chamada clausura monástica. O monasticismo, um movimento de afastamento e retirada, ensinava que só se pode viver plenamente a vida cristã quando se rejeita a mundanidade e despreza-se a civilização e a cultura, dedicando-se exclusivamente a contemplação.
Outra abordagem negativa para esta afirmação de que “o crente tem que fazer a diferença” consiste em dizer que a diferença está no elemento cultural. Dizem que a diferença do crente está num padrão de estilo e costume. Um padrão de comportamento que muitas das vezes ridiculariza a vida humana. Um padrão que assim como a abordagem monástica distancia o crente da vida humana e social, acrescentando aos crentes rótulos deselegantes.
E isto é tão verdadeiro, que após tantos anos de protestantismo no Brasil, rotulou-se o que é ser crente. Não pela essência, mas pela aparência. Rótulos não de valores, mas de estilos e costumes. Uma verdadeira alienação da realidade. Uma imagem errônea de cristianismo. E quantas pessoas não crentes, equivocamente pensam que ser crente é ser caricatura de um determinado rótulo fabricado no imaginário popular. Rótulos que não conferem com a verdade.
Isto não é fazer a diferença como Jesus ensinou. Então, onde está a nossa diferença?

A NOSSA DIFERENÇA ESTÁ EM NOSSO PODER DE PRESERVAR (Mt 5.13)
            É mister perceber que o sal tem o seu valor enquanto está em uso. Se ficar guardado no saleiro nunca cumprirá a sua finalidade. É justamente por isso que Jesus falou: “vós sois o sal da terra”. Da terra, do mundo, da humanidade.
            O ser humano longe de Deus está em estado de putrefação, está se decompondo por causa do pecado. Razão pela qual o mundo necessita de sabor e conservação. Nossa diferença consiste em preservar os valores morais, éticos e sociais. O sal preserva e dá sabor. O mundo necessita disso. Para isso somos discípulos de Cristo.
            A nossa atitude frente aos desafios da modernidade não é a de nos ilharmos em nossas casas, em nossa igreja ou em nossa vida. Jesus radicalmente nos chama para irmos ao mundo: “vós sois o sal da terra”.
            Só podemos fazer a diferença por causa de Jesus Cristo. Por causa da transformação e da lapidação que o Evangelho provoca na vida de quem o recebe, tendo o caráter modificado. Em Cristo somos o sal mais puro. O único sal capaz de fazer a diferença.
            Nosso poder de preservar é por meio dos valores imutáveis do Reino de Deus. Preservarmos quando temos o nosso caráter moldado pela Palavra de Deus, evidenciado pelo fruto do Espírito. Preservarmos quando os mandamentos recíprocos, o eu e tu, são atitudes que vivenciamos uns para com os outros e para com os de fora. Fazemos a diferença quando priorizamos em primeiro lugar o Reino de Deus, quando damos importância aquilo que é verdadeiramente valioso, quando somos bons mordomos de Cristo, cuidamos da vida humana em sua concretude – bioética, tratamos com seriedade a natureza.

A NOSSA DIFERENÇA CONSISTE EM PROVOCAR SEDE DE DEUS (Mt 5.13)
            Esta é outra verdade a respeito do sal. Além de conservar, preservar e dar sabor, o sal também provoca sede. Tal efeito aborda a dimensão missionaria da igreja de Deus. Só fazemos a diferença se estivermos convivendo, nos relacionando com as pessoas “do mundo”. O nosso chamado não é para ficarmos enclausurados em quatro paredes, alienados do mundo a nossa volta. Precisamos salgar. Precisamos nos infiltrar no meio da sociedade. Precisamos mostrar ao mundo o Cristo que servimos. Ele será evidenciado por nosso caráter, por nossas atitudes, por nosso amor. A diferenciação de nossas atitudes deverá provocar desejo nas pessoas de quererem conhecer o que temos. O sal provoca sede!
            Percebamos que a sede será provocada a medida em que os valores do Reino forem sendo vivenciados ao lado de pessoas que se encontram distantes de Deus. As pessoas precisam querer ser iguais a nós. Precisam desejar ter o Deus que temos e andar na luz que andamos.
            Isto requer de nós uma reflexão: minha vida tem causado sede de Deus na vida de outras pessoas? A minha tem despertado em outros o porquê da minha fé? A minha vida tem sido inspiração para aqueles que estão imersos na vida de pecado?

            Jesus falou que “...se o sal se tornar insipido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens” (Mt 5.13). Pode o sal perder a sua finalidade? Isso é um contrassenso, é um absurdo, não é isso que deve ser.
            Na época de Jesus o sal era tirado do mar Morto. Era sal misturado com outras matérias. Sendo assim, se este ficasse exposto ao tempo, poderia perder suas propriedades, tornando-se algo apenas parecido com sal. Assim era incapaz de salgar. Não conservava, não preservava, não proporcionava sabor, nem provocava sede. Seu uso não podia ser outro senão servir para pavimentar estradas e ser pisado por aqueles que o dominam. O império Romano usava o sal sem valor para manter as estradas abertas sem que a vegetação tomasse conta. O sal insípido era também jogado no terraço das casas para serem pisado com a terra, a fim de endurece-la.
            Interessante observar que o contato com substancias impuras pode tirar o valor do sal. G. J. Hobson, um químico inglês, observou que “o cloreto de sódio é um produto químico muito estável, resistente a quase todos os ataques; não obstante, pode ser contaminado por impurezas, tornando-se então, inútil e até mesmo perigoso”.
            O sal perde o seu sabor por um processo de adulteração, contaminação ou infiltração; o sal se torna insipido por causa das substancias estranhas que se agregam a ele. Assim acontece com muitos crentes ao flertarem com pecado. O pecado desvirtua os propósitos eternos de Deus. Cristãos que não fazem a diferença por não terem um compromisso real com Cristo. Negligenciam sua missão e se conformam a uma vida de religiosidade.
            Um cristão que não faz a diferença onde está será humilhado, pisado pelos homens. Será pedra de tropeço, motivo de escândalo ao evangelho.
            Caro leitor, não caia na tentação de pensar que a sua diferença se dará por meio de um legalismo religioso, por meio de uma alienação as coisas do mundo, por meio de um afastar-se das pessoas. Não pense que a diferença está no ato rígido de uma piedade fingida ou na proclamação agressiva do evangelho. Você fara a diferença a medida em que estiver inserido no meio do mundo, mas com comportamento e atitude dirigida pelos imutáveis valores do Reino de Deus. Você fara a diferença a medida em que influenciar com seu testemunho a decisão de outras pessoas para terem um encontro pessoal com Cristo.
            Que sejamos diferentes! Que sejamos discípulos de Cristo. Que sejamos sal da terra!

Pr. Sérgio Pereira é Pastor Presidente da Assembleia de Deus em Buritis (RO). Secretário de Comunicação da CEMADERON. Membro da Comissão de Relações Públicas da CGADB. Bacharel em Teologia (Instituto Inovatti), Graduado em Teologia (FACEL), Pós graduado em Capelania (ONIC) e especializado em teologia prática. Professor, conferencista e escritor.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

O QUE FAÇO NO TEMPLO?


Por Pr. Sérgio Pereira

Qual a razão de passarmos tantas horas semanais dentro do templo?
As respostas podem ser múltiplas.
Há inúmeras pessoas com motivações equivocadas quanto ao que fazem no templo. Outros estão com as motivações certas, mas do modo errado.
Alguns vão a igreja como o trabalhador de uma grande empresa vai a ela: bater o ponto! Outros sobem as escadarias do santuário como meros religiosos cheios de formalidades e cerimonialismo. Existem aqueles que são os famosos “crentes de congresso”: se há alguma atração gospel ou um calendário especial, lá estão eles, sempre confundindo o lugar de adoração com um parque de diversões. Há ainda os que se lembram do templo na época da adversidade: bastou acontecer algo de ruim, eles comparecem no primeiro banco da igreja para fazerem todas as correntes possíveis.
Há cristãos que já entenderam o real significado de ir à igreja: adorar o Senhor e contemplar a sua formosura (Sl 27.4). Mas, o que significa adoração? Adoração verdadeira começa com a Criação (Sl 50.1). A real finalidade da Criação é louvar a Deus (Sl 19.1). A verdadeira adoração sempre inclui e exprime a grandeza e a glória de Deus. Isso pode ser observado nas ocasiões em que Deus revelou-se aos homens de forma direta, em uma teofania (Ex 3.6; Is 6.5; I Rs 19.13; At 9.6, ARC). A adoração verdadeira sempre tem a Deus como objeto, o que condiciona Seus adoradores a um legítimo temor diante da Sua santidade e a um estilo de vida santificado.
Adoração verdadeira é uma questão do coração. Em meio a esse formalismo no culto ao Senhor, Ele conclama Seu povo a adora-lo em Espírito e em verdade (Jo 4.23,24)
Sob muitos aspectos, o templo tinha o mesmo significado para os israelitas que a cidade de Jerusalém: (1) Simbolizava a presença e a proteção do Senhor Deus entre o seu povo (Ex 25.8; 29.43-46). Quando ele foi dedicado, Deus desceu do céu e o encheu da sua glória (I Cr 7.1,2; cf. Ex 40.34-38), e prometeu que poria o seu Nome ali (I Cr 6.20, 33). Por isso, quando o povo de Deus queria orar ao Senhor, podia fazê-lo, voltado em direção ao templo (I Cr 6.24,26,29,32), e Deus o ouviria “desde o seu templo” (Sl 18.6). (2) O templo também representava a redenção de Deus para com o seu povo. Dois atos importantes tinham lugar ali: os sacrifícios diários pelo pecado, no altar de bronze (Nm 28.1-8; II Cr 4.1) e o Dia da Expiação quando, então, o sumo sacerdote entrava no lugar santíssimo a fim de aspergir sangue no propiciatório sobre a arca para expiar os pecados do povo (Lv 16; I Rs 6.19-28; 8.6-9; I Cr 28.11).
Todavia, o templo não oferecia nenhuma garantia absoluta da presença de Deus; simbolizava a presença de Deus somente enquanto o povo rejeitasse todos os demais deuses e obedecesse à santa lei de Deus. Miquéias, por exemplo, verberava contra os lideres do povo de Deus, por sua violência e materialismo, os quais ao mesmo tempo, sentiam-se seguros de que nenhum mal lhes sobreviria enquanto possuíssem o símbolo da presença de Deus entre eles: o templo (Mq 3.9-12). Posteriormente, Jeremias repreendeu os idólatras de Judá, porque se consolavam mediante a constante repetição das palavras: “Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este” (Jr 7.2-4, 8-12). Por causa de sua conduta ímpia, Deus destruiria o símbolo da sua presença — o templo (Jr 7.14,15).
Infelizmente alguns de nós a semelhança do que aconteceu no templo nos dias de Jesus, temos profanado o templo do Senhor. De que forma profanamos o templo de Deus?
·         Profanamos o templo do Senhor com nossas atitudes (Mt 21.12), quando fazemos do templo um lugar de ganharmos a vida, de lucro, de comercio. Por causa de seus interesses vinham ao templo não para terem comunhão, nem tampouco para oferecerem sacrifícios.
·         Profanamos o templo do Senhor quando não fazemos dele um lugar de adoração (Mt 21.13).
·         Profanamos o templo do Senhor quando ele deixa de ser um lugar atrativo para o mundo. O lugar no templo destinado aos gentios, para que estes pudessem adorar a Deus, estava completamente ocupado com outras coisas. Como os gentios poderiam orar e reverenciar a Deus se o próprio povo de Deus não fazia isso? Os gentios notavam a falsa religiosidade daquela gente (Mc 11.17 b).
·         Profanamos o templo do Senhor quando não temos zelo por ele (Jo 2.17). A indiferença que Cristo viu no coração daquela gente o deixou irado. O Senhor tem zelo pelo que lhe pertence
Portanto, o espaço físico onde a igreja se reúne precisa ser, antes de qualquer coisa, um lugar de encontro com o Divino, onde a graça perdoadora manifesta-se abundante e provedora sobre o humano falho que ali que se apresenta reverentemente em adoração.
Estar na casa de Deus, orar e ouvir a Sua palavra produz o verdadeiro refrigério às nossas almas; pois muitas vezes vamos à casa de Deus, com o coração triste, amargurado diante de tantos problemas e lutas; e se buscarmos de todo o coração esse refrigério, o encontraremos. E você já sabe o que faz no templo?

Artigo originalmente publicado no Jornal Mensageiro da Paz Edição nº 1572 de Maio de 2016.


Sérgio Pereira é Pastor Presidente da Assembleia de Deus em Candeias do Jamari (RO). Secretário de Comunicação da CEMADERON e Membro da Comissão de Relações Publicas da CGADB. Bacharel em Teologia (Instituto Inovatti), Graduado em Teologia (FACEL) e especializado em teologia prática. Professor, conferencista e escritor.

sábado, 7 de maio de 2016

NOVO DESAFIO PASTORAL: PRESIDIR A IGREJA EM CANDEIAS DO JAMARI (RO)

No último dia 21 de abril, fomos empossados como Pastor Presidente da Assembleia de Deus em Candeias do Jamari (RO), cidade a 20 km da capital do estado, a saber Porto Velho.
O ato de posse foi conduzido pelo presidente da CEMADERON, Pr. Nelson Luchtenberg, meu mentor espiritual e líder convencional, que entusiasmado nos abençoou para este desafio.
A igreja estava repleta e o povo nos recebeu com carinho e consideração.
O fato também foi noticiado no blog do amigo Pr. Carlos Roberto da Silva, presidente da COMADESP, conforme o link a seguir: http://www.pointrhema.com.br/2016/04/pr-sergio-pereira-assume-como-pastor.html 
A Deus seja a glória pela honra de poder pastorear seu rebanho.
Esteja conosco na intercessão.










segunda-feira, 28 de março de 2016

ARTIGO NA REVISTA OBREIRO APROVADO Nº 73 - 2º TRIMESTRE 2016

Mais uma vez sou agraciado por Deus pela oportunidade de ter um artigo escrito publicado na conceituada Revista Obreiro Aprovado, edição nº 73. Esta revista é publicada trimestralmente pela CPAD tendo como público alvo a liderança assembleiana pentecostal.
Nesta edição escrevo sob o tema "O obreiro e seus medos", matéria que você acompanha a partir da página 44 da revista.
No artigo, trabalho sobre quais são os principais medos que rondam a vida de um obreiro e como tratá-los.
Adquira sua edição pelo site da CPAD ou na livraria mais perto de você e confira esse excelente artigo.

Minha gratidão ao Pr. Silas Daniel (Editor chefe) e ao amigo Edilberto Silva (Editor) pela oportunidade dada.

terça-feira, 15 de março de 2016

Que Igreja Queremos Ser!

Que Igreja Queremos Ser


Pr. Sérgio Pereira

Certa feita, os urubus tomaram o poder na floresta e impuseram seu estilo de vida a todos os animais. Sua culinária, sua moda, sua estética e mesmo suas preferências musicais tornaram-se o padrão e a referência para todos. Os pintassilgos, muito cordatos, esforçavam-se sobremaneira para corresponder às exigências dos urubus. Entretanto, os pobres pintassilgos não conseguiam se acostumar com o cardápio de carniça que deveria substituir sua dieta de frutas, tão pouco conseguiam andar como os urubus, reproduzir-lhe os requebros e os grunhidos que os urubus chamavam de música. Observando os desajeitados pintassilgos, os urubus concluíram sumariamente: “Não adianta. Um pintassilgo sempre será um urubu de segunda categoria”.
A estória acima foi escrita por Rubem Alves e demonstra como todos nós procuramos modelos para pautar nosso estilo de vida. E há estilos de toda espécie. Uns mais para urubus, outros mais para pintassilgos. Alguns desses modelos nos fascinam e seduzem. Todavia, a Igreja tem nas Escrituras e no exemplo dos cristãos primitivos o referencial para sua fé e prática. Certo slogan diz assim: se podemos sonhar algo, então podemos realizá-lo! Se isso for verdade, só poderemos construir a igreja ideal se, primeiro, pudermos imaginá-la.
Esta é nossa pretensão: a partir do texto de Atos 17.1-15, idealizar a igreja da qual teríamos orgulho. No texto o autor deixa transparecer um juízo de valor que apresenta a Igreja em Beréia como sendo mais nobre que a de Tessalônica. Numa leitura atenta, podemos ver como a comunidade de Tessalônica se mostrou invejosa, intolerante, violenta, incapaz de fazer autocrítica, hipócrita, incoerente, manipuladora, corrupta entre outras “qualidades”. Tessalônica era a comunidade da qual teríamos vergonha. Mas, a poucos quilômetros dali, outra igreja entrou para a história, pela pena de Lucas, recebendo os elogios que toda igreja gostaria de receber para si. Vejamos, então, quais as características que fizeram de Beréia uma igreja mais nobre.

A Igreja que queremos ser precisa ser uma comunidade aberta (At 17.11b).
Como comunidade aberta entendo uma igreja aberta para o diálogo, que converse com as pessoas, que saiba interagir com os diferentes, sem os menosprezar ou julga-los. Como uma comunidade aberta a igreja é avida pela Palavra de Deus e como resultado será acolhedora do novo, sem desprezar as tradições.

A Igreja que queremos ser precisa ser uma comunidade madura (At 17.11c)
Uma comunidade madura é crítica. Os bereianos estavam abertos para as novidades, mas sem ingenuidade. Queriam conferir nas Escrituras para ver se as coisas são de fato assim. Karl Sagan disse: “Devemos ter a mente aberta, mas não tão aberta a ponto de o cérebro cair para fora”. A comunidade de Beréia não vai atrás de qualquer novidade, não se ilude com a moda religiosa, não se embriaga com as novidades das paradas de sucesso, nem se deixa enganar por eloquentes animadores de auditório. Diante da novidade propõem: “Vamos ver se as coisas são de fato assim, vamos conferir nas Escrituras Sagradas”. Acredito que os bereianos sabiam que, se Jesus fosse o Messias esperado, as Escrituras seriam claras em relação a isso. Questionar ensinamentos que parecem não ter base bíblica, por mais acostumados que estejamos com eles. Imagine quantas tradições judaicas os bereianos poderiam seguir, mas isto não os impediu de questioná-las.
Uma Igreja madura é atualizada. Preocupa-se com a sua “reciclagem”. A expressão “dia-a-dia” mostra como eles liam e reliam as Escrituras aplicando-as ao seu contexto e à sua vida

A Igreja que queremos ser precisa ser uma comunidade evangelizadora (At 17.12-15).
Uma Igreja evangelizadora é ortoprática. Beréia era uma igreja ortodoxa: conhecia sua tradição. Mas era também ortoprática: vivia de acordo com o que cria. Havia uma coerência e uma consequência entre fé e prática (At 17.12,14,15).
Uma Igreja evangelizadora é organizada (At 17.15). Eles eram habilidosos e eficientes na ação evangelizadora.
Uma Igreja evangelizadora é solidária (At 17.13-15). Diante da perseguição promovida pelos intolerantes tessalonicenses, os bereianos não se eximiram de suas responsabilidades. Arregaçaram as mangas e protegeram, financiaram e ampararam a Paulo, Silas e Timóteo.

Precisamos reunir as características acima mencionadas e seremos uma igreja nobre como a de Beréia. Afinal, que tipo de Igreja queremos ser? Qual a nossa mais legítima identidade? Quando simplesmente copiamos estranhos modelos, perdemos nossa identidade e passamos a ter vergonha do nosso nome, mas se revitalizarmos nossa tradição à luz da Palavra de Deus, teremos orgulho de sermos o que somos e, talvez, descubramos, afinal de contas, que não é tão ruim, assim, ser pintassilgo. O caráter nobre dos bereianos produziu preciosos frutos. Por manterem este zelo e amor pelas Escrituras, muitos foram salvos (At 17.12). Hoje, os bereianos, são exemplos tanto para a Igreja atual.

Queremos ser uma igreja acolhedora e missionária, que promove a restauração das pessoas e desenvolve oportunidades para a vida em comunhão e serviço cristão, com atuação relevante e inovadora em sua comunidade e no mundo. Queremos ser uma igreja onde cada pessoa mantenha uma atitude de absoluta lealdade a Cristo, vivendo em Sua PRESENÇA, experimentando Seu PODER e cumprindo Seu PROPÓSITO. Queremos ser uma igreja onde cada pessoa cultive uma atitude de transparência, simplicidade, perdão e aceitação no trato umas com as outras. Queremos ser uma igreja evangelizadora que prega o Deus que Deseja salvar a todos e assim não faz acepção de pessoas. Queremos ser uma igreja que valoriza pessoas acima das coisas, uma comunidade que não apenas cumprimenta como irmãos, mas que vive como irmãos. Queremos ser uma igreja que crê no sobrenatural divino, mas que não esquece que Deus nos usa nas coisas simples e naturais do dia a dia. Queremos ser uma igreja que ama como Cristo amou, mesmo que isso nos custe tempo, dedicação, esforço, perdas ou até a própria vida. Queremos ser uma igreja dependente de Deus e responsável pelo nosso próximo. Queremos ser uma igreja fluente em nossa sociedade sem comprometer a verdade do evangelho com políticas, mentiras, esquemas, disputas, partidarismo ou ódio. Queremos ser uma igreja que faça o melhor para Deus sem legalismos ou cargas sobre os ombros das pessoas.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

[POINT RHEMA]®: Encontro de blogueiros: Pr. Carlos Roberto

[POINT RHEMA]®: Encontro de blogueiros: Pr. Carlos Roberto: Durante a realização do I Fórum do Ministério da Família da CGADB , realizado em Imperatriz-Ma, tivemos a felicidade de nos encontra...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Mensagem: O Poder do Espírito Santo na Vida da Igreja

No dia 12 de Janeiro de 2016 ministrei no culto de edificação cristã da Assembleia de Deus em Cacoal (RO). Na oportunidade discorri sob o tema "O poder do Espírito Santo na vida da Igreja" baseando-me em Atos 1.4-8,14; 2.11-41.
Nesta noite aprouve o Senhor batizar oito irmãos com o Espírito Santo. Assista esta importante reflexão.