sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Brasil do Reality Show: O BBB é aqui!

Por Inácio José do Vale

“O Brasil é, muitas vezes, refém de explicações apocalípticas ou utópicas”.
[Sylvio Back, cineasta]

O Brasil é o caldeirão de tudo. Tudo se cruza na terra do pau-brasil. Babel é aqui. Babel do carnaval, do futebol, das religiões, da política caracul, de todas as raças e gostos. Portugueses e indígenas foram os primeiros protagonistas do reality show.
O reality show é a principal cultura do entretenimento do brasileirismo e brasílico. Tudo que planta por aqui nasce um reality show.
O Brasil é lindo por natureza, lúdico por se ludibriar, alegre por seu lúbrico e bizarro no humor mortal. Os protagonistas desse show são obcecados pelo blasonar e pela loucura da bravata.
No reality show “No Limite”: “Uma prova em que os participantes comeram de modo repugnante olhos de cabra”.
Das festas juninas que misturaram o sagrado com o profano: do carnaval para inglês ver; do futebol com a torcida do mesmo time brigando; da política corrupta; da sociedade do crack; da economia pirata, tudo por 1,99 e da mulher do glúteo que no “fundo” a propaganda é enganosa, tudo isso faz parte do reality show brasileiro.
Já dizia o escritor e jornalista Euclides da Cunha, autor de ‘Os Sertões’: “Temos uma sociedade pulha, covarde e sanguinária”. Isso se confirma em um Brasil que a população carcerária é de 446 mil pessoas e 48 mil homicídios por ano, uma das taxas mais altas do mundo.
O Brasil é excêntrico
Escreve o colunista J.R.Guzzo: “Sarney se queixa até hoje das 1200 greves, a maioria comandada pelo PT, que teve ao longo de seu governo, e já descreveu Collor como “um homem profundamente transtornado”. A vida passa, o mundo gira, e eis aí os três [Lula, Sarney e Collor], hoje, como os melhores amigos do mundo, como é que pode? Para o brasileiro comum, que tem pouca paciência, interesse ou respeito por política e políticos, a resposta e curta: é tudo safadeza”.
Disse o Lula para Dona Marisa, na visita que o casal fez, em 2006, ao Palácio de Buckingham: “E eu aqui, fazendo cocô no palácio da rainha da Inglaterra”.
O cenário da política brasileira é um reality show do cara sem vergonha. Têm muitos políticos que não tem vergonha do linchamento moral da população. Para essa gente não existe ética, respeito pela dignidade da pessoa humana e nem hombridade pelos seus familiares. Muitos desses políticos são crentes, religiosos e defensores de cultos, templos e seitas.
O nosso Brasil é conhecidíssimo pela espetacularização de Lula, pelo esoterismo de Paulo Coelho, pelo neo-espiritualismo de Zibia Gasparetto, pela teologia da prosperidade de Edir Macedo, pelas 56 mil seitas e religiões.
Reality Show das seitas
Vivemos a era do auto-sensacionalismo do reality show das seitas. Os líderes sectários promovem o culto à personalidade e usa da autopromoção dos demônios para seu glamour e status financeiro.
No Brasil tem demônio para tudo. A Indústria desses espíritos é muito lucrativa. Até já rendeu uma grande rede de televisão e uma financeira.
A simbiose desse comércio com o híbrido da mente capitalista resulta numa religião mafiosa e receptora de todo esquema anticristão. Os líderes sectários constroem templos pomposos e fingem para enganar o povo que se trata de igrejas cristãs, mas observando bem o reality show de seus cultos compreendemos que se trata de uma fraude celebrativa religiosa, que na verdade não passa de um triste teatro para arrancar dinheiro das pessoas sofredoras e frágeis emocionais pelos problemas que estão passando em suas vidas.
Babilônia também é aqui: “A Pátria amada e idolatrada” é um grande terreiro de ídolos, orixás, deuses e demônios na terra e na praia de sol de 40 graus. Aqui é a terra de Deus, mas, também é o chão de Marduque e Baal. Jesus é o caminho e muitos líderes religiosos estão cobrando caro demais o pedágio.
As alianças políticas e partidária se espelham no sincretismo religioso. A promiscuidade sexual segue o modelo das hieródulas. O sacrifício humano ao deus Moloque continua como sempre.
Política suja, religiões, seitas, crenças alienantes e interesseiras por bens materiais, sociedade hipócrita com o seu falso moralismo e a cultura de morte fazem parte do verdadeiro reality show brasileiro.
“A terra da Santa Cruz” é a terra do “Cristo Redentor” e a terra dos que desconhecem verdadeiramente o preço que custou a redenção da Cruz.
Desde o início, passaram por aqui e fizeram escola e lucram em nome da Cruz do Redentor até hoje, e, até durar esse país os monges loucos, pitonisas, fanáticos, fundamentalistas, sectários, messias, curandeiros, salvacionistas, místicos, santarrões, babalorixás, beatos, prestidigitadores, mitômanos, videntes, sebastianistas, conselheiros, virgens-santas, mártires, profetas, apóstolos, pastores, ‘bispos’, gurus, bruxos, magos, missionários, feiticeiros e evangelistas.
Conclusão
Não há dúvida que existe no mundo e no Brasil tupiniquim uma indústria poderosa para fabricarem boçais. A bênção e a maldição; a alta tecnologia e a extrema miséria andam de mãos dadas no Brasil. O esquema é eliminar o bom senso, a razão crítica para que tudo seja levado na palhaçada e na impunidade.
A ideologia maquiavélica é negar o verdadeiro conhecimento e passar muitas informações, banais, desnecessárias e prejudiciais. Levar o ser humano ao vazio, ao ridículo, ao nada. Condicionar a uma mente improdutiva, demente e cretina. Não ter posse do verdadeiro conhecimento é viver, cego escravo, infeliz e cavando a própria sepultura.
Não faça parte do reality show “do coitado”, “do enfezado”, “do inferninho”, “do danado” e “do estropiado”.

Retirado de http://www.pulpitocristao.com/