segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Uma Espiritualidade Equilibrada

Por Pastor Sérgio Pereira

Certamente todos os cristãos devem concordar que vida cristã é vida no Espírito. É impossível conceber a vida cristã sem a transformação causada pelo Consolador, sem sua orientação e sem seu auxílio. E que esta vida cristã é chamada de espiritualidade. Todo ser humano é portador de espiritualidade.
Espiritualidade não é algo elevado demais, místico e emocional. Não diz respeito à vida apenas à vida contemplativa, à adoração e a comunhão com Deus e com os irmãos. Ela sai do terreno da teoria, dos achismos, do emocionalismo fútil e barato para entrar no campo da prática, que é a prova cabal e verdadeira de que ela realmente existe e é legítima.
A Bíblia Sagrada fornece todos os dados dessa espiritualidade prática. Paulo em Filipenses 2.5 nos exorta com as seguintes palavras: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Somos exortados a servir, a seguir o Mestre nas suas ações, direções e lições. É dessa experiência radical e transformadora que brota nossa espiritualidade. É o Espírito de Deus que se derrama como unção de óleo e em nós imprime seu estilo de vida e sua missão.
Nosso modelo de espiritualidade é o Cristo homem em sua perfeita união com o Pai e inteiramente entregue ao trabalho de divulgação do Reino de Deus. Jesus nos remete à sua maneira de viver com o Pai como princípio e modelo de nossa vida e ação.
Nossa vida espiritual tem de transbordar de amor sem limites. Nossa tarefa é sermos sinais do carinho de Deus por sua criação, que geme e chora aguardando o momento da sua libertação. Na autêntica vida cristã carregada de espiritualidade, não há concorrência de dois amores. Se nos entregamos verdadeiramente a Deus, Ele, em sua bondade, nos devolve a nós mesmos e às outras pessoas.
A espiritualidade engloba prática pois na busca dela você deve ir em busca do Eterno, entendendo que a vida depende dessa busca por Deus (Am 5.4). A espiritualidade prática e autêntica consiste na prática do bem (Rm 12.9-21). Espiritualidade Cristã é uma escolha que fazemos para “conhecer e crescer” no nosso relacionamento diário com o senhor Jesus Cristo ao submeter-nos ao ministério do Espírito Santo em nossas vidas. Isso significa que, como Cristãos, fazemos a escolha de manter uma comunicação com o Espírito que é aberta e limpa através de confissão (1 Jo 1.9).
Espiritualidade é também caminho de encontro com o Espírito, que é origem de toda a vida, afirma também Leonardo Boff, explicitando que o espírito que é a dimensão profunda do humano, busca o Espírito que é fonte originária de onde brota e para onde se dirige toda a vida. “Espírito é a capacidade de identificar o fio condutor que por tudo penetra e tudo interconecta, chamando-se de mil nomes, como Energia suprema, Espírito infinito, Fonte originária de todo ser ou simplesmente Deus”. [1]
À luz do texto de Atos 2.42-47, que relata o equilíbrio da Igreja Primitiva podemos extrair princípios fundamentais para a prática autêntica de vida cristã e espiritualidade. Vejamos:
1. SABER X REALIZAR: UMA ESPIRITUALIDADE QUE PERSEVERE NA SÃ DOUTRINA E MANIFESTE GRANDE PODER - “E perseveravam na doutrina dos apóstolos... e muitos sinais e prodígios eram feitos”. Através de uma vida crista alicerçada na sabedoria da Palavra de Deus poderemos realizar muitos feitos que produzirão efeitos extraordinários para o Reino de Deus. Através de uma autêntica busca do divino na leitura devocional e aplicativa da Bíblia Sagrada, muitos sinais e maravilhas poderão ser evidenciados em nosso meio.
2. TEMPLO X CASA: UMA ESPIRITUALIDADE QUE VALORIZE O CULTO COMUNITARIO E QUE DESENVOLVA GRANDE COMUNHAO DE CASA EM CASA - “Perseveravam unânimes no templo e partiam o pão de casa em casa”. O culto deve ser o êxtase da espiritualidade, o ponto máximo da adoração e do louvor, o ápice do encontro do humano com o divino, do pecador com o sagrado. Mas, note que o culto deve ser comunitário, ou seja, se o ambiente do culto não for cultivado a luz de relacionamentos saudáveis, isto não é espiritualidade. No desenvolver de relacionamentos saudáveis haverá também notável comunhão diária, observada nas expressões “de casa em casa”.
3. ORAÇÃO X CRESCIMENTO: UMA ESPIRITUALIDADE QUE REVELE TOTAL DEPENDENCIA E POR ISSO ALCANCE GRANDES RESULTADOS - “Perseveravam... nas orações... enquanto isso acrescentava-lhes o Senhor dia-a-dia, os que iam sendo salvos”. Como precisamos retornar à dependência verdadeira do Senhor. Ele mesmo já dissera: “sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5). É exatamente a busca do Reino de Deus em primeiro lugar, as demais coisas são acrescentadas (Mt 6.33). Ao dependermos de Deus alcançaremos resultados extraordinários. Jeremias vaticinou: “Clama a mim e responder-te-ei cousas grandes e firmes que tu não sabes” (Jr 33.3)
4. SINGELEZA X SATISFAÇÃO: UMA ESPIRITUALIDADE QUE DESCUBRA O VALOR DAS COISAS SIMPLES E EXPERIMENTE NELAS GRANDE ALEGRIA - “E tomavam suas refeições com alegria e singeleza de coração”. Precisamos crer no sobrenatural de Deus, mas não podemos nos esquecer que Deus nos usa nas coisas simples e naturais do dia-a-dia. Precisamos entender que coisas simples, pequenas podem surtir efeitos positivos jamais imaginados. Precisamos voltar a nos alegrarmos nas simples refeições com os familiares e com os amigos, sentir prazer no sorriso meigo e carinhoso de uma criança, sorrir ao sentir a frescura da brisa do amanhecer, ser grato por um simples gesto de carinho recebido de qualquer pessoa. Precisamos voltar a nos alegrarmos com as pequenas conquistas, os testemunhos de curas simples, já tão raros em nossos dias. E precisamos enxergar Deus nos mínimos detalhes de nossa vida. Precisamos redescobrir a beleza e a riqueza da vida simples, precisamos abrir os nossos olhos para que percebamos que o que nos falta hoje transbordava na vida de nossos avós, que nem sonhavam em ter as comodidades que possuímos. É, talvez resida exatamente aí a nossa grande diferença, nos nossos sonhos. Aparentemente toda a parafernália que compramos para viabilizar nossas vidas civilizadas cobra um preço mais caro que o que vem escrito na etiqueta. E há tudo aquilo que, ainda, não possuímos e que nos motiva a lutar, não pela sobrevivência, mas pela sobressalência (perdoem o neologismo). Deus é simples e singular, há muito a teologia já nos havia dito isto, hoje estamos aprendendo que para que nos aproximemos dele devemos fazer uso da mesma simplicidade e singularidade, “ter a alma e o corpo nus”.
5. DAR X RECEBER: UMA ESPIRITUALIDADE QUE ABRA MAO DO “TER”, QUE VALORIZE O “SER” E VIVA FELIZ COM O NECESSÁRIO - vs. 44,45. A comunidade primitiva vivia num corporativismo inigualável. Estavam juntos, tudo lhes era comum, repartiam seus lucros com todos, e conforme a necessidade de cada um. Era uma comunidade que evidenciavam na prática quais eram seus valores e prioridades. Eles não iam em busca do “ter”, eles priorizavam o “ser”. Na esfera bíblica o “ser” vem antes do “ter”. Na vida cristã para ter, você precisa ser, e antes de tudo, você precisa aprender a viver feliz com o que já possui. Paulo evidencia isso ao escrever aos filipenses: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”. (Grifo nosso. Fp 4.11-13).
6. COMUNHAO X MISSÃO: UMA ESPIRITUALIDADE QUE AME OS “DE DENTRO” E TENHA GRANDE SIMPATIA COM OS “DE FORA” - “E perseveravam... na comunhão... e contavam com a simpatia de todo o povo”. Quando o mundo observar que a Igreja vive numa perfeita koinonia, certamente teremos receptividade da nossa mensagem, respeito pelos nossos princípios e posicionamentos sociais e acima de tudo experimentaremos um vertiginoso crescimento. A essência do cristianismo está em amar o próximo, em oferecer a outra face, a dar a capa, a andar a segunda milha, amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer o bem a quem nos odeia e orar pelos que nos maltratam (Mt 5.39-41,44). Quão difíceis são estas palavras de Jesus! E quão distantes estamos de cumpri-las. Nossa praticidade cristã distancia-se do viver em comunidade como ensina esses textos bíblicos, vivenciando apenas teoricamente um cristianismo de fachada, de aparência, com uma casca de piedade mas sem nenhuma essência. Apenas um verniz que tampa a mediocridade de nossa fé. Julgamos as pessoas sem dar a elas o direito de serem o que são. Expomos as falhas do nosso irmão sem nos importamos com a particularidade e a individualidade de cada um. Falhamos com o que prometemos uns aos outros. Arrumamos muitas desculpas para nos afastar de uma prática de vida em comunidade.
Se colocarmos em prática o exposto acima, vivenciaremos uma espiritualidade prática, autêntica e equilibrada! Que Deus nos ajude!

[1] Leonardo BOFF, Depois de 500 anos, que Brasil queremos?, São Petrópolis, Vozes, 2000,, p. 99.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Compreendendo Melhor o Sofrimento

Por Pastor Sérgio Pereira

Sofrimento: eis um assunto um tanto falado e tão pouco explicado em nosso meio. O sofrimento do cristão torna-se assunto das campanhas das famosas noites de libertação, onde se promete o alívio imediato, a solução rápida, como se num passe de mágica tudo se resolvesse. Mas, não é tão simples assim. Nem sempre estas soluções imediatistas que foram “profetizadas” por “vasos” acontecem. Os tais “profetas” se enriquecem a custa dos sofrimentos de muitos incautos cristãos que continuam enviando suas “sementes de fé” para verem se conseguem um pouco de alívio em meio a tanto sofrimento.
Mas, afinal por que tantas pessoas, independente se são boas ou más, precisam sofrer tanto? Como pode Deus permitir isto? O diabo é tão forte que Deus não possa impedir o mal? É Deus o causador de tantas desgraças? Estas são apenas algumas perguntas pelas quais os filhos de Deus se confrontaram ou se confrontarão um dia na sua existência. A Bíblia Sagrada tem respostas para tais perguntas e questionamentos.
O sofrimento é dolorido. Às vezes, parece que tudo se foi, que qualquer restauração é impossível. Uma coisa é certa: somente a velha natureza precisou morrer. São somente escórias que cai, a firmeza espiritual em nós pode suportar as provas de fogo e não perecer. Cada cristão tem uma capacidade diferente para suportar a provação (I Co 10.13). Jesus nos ajuda a levar a pesada cruz até o fim. Nosso homem interior se renova diariamente, diz o apóstolo Paulo, até que sejamos transformados na imagem de Cristo. As provações são concedidas, para manifestar a nós e aos outros o que realmente está dentro de nós.
Entre os propósitos do sofrimento na vida do cristão podemos destacar os seguintes:
Ø O sofrimento nos ajuda a vencer o pecado (I Pe 4.1-3)
Ø O sofrimento nos ajuda a testemunhar de Cristo (I Pe 4.4-6)
Ø O sofrimento nos ajuda a manifestar um terno amor pelos irmãos (I Pe 4.7-9)
Ø O sofrimento nos ajuda a colocar os dons que Deus nos deu a serviço de seu povo (I Pe 4.10,11)
Precisamos entender e compreender que o sofrimento do cristão é a prova do genuíno relacionamento de amor existente entre o Pai celestial e seus filhos, pois “o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho” (Hb 12.6,8). O sofrimento ajuda a treinar o cristão a ser obediente ao Pai celestial para ter vida (Hb 12.9). O sofrimento faz parte do processo educativo pelo qual o cristão é capacitado a desfrutar da santidade de Deus no seu viver prático e diário (Hb 12.10), é em outras palavras, ter a capacidade de afirmar o que Paulo afirmou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20). Todo sofrimento traz no momento a sensação de tristeza, desapontamentos, mas produz o fruto de justiça em sua vida (Hb 12.11).
É necessário entender através da fé que todas as coisas cooperam para o nosso bem (Rm 8.28). Paulo fala muito sobre a realidade da luta, da dor do sofrimento e da morte. O que é negativo, é visto do lado divino: “Porque, se tomamos parte dos sofrimentos de Cristo, também tomaremos parte na sua glória. Eu penso que o que sofremos durante a nossa vida não pode ser comparado, de modo nenhum, com a glória que nos será revelada no futuro. O universo todo espera com muita impaciência o momento em que Deus vai revelar o que os seus filhos realmente são” (Rm 8.17b-19 NTLH). Esta visão parte do pressuposto que o Senhor tem sempre o melhor para nós. Além disso, tudo ganha sentido, sob o ponto de vista e a orientação magistral de Deus. Se pudéssemos ouvir e entender a expressão de sofrimento dos campos, das florestas e de todo o gênero animal, então teríamos uma visão do que significa a “ardente expectativa da criação”, e sua ânsia de libertação. A hora vem onde a vitória de Jesus se tornará manifesta.
Homens de Deus de todas as épocas sentiram e viveram a dura realidade da dor e sofrimento mas permaneceram firmes em todos os transes. Às vezes, a provação dura muito tempo, até séculos sem uma mudança aparente, outras vezes é como uma chuva de verão. Certo é de que todo o sofrimento é apenas para nos provar, nunca para nos destruir (I Pe 4.12).
Ao permitir que o sofrimento bata à nossa porta, Deus está nos dando a oportunidade de crescimento espiritual (II Pe 3.18), permitindo que nos tornemos participantes dos sofrimentos de Cristo Jesus (I Pe 4.13) e desejando que ao enfrentar as intempéries da vida, tenhamos uma alegria indizível na alma, tendo ciência de que a prova da fé produz paciência (Tg 1.2; Rm 5.3; Mt 5.11,12).
O Senhor Jesus não é exaltado pelo sofrimento, mas sim, quando o louvamos em meio ao sofrimento. Por esse motivo, o cristão é chamado a dar um testemunho para outros que se acham amargurados, na mesma situação, desesperados. Os primeiros cristãos aprenderam depressa que é através de muita dor e sofrimento que importa entrar no Reino dos Céus. A maioria dos cristãos primitivos sofreram por causa da fé. Todavia, a comunidade crescia cada vez mais. Mas, então o sofrimento gera crescimento na Igreja? Obviamente que não, mas pela perseverança, fidelidade e amadurecimento dos cristãos em meio aos sofrimentos é que veremos o crescimento do Reino.
Lembre-se: Deus não nos poupa do sofrimento, mas caminha conosco pelo sofrimento!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Reforma e Reavivamento: Crescimento Contagiante da Igreja

Apesar de 31 de outubro já ter ficado para trás, minhas ocupações pastorais não me deixaram postar alguma reflexão sobre a Reforma. Como sei que os princípios da Reforma precisam ser evidenciados todos os dias, coloco a reflexão a seguir para a apreciação de meus leitores.


Por Pastor Sérgio Pereira

No ultimo 31 de outubro comemorou-se os 492 anos da Reforma Protestante, que foi levada a efeito por Martinho Lutero em 31 de outubro de 1517, quando fixou suas famosas 95 teses na porta da igreja do Castelo de Wittemberg, na Alemanha.
Com efeito, as bases da Reforma Protestante ainda continuam a falar entre nós. Penso que hoje, elas bradam ainda mais fortemente do que há 492 anos atrás. Nunca esses princípios se tornaram tão importantes como nos dias em que estamos vivendo. Os pilares expostos pela reforma precisam ser reafirmados e vivenciados por pessoas ávidas e sequiosas por mudanças radicais e que ensejam estar perante a face de Deus. Os ensinamentos da Reforma podem ser resumidos em cinco pontos: (1) Sola Scriptura: Somente a Palavra de Deus; (2) Sola Gratia: Somente a Graça de Deus; (3) Sola Fide: Somente a fé; (4) Sola Christus: Somente Cristo; (5) Soli Deo Gloria: Somente a Deus dar glória.
Penso que tais pilares traduzem necessariamente a idéia de um reavivamento espiritual. Um retorno bíblico e cristocêntrico da Igreja pós moderna. O avivamento está intrinsecamente ligado ao crescimento da Igreja. Sob certas condições, pode-se afirmar que o reavivamento causa o crescimento da Igreja.
Reavivamento significa primeiramente purificação e vitalização da Igreja existente. O reavivamento é um dos principais meios de Deus para vivificar a sua Igreja e desenvolver seu programa de justiça, misericórdia e evangelização.
Heber Carlos de Campos diz que: “Reforma é a descoberta da verdade bíblica que conduz à purificação da teologia. Ela envolve a redescoberta da Bíblia como o juiz e o guia de todo pensamento e ação; ela corrige os erros de interpretação; ela dá precisão, coerência e coragem para a confissão doutrinária; ela dá forma e energia à adoração corporativa do Deus triúno”. E acrescenta: “O norte de uma reforma dentro da igreja de Deus está, inquestionavelmente, relacionado à volta aos princípios sadios de fé e prática, propostos pela Santa Escritura. A fé tem que ser fundamentada numa consciência cativa à Palavra, para que a verdadeira reforma aconteça em nosso meio” [1].
Na verdade vivenciamos uma época em que a verdade da Palavra de Deus encontra-se escondida, o que provoca nos crentes pós modernos aridez, sequidão e distanciamento de Deus. Uma volta à Palavra se faz necessária para ocasionar nos meios evangélicos um reavivamento, um ardente desejo por Deus e assim experimentar um vertiginoso crescimento para o Reino de Deus
Não há meio de separar reforma de reavivamento. Parecem irmãos gêmeos nos grandes feitos do Senhor. Quando os dois entram em evidencia, o resultado é um contagiante crescimento na Igreja. Quando Deus concede o reavivamento ao seu povo, o padrão normal é que a santidade de vida aumenta, um novo poder é experimentado e o Evangelho de Cristo é proclamado com fervor, paixão e devoção. O reavivamento conduz a Igreja a uma vida santa, ética e moral. O reavivamento é uma força geradora de poder, dinamismo e fé. O reavivamento impulsiona o cristão a proclamar o evangelho com eficácia, perspicácia e objetivo.
Porque olharmos para o crescimento da Igreja sob a ótica de reforma e reavivamento? Heber Carlos de Campos responde: “Quando falamos de crescimento de igreja temos que olhá-lo como uma moeda com dois lados. De um lado é a Reforma; do outro e o Reavivamento. A primeira traz a solidez e a pureza doutrinárias, elementos essenciais para que a igreja cresça qualitativamente; a segunda traz a verdade doutrinária extrema viva e ardente em nossos corações, impulsionando o povo de Deus a uma vida limpa e de testemunho sincero e voluntário da experiência vivida com Deus e a pujante proclamação da verdade da Escritura, elementos absolutamente vitais para o crescimento da igreja. Isto faz com que a igreja também cresça quantitativamente. Perceba que os dois elementos, reforma e reavivamento, são entrelaçados e inseparáveis, porque são causados pelo mesmo Deus. Não há volta à verdade sem Deus e muito menos amor à verdade sem Ele. O curioso é que esses dois elementos estavam presentes em todos os grandes movimentos da história do povo de Deus no VT, no NT , na Reforma Protestante do século XVI, no período dos Puritanos, do Pietismo e do Metodismo, além dos reavivamentos posteriores na Grã- Bretanha e nos Estados Unidos”.
Reforma e reavivamento estão vinculados à Palavra de Deus. A Escritura é o padrão para a Igreja. É ela que contém o manual prático para a eficiência na busca de um vertiginoso crescimento quantitativo e qualitativo da Igreja.
Reforma e reavivamento levam à praticidade da vida cristã autêntica. Padrões éticos e morais são evidenciados por cristãos “... irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo" (Fp 2.15). Cristãos que cumprem a determinação de Jesus que diz: "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus." (Mt 5.16)
Busquemos o crescimento da Igreja, mas busquemos antes a reforma e o reavivamento. Reforma da nossa fé, reavivamento da nossa conduta. Reforma do nosso ser interior, reavivamento das nossas ações exteriores. Reforma dos nossos sentimentos, reavivamento de nosso desejo por Deus. Grande crescimento da Igreja após a reforma e o reavivamento virá onde todas as condições estiverem acertadas à luz da Palavra de Deus. O reavivamento e a reforma provocarão uma grande colheita, uma grande conquista ao ter elementos certos e valores corretos que desfrutem da aprovação do Eterno Deus.
“Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.” (Hc 3.2)

[1] Heber Carlos de Campos. Crescimento de Igreja: Com Reforma ou com Reavivamento? Revista Fides Reformata. 1996

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Halloween, a Festa das Bruxas

Por Pastor Sérgio Pereira

“Porque o rei da Babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos para fazer adivinhações; aguçará as suas flechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas” – Ezequiel 21.21

No dia 31 de outubro comemora-se o Halloween, popularmente chamado de “Dia das bruxas”, que vagarosamente tem-se colocado nas festinhas culturais de várias nações, inclusive o Brasil. Essa festa que se apresenta inocente, tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que alguns duvidam disso.
A origem do Halloween data de tempos antigos, aproximadamente por volta de 1.200 a.C., quando os druidas, magos de origem celta, realizavam cerimônias de adoração ao “deus da morte” ou ao “Senhor da morte” em 31 de outubro. Tal adoração acontecia na cerimônia do “samhain”, o deus dos mortos, declarando o 1º de novembro como o dia de todos os santos e o 2 de novembro como dia de finados, lembrando-se dos mortos em todos os três dias.
É possível rastrear as origens das tribos celtas até a cultura de Túmulos da Idade do Bronze, que atingiu o seu apogeu por volta de 1200 a.C. Contudo, os celtas não figuram como povo distinto e identificável até a época do período de Hallstatt (dos séculos VII a VI a.C.). Durante o período de Hallstatt, os celtas espalharam-se pela Grã-Bretanha, Espanha e França. O ano novo deles começava no dia 1º de novembro. O festival iniciado na noite anterior homenageava Samhain, "O Senhor da Morte". Essa celebração marcava o início da estação de frio (no Hemisfério Norte), com menos períodos de sol e mais períodos de escuridão. Os celtas acreditavam que durante as festividades de Samhain, os espíritos dos seus ancestrais sairiam dos campos gelados e dos túmulos para visitar suas casas e cabanas aquecidas. Os celtas criam que teriam de ser muito receptivos e agradáveis para com os espíritos, pois os bons espíritos supostamente protegeriam suas casas contra os maus espíritos durante aqueles meses de inverno. Os celtas tinham medo do Samhain. Para agradar-lhe, os druidas, que eram os sacerdotes celtas, realizavam rituais macabros. Fogueiras (feitas de carvalhos por acreditarem ser essa uma árvore sagrada) eram acessas e sacrifícios eram feitos em homenagem aos deuses. Criminosos, prisioneiros e animais eram queimados vivos em oferenda às divindades.
Os druidas criam que essa era a noite mais propícia para fazer previsões e adivinhações sobre o futuro. Essa era a única noite do ano onde a ajuda do "Senhor da Morte" era invocada para tais propósitos. Um dos rituais para desvendar o futuro consistia da observação dos restos mortais dos animais e das pessoas sacrificadas. O formato do fígado do morto, em especial, era estudado para se fazer prognósticos acerca do novo ano que se iniciava. Essa prática ocultista aparece no Antigo Testamento sendo realizada pelo rei da Babilônia conforme o texto citado no inicio deste artigo.
Entre os principais símbolos do Halloween temos:
Ø The Jack O’Lantern – A Lanterna de Jack: a abobora esculpida com uma face demoníaca e iluminada por dentro.
Ø “Apple-ducking (bobbing for apples)” – maças boiando: uma homenagem a Pomona, a deusa romana dos frutos e das árvores, que era louvada na época da colheita (novembro). Maçãs ficavam boiando em um barril com água, enquanto as pessoas mergulhavam seu rosto nela tentando segurá-las com os dentes. Depois faziam adivinhações sobre o futuro, com base no formato da mordida
Ø “Trick or treat” – travessura ou trato. Estas palavras sao ditas por crianças que aproximam-se das casas nas noites de Halloween. Se você responder trick, elas imediatamente começam as travessuras. Ao responder treat, você deverá dar um doce a elas. Essas crianças, na comemoração do Halloween, representam os espíritos dos mortos que supostamente vagueiam naquela noite procurando realizar maldades (travessuras) ou em busca de bom acolhimento (bons tratos). Os celtas deixavam comidas do lado de fora das casas para agradar os espíritos que passavam. Ao receber essas crianças ingênuas nas nossas casas, estamos simbolicamente realizando negociatas com principados e potestades do mundo tenebroso, da mesma forma que os celtas faziam na Antigüidade.
Muitos grupos satânicos também consideram o Halloween uma noite especial, em parte porque ele "tornou-se o único dia do ano em que se acredita que o diabo possa ser invocado para revelar os futuros casamentos, problemas de saúde, morte, colheitas e o que acontecerá no próximo ano". Na verdade a bruxaria e o satanismo têm certas semelhanças. Mesmo que sejam coisas distintas, e mesmo que se dê legitimidade às declarações do movimento neo-pagão que desdenha o satanismo, devemos lembrar o claro ensino bíblico de que o diabo é a fonte de poder por trás da bruxaria e de todas as formas de ocultismo.
A Bíblia Sagrada é tão clara quanto à cerimônia e cultos dessa natureza, basta ler os textos de Levítico 19.31; Deuteronômio 18.10-14; II Crônicas 33.6; Isaías 8.19,20.
Em todos esses textos os adivinhadores, feiticeiro, consultadores do futuro são severamente condenados pela Palavra de Deus.
O leitor escolhe: consultar aqueles que consultam mortos e adivinhos ou confiar no Senhor? A decisão é sua!

Fontes de Pesquisa:
http://www.chamada.com.br/mensagens/halloween.html. Acesso em 30/10/2009
http://www.chamada.com.br/mensagens/happy_halloween.html. Acesso em 30/10/09

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Em Meio a Falsa Religiosidade, Ainda há Remanescentes!

Por Pastor Sérgio Pereira

Uma coisa precisa ser admitida por qualquer cristão honesto que olhe para a situação da Igreja atual como um todo. A Igreja não é saudável, ela não está bem. O pecado está brotando excessivamente em seu interior e se enraizando profundamente, destruindo, dividindo, invertendo os valores bíblicos e fazendo dela, a Igreja, um sistema manipulado por pessoas tomadas por espírito que certamente não é o de Deus.
Um exemplo disso é que a imoralidade sexual, o adultério e a fornicação se tornaram tão comum dentro da Igreja quanto fora dela. Os índices de divorcio hoje são maiores dentro da Igreja do que fora dela. Muitos membros da Igreja estão secretamente praticando o aborto. A cada dia estão sendo expostos novos pecados que estavam escondidos. Heresias e sectarismo aumentam com frequência cada vez maior.
Grande número de membros de Igreja cujas vidas são uma verdadeira contrariedade aos princípios doutrinários da Palavra de Deus. Muitos deles têm estado assim há muitos anos e parece que nunca irão mudar. Parece não existir ou se existe é quase imperceptível a transformação de vidas. Grande número dos frequentadores de Igrejas é de pessoas rebeldes, egoístas, não amorosas, avarentas e profanas. Muitos são desonestos, caluniadores,não confiáveis, fofoqueiros, mentirosos e desobedientes. Infelizmente, em muitas igrejas locais, esses formam a maioria e não a minoria.
A vida dupla, hipócrita, relaxada e desleixada com as coisas espirituais tem sido notória em meio da religiosidade atual. Na verdade classificaria a atual geração evangélica corrompida pela profanação de elementos sagrados e pela sacralização de elementos profanos como “coadores de mosquito e engolidores de camelos” (Mt 23.24).
No púlpito então, a situação é desconfortante: as mensagens transmitidas só fazem cócegas na alma quando muito. A teologia da prosperidade encontra no evangelicalismo brasileiro o seu maior expoente. Os pregadores modernos preocupam-se mais com a venda de seus materiais (CDs e DVDs), do que com a exposição clara, correta e sadia da Palavra de Deus. Fala-se o que o povo quer ouvir, não o que se precisa ouvir. Os sacerdotes e profetas da atualidade tem-se transformado em fantoches e marionetes nas mãos dos marqueteiros evangélicos que visam apenas à obtenção de lucros. Os sacerdotes profissionais vendem suas consciências, os profetas de conveniência estão profetizando mentiras ao povo.
A liturgia, essa então, está cheia de pompa, glamour. Há um ritual pomposo, mas o povo está longe de Deus (Is 29.13), o povo está enfermo, fraco e há muitos que dormem (I Co 11.30).
Certamente há alguns focos de luz. Nem tudo está perdido. Nem tudo é trevas. Há alguns e graças a Deus por eles, que são genuinamente convertidos. É possível encontrar aqueles que sinceramente estão buscando o Senhor. Os remanescentes são compromissados com a Palavra e com o povo, não visam o seu bel prazer. Os remanescentes, na maioria das vezes, são pessoas insignificantes, mas não se preocupam com isso, eles querem que o Senhor cresça e eles diminuam (Jo 3.30). Os remanescentes não se dobram diante de Baal (I Rs 19.18), não comem na mesa de Jezabel (I Rs18.19), não se curvam perante a estátua de Nabucodonozor (Dn 3), não se importam se Deus vai abençoar ou não, eles O servem por causa do que Ele é, não pelo que Ele faz.
Aqui e acolá, os remanescentes estão resplandecendo como astros no firmamento (Fp 2.15) no meio de uma geração corrompida. São pequenos focos de luz, pequenas mechas de luminosidade que irradiam a presença do Senhor, onde quer que chegam.
Creio que temos alguns sete mil que não se dobraram, alguns Micaías que profetizam aquilo e somente aquilo que o Senhor mandar (I Rs 22.14). Sim, ainda há remanescentes, eu faço parte desse grupo, e você?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Pastor Chamado e o Chamado Pastor

Recebi essa reflexão de um amigo por e-mail, achei interessante, verdadeira e pertinente. Por isso resolvi postar aqui. Leiam e reflitam:

O PASTOR CHAMADO E O CHAMADO PASTOR
O pastor chamado ama gente, o chamado pastor ama dinheiro e fama.
O pastor chamado prega com paixão, o chamado pastor apenas prega.
O pastor chamado é feliz, o chamado pastor vive mau humorado.
O pastor chamado tem visão, o chamado pastor imita as muitas visões.
O pastor chamado cuida das ovelhas, o chamado pastor abusa das ovelhas.
O pastor chamado tem casa, o chamado pastor tem mansão.
O pastor chamado liberta, o chamado pastor tiraniza.
O pastor chamado é acessível, o chamado pastor é inalcançável.
O pastor chamado prega de graça, o chamado pastor cobra para pregar.
O pastor chamado tem ovelhas, o chamado pastor tem fãs.
O pastor chamado chama para Cristo, o chamado pastor atrai para si.
O pastor chamado ensina, o chamado pastor exibi-se.
O pastor chamado erra, o chamado pastor é perfeito.
O pastor chamado tem medo, o chamado pastor mete medo.
O pastor chamado chora, o chamado pastor se vinga.
O pastor chamado é inconformado, o chamado pastor é alienado.
Infelizmente essa parece ser a realidade atual: temos muitos do tipo chamado pastor e poucos pastores chamados. Que Deus tenha piedade de nós!
Após algumas semanas já postado, soube que o texto acima é de autoria do Pastor Geraldo Magela (www.pastorgeraldomagela.com), Presidente da Igreja Maranata, Ministério Surubim no interior do Pernambuco. A ele a gratidão pela permissão dada para que eu postasse seu texto aqui.

sábado, 12 de setembro de 2009

O Santo e o Profano

Por Pastor Sérgio Pereira

“Para fazer a diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Lv 10.10)

“Portanto, assim diz o Senhor: Se tu voltares, então, te trarei, e estarás diante da minha face; e, se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles” (Jr 15.19)

“A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o imundo e o limpo” (Ez 44.23)


Vivemos numa época de sacralização do profano e de profanação do sagrado. Nunca antes esses elementos estiveram tão misturados como nos tempos pós modernos. Desde há tempos, tenho me preocupado com tudo o que temos colocado no sacro ambiente aqui entre nós. Tenho visto comportamentos dos mais variados no ambiente evangélico pentecostal, comportamentos exibicionistas, egocentristas, o chamado antropocentrismo. Não posso me esquecer do uso dos meios de comunicação como “palco” para expressar seus interesses pessoais, filosóficos ou ideológicos, “em nome de Deus”.
Observo a dificuldade do povo de Deus em discernir o santo e o profano. Quanta confusão se faz. Diante da falta de discernimento abrimos espaço para dois pensamentos totalmente distanciados da santidade bíblica; por um lado temos o pensamento legalista onde o caminho é tão estreito que se assemelham aos fariseus ao “coarem mosquitos e engolirem camelos” (Mt 23.24). A estes Jesus de forma peculiar os classificou como: Atadores de fardos nos ombros do outros (Mt 23.4), amantes dos primeiro assentos (Lc 11.13), estorvo da porta do reino dos céus (Mt 23.13), devoradores das casas das viúvas (Mt 23.14), dizimistas de hortelã (Mt 23.23), limpadores do exterior dos copos (Mt 23.25), sepulcros caiados (Mt 23.27), serpentes e raça de víboras (Mt 23.33). No entanto, o termo mais apropriado é aquele empregado pelo Mestre em Mt 23.24: “Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo”. Assim, aos legalistas restou a medonha denominação “coadores de mosquito e engolidores de camelos”. Por outro lado temos o pensamento perigoso do liberalismo, onde tudo, em nome de uma pseudo liberdade cristã, se é permitido. Paulo aconselha a estes assim: “Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne” (Gl 5.13).
Na verdade classificaria a atual geração evangélica corrompida pela profanação de elementos sagrados e pela sacralização de elementos profanos como “coadores de mosquito e engolidores de camelos”.
Assim, côa um mosquito o pai de família que proíbe o namoro de sua filha, porém, engole um camelo pelo fato de possuir uma amante fora do lar, levando uma vida de promiscuidade. Côa um mosquito o empresário que acusa desenfreadamente o ladrão de bicicletas, porém, engole um camelo com a sonegação fiscal da sua empresa. Côa um mosquito o político que diz trabalhar em prol da sociedade, porém, engole um camelo ao envolver-se nas teias da corrupção. Côa um mosquito o irmão da igreja que cobra o uso de determinado tipo de roupa como sinal de santidade, porém, engole um camelo ao desprezar os mais necessitados que mínguam ao seu lado. Côa um mosquito aquele que cobra o pagamento do dízimo, porém, engole um camelo por não refrear sua língua, que conduz dezenas de obscenidades e mentiras. Côa um mosquito o pastor que exige padrões morais de seus membros mais humildes, engole um camelo quando encobre o pecado de seus filhos. Côa um mosquito o cristão que diz ser contra o homossexualismo e o lesbianismo, engolindo um camelo toda vez que se assenta diante da TV para ver novelas que abordam e defendem o referido tema. Côa um mosquito o crente que diz falar a verdade, mas mente na Receita Federal, mente na compra a crediário, mente ao pegar atestado de saúde para sua empresa, etc. Côa um mosquito o líder cristão que aceita os dons espirituais, engolindo um camelo toda vez que permite que o misticismo pernicioso invada sua igreja: sal grosso, lâmpada ungida, rosa ungida, fogueira santa, corredor de milagres, etc. Côa um mosquito o cantor evangélico que diz adorar a Deus, engole um camelo quando cobra altos cachês para puro exibicionismo. Côa um mosquito aquele que diz pregar a palavra, engole um camelo ao fazer exigências avantajadas para a Igreja que o convidou. Côa um mosquito o líder que defende o ministério para alguém chamado por Deus, engole um camelo toda vez que coloca alguém no ministério apadrinhado por ele.
E por aí vai esse processo de coar e engolir. Cobram para não serem cobrados. Requerem para não serem requeridos. Acusam para não serem acusados. Nas mãos possuem um pequeno coador que investiga os erros dos outros. No estômago, milhares de camelos, frutos das suas faltas pessoais. O coador filtra os mínimos pecados alheios. A garganta, que é o coração, observa a passagem de uma manada dos seus pecados.
Alguns como artistas profissionais têm a capacidade de interpretar, fingir, enganar e até chorar se necessário. As máscaras demonstram pessoas ideais e perfeitas, cuja aparência é digna de prêmio de integridade. Porém, chega o momento em que o camelo “entala” nas gargantas. A máscara é removida, quando não estilhaçada. Vislumbra-se, então, o ser humano na sua essência: Arrogância, infidelidade, mentira.
Hoje o que temos visto é a igreja e também os crentes nos seus particulares trocar o melhor de Deus, as coisas mais importantes que são promessas na Palavra de Deus, por coisas que não tem nenhum valor. Estão trocando a Palavra de Deus (Bíblia) por livros de conhecimento humano de Deus, que não podem edificar a vida de ninguém e introduzem heresias nas igrejas e também na vida dos crentes. (Ec 12.11-13; II Pe 1.16-21; Sl 119.105). Estão buscando sabedoria deste mundo, enquanto deveriam buscar sabedoria do Alto. (Tg 3.17; I Rs 3.1-14; Pv 1.7). Estão trocando a comunhão com o Espírito Santo, os ensinamentos vindos pelo Espírito Santo por sabedoria humana, coisas aprendidas em faculdades que nada pode acrescentar para a salvação do homem (Gl 1.6-12; I Co 2.1-5; Jo 14.15-26; I Co 2.13; Is 29.13). Estão trocando as coisas do alto por coisas terrenas, ou seja, estão trocando a fé no invisível pelo que é visível. (Cl 3.1, 2; Mt 6.25-33; II Co 4.16-18). Ensinamento que estimula a busca pelas coisas materiais, o culto regado de festas com muitas musicas mundana, que serve mais para balançar o esqueleto do que para adorar, estão contribuindo e muito para que o crente pense que desta forma ele vai para o céu. Isto tudo está afastando o crente cada vez mais da presença de Deus, e como conseqüência não sentimos a presença de Deus nas igrejas, sentimos sim muitas emoções, gritos e histerias, mas a presença de Deus que é bom não se sente. (Gl 3.1-3; Ef 2.1-3; Gl 5.16-21). Hoje o mundo está dentro da igreja, na verdade a igreja não foi construída para ficar de porta aberta para o mundo entrar nela, mas sim porta aberta para ela sair e invadir o mundo. O mundo está dentro das igrejas através de suas musicas, suas doutrinas, seus lazeres, diante deste quadro não vemos diferença entre a igreja e o mundo.
Por vivermos no tempo da graça, acreditamos que tudo o que fizermos é válido, mas não é bem assim, Deus colocou regras para a igreja e para o seu povo. Existem regras para as nossas igrejas, para as nossas vidas. À medida que nossos cultos são violados, as nossas vidas são violadas, estamos trocando o Santo pelo Profano. Quando trocamos a fé em Jesus Cristo pelas rosas, sal, mantos, coisas que vemos nós estamos trocando o Santo pelo Profano. (At 16.31). Quando introduzimos para dentro de nós coisas que desagradam a Deus, quando achamos que são coisas pequenas e que não tem importância, estamos trocando o Santo pelo Profano. (Zc 3.1-3; Ap 16.15; I Co 6.19,20).
Mas, afinal o que é "santo"? Comecemos pela origem do significado. O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do profano. O termo para santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O termo oposto a santo é "impuro" ou "profano" (Lv 10.10).
Quando não separo o santo do profano, corro o risco de me suceder o mesmo que se deu para Belsazar (Dn 5). Belsazar tomou os vasos consagrados do templo para fazer uso em sua festa carnal e pagã, e Deus, contou o seu reino e o acabou, o pesou na balança encontrando-o em falta e dividiu o seu reino. A igreja de Laodicéia estava em situação semelhante: suas obras eram por aparência, não tinham autenticidade; sua religiosidade era hipócrita: nem quente, nem frio; professava o cristianismo mas era espiritualmente desgraçada e miserável (Ap 3.14-22).
Finalizo dizendo que por não fazermos a distinção entre o que é santo e o que é profano, perdemos a oportunidade de sermos boca de Deus (Jr 15.19). Ser boca de Deus é pensar e falar conforme a vontade divina. Ser boca de Deus é traduzido por Paulo como alguém que tem a mente de Cristo (I Co 2.16; Fp 2.5). Precisamos de pessoas como desejo de ser boca de Deus. Que orem e Deus responda. Que profetizem e suas mensagens sejam cumpridas. Que preguem condenando o pecado e resgatando o pecador. Que ensinem com ousadia contra os modismos e alcancem resultados extraordinários.
Irmãos, separemos o santo do profano!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Amar Expressa a Essência de Deus

Por Pastor Sérgio Pereira

Uma das maiores lições que podemos tirar das páginas do Novo Testamento para os nossos dias está em I João 4.8: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (ARA).
O amor aqui não possui um alvo específico: este alvo é indefinido, pois deve ser direcionado a todos indistintamente. Analisamos que os gnósticos acreditavam em dois grupos: os iluminados e os não iluminados. Desprezavam os últimos, pois estes não possuíam um tipo de conhecimento. Levavam ao extremo a elitização dentro da religião. O mesmo sentimento que acometia os fariseus, a ponto de considerar maldito o povo que não conhecida a lei, sendo eles próprios responsáveis por tal ignorância! (Jo 7.49). Mesmo um doutor da lei, em flagrante atitude de acepção de pessoas, necessitava perguntar: quem é o meu próximo? (Lc 10.29)
Isto é importante frisar: os gnósticos contemplavam o conhecimento como um meio de salvação, e aqueles que não possuíam tal conhecimento eram desprezados. Nós, que pela graça de Deus adquirimos um pouco mais de conhecimento teológico, não podemos desprezar os irmãos mais humildes. Isto é um perigo dentro de nossas igrejas. Com relação aos não crentes, a situação pode ser pior ainda! Não podemos usar de tal conhecimento como uma arma, para ganhar status e para pisar os mais fracos. Antes, devemos nos colocar como instrumentos nas mãos de Deus para levar a estes conhecimento. E, mais do que conhecimento, o amor.
A essência do cristianismo está em amar o próximo, em oferecer a outra face, a dar a capa, a andar a segunda milha, amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer o bem a quem nos odeia e orar pelos que nos maltratam (Mt 5.39-41,44). Quão difíceis são estas palavras de Jesus! E quão distantes estamos de cumpri-las. Nossa praticidade cristã distancia-se do viver em comunidade como ensina esses textos bíblicos, vivenciando apenas teoricamente um cristianismo de fachada, de aparência, com uma casca de piedade mas sem nenhuma essência. Apenas um verniz que tampa a mediocridade de nossa fé. Julgamos as pessoas sem dar a elas o direito de serem o que são. Expomos as falhas do nosso irmão sem nos importamos com a particularidade e a individualidade de cada um. Falhamos com o que prometemos uns aos outros. Arrumamos muitas desculpas para nos afastar de uma prática de vida em comunidade.
Na verdade, admiramos a Igreja Primitiva, mas apenas de fachada. Seu viver não nos impulsiona e tampouco nos direciona para a mesma praticidade. Odiamos repartir. Detestamos compartilhar. Não suportamos a ideia do ter tudo em comum. Talvez a maior dificuldade é expressar que aquilo que é meu é de toda a comunidade (At 4.32).
Por isso, já não vimos conversões em massa. Distanciamo-nos dos princípios que levarão pessoas a Cristo através do nosso exemplo e testemunho. Alem do mais, milagres e maravilhas parecem exaurir-se de nosso meio e ainda perguntamos o porquê? É simples: não amamos.
Por não amarmos nosso cristianismo se torna mentiroso. Nossa fé se torna vazia e egocêntrica. Nossas orações vaidosas e soberbas. Nossa moral sem ética. Nossos princípios sem tornam obsoletos e sem valores. Por não amarmos aderimos facilmente a teologia da prosperidade que coloca em evidencia o eu, quando no principio de vida cristã é o meu irmão que deve ser evidenciado (Rm 12.10; Fp 2.4).
Sem o amor, o Cristianismo seria uma religião como qualquer outra. Mas Jesus enfatizou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Se não formos capazes de amar a todos que nos cercam, teremos perdido todo o tempo do mundo na busca do conhecimento teológico. Teremos falhado mesmo no objetivo de descobrir Deus, conforme a versão da Tradução Ecumênica para 1 Jo 4.8: “quem não ama não descobriu a Deus, porque Deus é amor”.
A mais fantástica revelação sobre a natureza de Deus completa este versículo supracitado: “Deus é amor”. O amor deixa de ser uma opção em nossas vidas, para ser uma obrigação nossa. O amor não pode ficar intelectualizado, restrito às discussões acadêmicas: antes deve ser exercitado. Se devemos ser santos porque Deus é santo (Lv 19.2), também devemos amar porque Ele ama (Jo 13.34). A Igreja do Senhor Jesus necessita muito por em prática essa preciosa lição. Não adianta clamar por uma Igreja cheia do Espírito Santo se não houve lugar para o amor. Além de ansiar pelo batismo com o Espírito Santo, devemos produzir o fruto do Espírito, conforme Gl 5.22. E neste versículo, não coincidentemente, ao alistar os noves aspectos deste fruto, o amor aparece em primeiro lugar.
Irmãos: amemos!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Agradáveis no Amado!

“O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... nos fez agradáveis a Si no Amado” (Efésios 1.3,6)

Que maravilhosas são estas palavras! Na verdade, pouco a compreendemos, mas quando nossos corpos serem glorificados como o de nosso Senhor (Fp 3.21) e conhecermos como também somos conhecidos (I Co 13.12), então compreenderá em toda a sua plenitude o que significa ser feito agradável a Deus no Amado.
Tomemos um pouco do nosso tempo para entendermos este maravilhoso tema.
Observem que o texto não diz que somos feitos agradáveis a Deus em nós mesmos, mas sim, em Cristo. Se fossemos aceitos segundo o que somos, haveria então diferentes medidas e graduações no agrado divino com que seriamos contemplados, mas como somos feitos agradáveis a Deus em Cristo, então o Seu agrado no mais fraco e humilde crente será no mesmo nível para com o mais notável e brilhante crente. No sentido desta palavra todos nós em Cristo, desde Adão até ao ultimo que vier a existir, estamos igualmente no perfeito agrado de Deus, pois Ele contempla um e outro em toda a perfeição do Amado.
Esta parece ser a única referência a Cristo como o Amado. Tal palavra nos traz agrado, deleite, prazer, ternura. Cristo, Aquele em quem o Pai encontra todo o Seu deleite e Agrado é também o nosso Amado! Como isso só não bastasse, somos aceitos e feitos agradáveis a Deus por Cristo, o nosso Amado. Que esplendida graça divina!
Tal verdade é evidenciada de forma figurada no holocausto descrito no primeiro capítulo de Levítico e de forma mais clara a verdade aparece quando se considera o holocausto em contraste com o sacrifício pelo pecado. No holocausto vemos em figura como somos feitos agradáveis a Deus e aceitos por Ele em toda a perfeição e fragrância do sacrifício, no sacrifício pela culpa vemos como somos libertos de toda a culpa. Na oferta pelo pecado o animal era morto para em seguida, todo o animal, como o couro e a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, as suas entranhas e o seu esterco, era levado fora do arraial e ali totalmente queimado (Lv 4.11-12).
A palavra usada para o queimar da oferta pela expiação do pecado (em hebraico, saraph) é completamente diferente da palavra usada para o queimar do holocausto (em hebraico, qatar). A primeira é uma palavra que fala do furor do fogo consumidor, do fogo que descendo em julgamento justo sobre aquilo que era ofensivo a Deus, gastava-se na completa e absoluta destruição da vítima. A vítima ou oferta era assim queimada por ter sido identificada com o pecado do ofertante.
Cristo, puro e imaculado, tomou sobre si o nosso pecado (I Pe 2.24), Aquele que não conhecera pecado, fez-se pecado por nós (II Co 5.21), assim o fogo da justiça divina caiu sobre Ele, identificado com o nosso pecado na terrível e escura hora da cruz.
A segunda palavra usada para queimar em relação ao holocausto (qatar), é usada para o queimar do incenso sobre o altar de ouro que figuradamente nos apresenta a adoração e é esta palavra que é sempre empregada em relação ao altar de bronze onde se oferecia o holocausto. Todos os sacrifícios oferecidos neste altar eram ofertas de “cheiro suave”. A palavra qatar significa que o ato de queimar libera todo o cheiro suave do sacrifício, fazendo-o subir como incenso diante de Deus, figurando um dos mais maravilhosos aspectos da morte de Cristo.
Por isso, sabemos que o mais fraco crente em Cristo em feito absolutamente agradável a Deus no Amado, aceito por Deus na mesma medida em que o seu Amado é aceito.
Oh maravilhosa graça de Cristo que traz-nos a alegria de sermos perfeitos diante de Deus na perfeição do Seu Amado!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

É TEMPO DE TOCAR A TROMBETA

Por Pastor Sérgio Pereira

Na profecia registrada no capitulo sete de Ezequiel, está afirmado em quatro oráculos (vs. 2-4, 5-9, 10-11 e 12-13) que o fim estava chegando, e que Israel iria sentir os efeitos da sua idolatria, da sua rebelião contra Deus. Os oráculos do juízo divino seguiram na seguinte ordem: contra a terra de Israel (vs. 1-4); contra os habitantes da terra, referindo-se ao dia do Senhor (vs. 5-9); contra o próprio rei ímpio de Israel, ou ainda avisando acerca do grande juízo sobre a impiedade (vs. 10-11); e por fim, avisando que os negócios haveriam de terminar (vs. 12 e 13). Diante do aviso de juízo, Deus afirma que não adiantaria tocar trombeta, pois não haverá quem corra à peleja (vs. 14), o que Deus está querendo dizer é que na hora do juízo não adiantava tentar reunir o exército porque seria a hora do “salve-se quem puder”.
Quero esquecer o contexto exposto acima, ignorando toda a exegese do texto, e focalizar a minha a atenção sobre a parte do versículo quatorze que diz: “tocaram a trombeta”.
A palavra "trombeta" vem do termo hebraico shophar e significa "chifre", mais precisamente "chifre de carneiro". Foi um instrumento instituído por Deus para ser tocado em uma infinidade de momentos da vida nacional de seu povo no Antigo Testamento. De certa forma as trombetas serviam para expressar momentos de grande satisfação, para trazer avisos, proclamar juízos divinos, fazer convocações festivas e religiosas, chamar o povo às consagrações, etc. Havia até mesmo um dia especial chamado "dia de sonido de trombetas" (Nm 29.1). O shophar é uma trombeta feita de chifres de animal, mas precisamente de chifre de cordeiro, cabra selvagem, antílope, kudu africano ou gazelle, nunca de uma vaca ou de um boi, porque o gado não era referencia sacrificial dos animais. Há seis ocasiões diferentes onde são tocadas as trombetas: (1) em ocasião alegre; (2) na convocação para as solenidades; (3) no começo de cada mês; (4) para anunciar guerra; (5) para confundir o inimigo (Jz 7.16-22); (6) quando houvesse sacrifício no holocausto.
Quero nesta matéria destacar alguns momentos em que as trombetas foram usadas e contextualizar para os dias atuais.

1. É TEMPO DE TOCAR A TROMBETA CONTRA O PECADO DA HUMANIDADE
Jamais Deus se conformou com o pecado humano! Desde a queda de Adão, quando o mal entrou no mundo, Deus já providenciou os meios pelos quais o homem alcançaria sua libertação dos efeitos do pecado. O que nos é significativo é o fato de Deus através da história, ligar o sonido de trombetas a seu tratamento com o pecado humano. Observamos a idéia de como as trombetas estão associadas à libertação dos pecados humanos analisando o que acontecia no Dia da Expiação (Lv 23.24-29) - O "Dia da Expiação" (yowm kippur), era para o hebreu o dia nacional da confissão e perdão de pecados. Este dia era marcado por uma "santa convocação", onde os filhos de Israel deviam observar um jejum absoluto, além de oferecerem "oferta queimada ao Senhor". Quem não procedesse desta maneira, sofria sérias conseqüências, podendo até mesmo ser "extirpado" do meio do povo de Deus. A convocação para os rituais no Dia da Expiação era precedida pelo "sonido de trombetas", nos dando a idéia de que havia um toque especial preparando o povo, para que estivesse “pronto”, para confessar seus pecados cometidos contra o Senhor, e consequentemente receber o perdão divino, mediante o oferecimento dos sacrifícios. Nos dias de Joel, o povo de Deus estava aprofundado na corrupção e no pecado. Em razão da desobediência e rebeldia contra o Senhor, uma tremenda praga de gafanhotos havia consumido as plantações e tudo o que era verde, deixando o povo na mais extrema miséria (Joel 1.1-13). Um retorno urgente a Deus era necessário! A mensagem profética de Joel conclamando o povo a voltar-se para Deus com "jejuns", "choros", "santificação", foi marcada pelo toque de trombetas – "tocai a trombeta em Sião" (Jl 2.15-17). Leitor amigo é tempo de tocar a trombeta de Deus contra o pecado!

2. É TEMPO DE TOCAR A TROMBETA NO ANO DO JUBILEU – Lv 26.9-10
O ano do jubileu era precedido de seis consecutivos anos sabáticos. O ano sabático, era também chamado de "sábado de descanso", ou "ano de descanso" (Lv 25.3-5). O ano sabático, como nos sugere seu próprio nome, era observado a cada sete anos. Nesse sétimo ano a terra deveria descansar, ou seja, deixada sem qualquer semeadura. O que ela produzisse por si só, era para o sustento dos pobres e o que disso restasse ficava para os animais (Ex 23.11). A culminação do ano sabático acontecia no qüinquagésimo ano. No ano sabático aconteciam três coisas importantes: (1) A propriedade era devolvida aos proprietários originais; (2) As dívidas eram esquecidas, perdoadas; (3) Os hebreus que haviam sido escravizados em razão da contração de dívidas, eram libertos.
Estas situações nos mostram primeiramente, que ninguém era considerado único proprietário de terras e que não poderia jamais possuir a terra perpetuamente, mas sua posse é um bem que lhe é confiado pelo Criador. Em segundo lugar, os filhos de Israel, deveriam lembrar que outrora haviam sido escravos na terra do Egito, sendo miraculosamente libertos pela ação de Deus através de Moisés. Nada possuíam por direito! O que nos é interessante notar, é que o "ano sabático" era também chamado de "ano do jubileu". A palavra "jubileu", vem do termo hebraico yobel, que literalmente significa "carneiro", "chifre de carneiro", "trombeta", "corneta". Desta forma o ano do jubileu, assim como o "dia da expiação", era associado ao toque de trombetas. Como no "ano do jubileu", as propriedades voltavam aos seus primeiros donos e as dívidas eram perdoadas, podemos afirmar com toda convicção, que o referido ano estava intimamente ligado ao perdão. O povo de Deus, não pode ser insensível à doutrina do perdão. Assim como Deus nos deu o perdão através de Cristo, devemos também estar dispostos a exercer o perdão sobre qualquer pessoa ou irmão que consideramos nosso devedor. Assim afirma a Palavra de Deus: "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef 4.32). A prática do perdão não é opcional, mas obrigatória! Quando não praticamos o perdão em nosso relacionamento com os outros, ficamos devedores diante de Deus e corremos também o risco de não sermos perdoados por Ele! Que a trombeta de Deus soe forte contra a falta de perdão no meio do povo cristão!

3. É TEMPO DE TOCAR A TROMBETA NAS GUERRAS
As situações de guerra sempre eram comuns em quaisquer povos da Antigüidade. Isso não foi diferente com a nação de Israel. Seus principais inimigos foram os amonitas, moabitas, edonitas, filisteus, os habitantes de Canaã (heveus, girgaseus, jebuseus, etc.), além de muitos outros inimigos com os quais tiveram que guerrear no decurso da história. Também, como nas situações anteriores, as trombetas estavam intimamente ligadas às situações bélicas. Mediante o toque das trombetas, o Senhor se lembraria de seu povo e eles então sairiam vitoriosos (Nm 10.9). O toque correto da trombeta indicava preparação para a batalha (I Co 14.8). Curiosamente o mesmo toque de trombeta que convocava para a guerra também servia para convocar o povo para as celebrações, o que significa dizer que Deus nos convoca para guerrear e nos confirma que a vitória já está garantida levando-nos assim a guerrear celebrando a grande vitória que receberemos do Senhor. Não restam dúvidas sobre o fato de que as trombetas se constituíam num aparato, num instrumento mais do que necessário nas batalhas do povo de Deus. Um fato digno de nota é que os encarregados de tocá-las eram os sacerdotes e não os soldados comuns, ou graduados do exército! Sabemos que a classe sacerdotal representava a presença de Deus no meio de seu povo, uma vez que eles eram os responsáveis por interceder pelos filhos de Israel diante do Todo-Poderoso. Isto justifica o argumento da presença imprescindível das trombetas nas batalhas do povo do Senhor. Não podemos deixar de afirmar que hoje também há uma grande batalha travada contra o povo de Deus! Nossa luta não é contra o homem, mas contra os demônios, que muitas vezes usam as pessoas com o objetivo de nos atingir. Se quisermos estar preparados para esta batalha no reino espiritual, precisamos tomar “... toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes", (Ef 6.13). Se as trombetas de Deus não ressoar em nosso favor, certamente perecemos. Ouça o ressoar da trombeta confirmando que a vitória é sua!

Como tivemos a oportunidade de observar, o toque das trombetas, sempre esteve presente nos momentos mais importantes na vida do povo de Deus no Antigo Testamento. Elas retiniam nas grandes festividades e cerimônias religiosas, nas convocações para expiação e perdão de pecados, nos grandes ajuntamentos, na preparação para as batalhas, nas estratégias de guerra, etc. O retinir das trombetas representava a "voz de Deus", para comandar, dirigir, mostrar o caminho, em situações difíceis, nas tomadas de decisão e em muitas outras circunstâncias da vida nacional. Como mencionamos a responsabilidade de tocá-las, estava a cargo dos sacerdotes, aos quais cabia a tarefa principal de representar Deus diante de seu povo. Ninguém melhor do que os sacerdotes podiam ocupar tão sublime missão! Com toda certeza, podemos afirmar que o "toque do sophar", foi decisivo em todas as situações críticas, onde os israelitas puderam ver o agir do Deus de Poder, saindo vitoriosos.
Não podemos perder de vista o fato de que as trombetas de Deus ainda hoje, estão tocando através da palavra profética daqueles que foram levantados pelo Senhor para o santo ministério. Embora possa haver muitos que se colocam na posição de profetas de Deus, mas na verdade, são "inimigos da cruz de Cristo" (Fp 3.18), tal fato não impede que homens sinceros, verdadeiros, comprometidos com a verdade, sejam usados por Deus, com a função de "trombetear" contra o mundanismo e o pecado! Não percamos de vista ainda, que como filhos legítimos de Deus, temos a gloriosa tarefa de arrancar das mãos do diabo aqueles que estão cativos, e isto não poderá acontecer sem uma exposição séria das Escrituras, pois é através da Palavra de Deus que podemos vencer as estratégias do inimigo – “... eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho..." (Ap 12.11). Nas palavras de Paulo precisamos ser “... irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo" (Fp 2.15). Devemos espalhar a luz de Deus, nos afastando das trevas do pecado!
Devemos lembrar ainda, que as trombetas de Deus haverão de tocar gloriosamente em alguns eventos futuros que estão para se concretizar. Entre eles estão: o retorno de Cristo (I Ts 4.16); o arrebatamento da igreja (Mt 24.31); os juízos de Deus sobre a humanidade (Ap 8.7).
Toque a trombeta contra o pecado, contra a falta de perdão, nas guerras que enfrentamos diariamente, em momentos de adoração e louvor, toque a trombeta avisando que breve Jesus voltará! É tempo de tocar a trombeta!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Santificação: o Ideal Divino Para Uma Vida Vitoriosa

Por Pastor Sérgio Pereira

Quando lemos no livro de Josué a seguinte ordem divina: “santificai-vos, porque amanhã fará o Senhor maravilhas no meio de vós”; entendemos ser esta a solene condição dada pelo Senhor nosso Deus para a realização de seus propósitos abençoadores no meio do seu povo.
Santificar do hebraico qodesh, que envolve a idéia de separação ou frescor, em suas diversas formas e variações esta palavra é usada por mais de 830 vezes no Antigo Testamento, das quais 350 vezes somente no Pentateuco.
No grego temos a palavra agiosúne indicando qualquer objeto ou condição que desperta o respeito e a solenidade religiosa, bem como também o temor e a separação.
Quando falo em santificação me vem à mente quatro palavras que expressam profundamente o significado de uma vida firmada nos padrões da santidade, senão vejamos:
(1) Separação: fala-nos de por a parte, destacar; sendo exatamente isso que foi por Cristo, ou seja, Ele nos pôs a parte, destacando-nos para vivermos somente para Ele e em função d´Ele.
(2) Dedicação ou consagração: dando-nos a idéia de oferecer-se, dar-se, dispor-se a ser propriedade peculiar (particular) de Deus (Ex 19.5; I Sm 1.11). Cristo nos coloca a parte, mas oferecer-se a Ele é nossa responsabilidade.
(3) Serviço: a palavra santo expressa uma relação contratual para servir a Deus, nessa relação servir a Deus significa ser sacerdote. Observe o plano de Deus para com a nação de Israel como nação de sacerdotes e de igual modo descrevendo o Novo Israel, a Igreja como sacerdócio real (Ex 19.6; I Pe 2.9).
(4) Purificação: o que dá a idéia de limpeza. Observe que limpeza é uma condição de santidade, mas não a própria santidade, que é primeiramente separação e dedicação.
Infelizmente têm surgido nos tempos pós-modernos muitos falsos conceitos sobre santidade em nosso meio deturpando assim a verdadeira essência de uma vida santificada conforme os padrões bibliocêntricos. Dentre esses falsos conceitos destaco os seguintes:
(1) Perfeição ou erradicação: ensina que a natureza pecaminosa foi arrancada, e que o cristão passa por uma experiência que o deixa perfeito e sem pecado, o que é totalmente anti-bíblico.
(2) Legalismo: ensina que a santificação se consegue por meio da observância de regras e regulamentos, ou seja, que depende de nossas próprias obras, contrariando o privilégio da liberdade cristã (Gl 5.1). Convém destacar que na maioria das vezes, tais regras e regulamentos são frutos da Eisegese de pessoas que se auto denominam sábias, sem compromisso nenhum com a verdadeira interpretação da Palavra, criando regras que são simplesmente caprichos do ego e culto a própria personalidade (Cl 2.20-23).
(3) Antinomianismo: ensina que não importa a maneira que a pessoa viva, expressado nas formas modernas do liberalismo, o que Paulo contesta em Gálatas 5.13.
(4) Ascetismo: a santificação por meio de privações e sofrimentos.
Todavia, o que mais me intriga é a preocupação que alguém tem em se auto intitular conservador (legalismo) ou liberal, caindo em extremos distantes do padrão de santidade exposto pela Bíblia Sagrada. Esse parece ter sido o problema de duas das sete igrejas da Ásia nos tempos do apóstolo João. Se não vejamos:

I- O PERIGOSO CONSERVADORISMO DE ÉFESO (Ap 2.17-)
Éfeso era uma igreja laboriosa e perseverante (vs. 2,3), não suportava homens maus (vs. 2), colocava a prova os que se intitulavam apóstolos (vs. 2), suportava provas pelo nome do Senhor, não se deixando esmorecer (vs. 3), odiava os nicolaítas que ensinavam o amor livre (vs. 6), primando pela ortodoxia teológica onde tradição e misticismo não tinham vez entre eles. Todavia, enquanto o exterior parecia estar tudo em ordem, no interior lhes faltava a essência da vida cristã: o amor (vs. 4). Por isso, acabavam-se orgulhando do seu zelo doutrinário para manter as aparências, dando muito a obra de Deus e nada ao Deus da obra. Paulo diz que posso fazer todas as coisas, mas se não tiver amor eu me torno tão insuportável quanto um metal ou um sino que apenas faz barulho (I Co 13.1-13).

II- O PERNICIOSO LIBERALISMO DE LAODICÉIA (Ap 3.14-22)
Por sua vez, Laodicéia parecia estar embalada pela teologia da prosperidade (vs. 17). Possuíam ouro e prata em abundancia, mas o poder espiritual já se havia exaurido, pelo que restava ser vomitada pelo Senhor (vs. 16). O problema de Laodicéia não era simplesmente o mundanismo dentro da igreja, mas sim o secularismo, onde o objeto do amor de Laodicéia era ela própria (vs. 17). Secularismo vem do latim seculum, "pertence a uma época". Nos círculos religiosos recebe o sentido de "aquilo que pertence ao mundo de nosso tempo" e que não faz parte do que é sagrado ou espiritual. Em termos gerais, o secularismo envolve uma afirmação das realidades pertencentes a este mundo. É uma cosmovisão e um estilo de vida que se inclina par ao profano mais do que para o sagrado, para o natural mais do que para o sobrenatural. O secularismo é uma abordagem não-religiosa da vida individual e social. O secularismo nega e exclui Deus e o sobrenatural, e fixa-se naquilo que é humano e natural. Dessa forma, os valores morais e éticos vão sendo substituídos por aquilo que é de pouco ou nenhum valor para a alma e para o espírito. Se tinham tudo o que precisavam, porque se preocupar com padrões de santidade?
Por fim, observamos em toda a Bíblia Sagrada exemplos de vitórias, conquistas e bênçãos após a entrega em santidade efetuada pelo povo na sua coletividade ou na individualidade de uma pessoa ou uma família. Em Mateus 21.12-17 onde temos o relato da purificação do templo realizada por Jesus Cristo, vemos que após a purificação do lugar sagrado, os coxos e cegos adentraram o templo e foram curados por Jesus.
Na verdade prezado leitor hoje tudo está se tornando mais fácil, ser evangélico ou pertencer a uma igreja evangélica está na moda, pois tudo agora está sendo tolerado e permitido. O evangelho da porta larga e da facilitação está sendo pregado a cada dia por inescrupulosos homens sem compromisso com a verdade, interessados apenas na auto-promoção e no dinheiro de nossa gente, danificando de forma sutil a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Estamos sendo levados pela doutrina do “não faz mal”, concordamos com a filosofia “venha como estás e permaneças como queres”; enquanto que a genuína mensagem do evangelho que enuncia transformação, mudança de caráter, de atos e atitudes, está sendo deixada de lado, pois não traz admiradores. A ordem é latente: “santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós”.
Se quisermos ver os milagres do passado tornando-se realidade nos dias hodiernos, urge que voltemos à prática da santidade e que dos nossos púlpitos ecoem mensagens que confrontem o pecado e que gerem uma desconformidade com o mundo nos corações dos que anseiam por viver mais perto de Deus.
O recado está dado! A decisão é somente sua! Vida de santidade e vitória? Ou vida pecaminosa e de derrota? Você decide!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Cristão e as Festas Juninas

Por Pastor Sérgio Pereira

A origem de tais festividades remonta à antiguidade, quando se prestava culto à deusa Juno da mitologia romana. Os festejos a esta deusa eram denominados Junônias, atualmente festas juninas. Segundo a mitologia romana Juno era a protetora do casamento, do parto e sobretudo da mulher em todos os aspectos da sua vida, assemelha-se à deusa grega Hera, com quem foi universalmente identificada. Juno, na mitologia romana, era a principal deusa e a contrapartida feminina de Júpiter, seu irmão e marido. Com Júpiter e Minerva, formava a tríade capitolina de divindades difundidas pelos reis Etruscos, cujo templo se erguia no Capitólio, em Roma. Recebeu vários epítetos, segundo os papéis que desempenhava, como, por exemplo: Juno Iterduca, que conduzia a noiva à nova casa; Juno Lucina, a deusa do parto, que auxiliava o nascimento das crianças; Juno Natalis, que presidia o nascimento de cada mulher; e Juno Matronalis, que protegia a mulher casada. Tornou-se um anjo da guarda feminino, assim como todo homem possuía seu "gênio", toda mulher tinha sua "juno". Sua festa principal era a Matronália, celebrada em 1º de março, data em que mulheres casadas se reuniam e levavam oferendas ao templo de Juno Lucina, trazendo inspiração para o Catolicismo Romano que colocou tais festividades no mês de junho. As representações de Juno variavam de acordo com o epíteto escolhido. Com maior frequência, era representada de modo semelhante à grega Hera, de pé e como matrona de austera beleza, às vezes com características militares. Quando o cristianismo foi implantado na Europa, depois de muito relutar, a Igreja Romana aceitou algumas das festas pagãs, entre elas as Junônias.
Outra fonte diz-se que as festas juninas são de origem europeia, e que fazem parte da antiga tradição pagã de celebrar o solstício de verão. Assim como a cristianização da árvore pagã "sempre verde" em árvore de natal, a Festa Junina do dia de "Midsummer" (24 de Junho) tornou-se, pouco a pouco na Idade Média, um atributo da festa de São João Batista, o santo celebrado nesse mesmo dia. Ainda hoje, a Festa Junina é o traço comum que une todas as festas de São João europeias (da Estônia a Portugal, da Finlândia à França). Estas celebrações estão ligadas às fogueiras de Páscoa e às fogueiras de Natal. Uma lenda católica cristianizando a Festa Junina pagã estival afirma que o antigo costume de acender fogueiras no começo do verão europeu tinha suas raízes em um acordo feito pelas primas Maria e Isabel. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel teria de acender uma fogueira sobre um monte.
Para os brasileiros as festas juninas são uma herança portuguesa resultante dos cultos pagãos em louvor a terra, com a data de nascimento de São João. Sua origem foi influenciada por festas bárbaras e pagãs, com fogueiras e queimas de fogos para afugentar os maus espíritos. Começaram nos campos e plantações, daí os trajes típicos de caipiras e sinhazinhas, com casamento de roça, discurso do padrinho, as capelinhas decoradas, etc. Mais tarde as festividades tomaram um cunho religioso com apresentação de tradições locais, influenciada pelas lendas e hábitos do populacho.
Se tivermos as suas origens na mitologia romana, veremos tal festividade sendo categoricamente condenada por Jeremias no texto que segue:
“Tu, pois, não ores por este povo, nem levantes por ele clamor ou oração, nem me importunes; pois eu não te ouvirei. Não vês tu o que eles andam fazendo nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém? Os filhos apanham a lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha para fazerem bolos à rainha do céu, e oferecem libações a outros deuses, a fim de me provocarem à ira. Acaso é a mim que eles provocam à ira? diz o Senhor; não se provocam a si mesmos, para a sua própria confusão? Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarão sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais, sobre as árvores do campo e sobre os frutos da terra; sim, acender-se-á, e não se apagará. Assim diz o Senhor dos exércitos, o Deus de Israel: Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios, e comei a carne. Pois não falei a vossos pais no dia em que os tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou sacrifícios. Mas isto lhes ordenei: Dai ouvidos à minha voz, e eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu vos mandar, para que vos vá bem” (Jr 7.16-23).
O costume dessas festas é movido pela tradição romana. Tais festas são uma forma de culto aos santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antonio. João Batista e Pedro jamais aceitaram adoração ou veneração (Jo 3.23-30; At 10.25,26). O costume é religioso e movido pela tradição Católica, por mais que elas tragam brincadeiras que agradem nossas crianças, o perigo é que as tradições e costumes possam entrar na vida dos pequeninos, o povo de Israel sofreu com os costumes de povos que o próprio Deus pediu para não se envolver com eles. Observe o que Paulo escreve:
“Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8)
Como cristãos não somos contra as festas, pois somos um povo festeiro, mas antes de participarmos de qualquer festa necessitamos avaliar qual é a sua finalidade. Não concordamos com os princípios das “inocentes festas juninas” que sorrateiramente tem-se recebido permissão de muitos cristãos e até de pastores, daí não entendermos o porquê de nossos filhos não terem mais desejo pela Bíblia, ou por servir ao Senhor Jesus.
Alguns pais de minha igreja tem-me perguntado: Meu filho é obrigado a participar da festa junina porque vale nota no boletim! Este tem sido um problema para muitos pais evangélicos. No Inciso 5º da Constituição Federal reza o seguinte: "é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais dos cultos e suas liturgias".
Por fim consideremos que o Brasil é o maior país agrícola do mundo. No entanto, importamos alimentos, arroz, feijão, trigo, café, cacau etc. Deveríamos exportar, pois temos terras de excelente qualidade. Um dos problemas da falta de produção agrícola é a desvalorização do "homem do campo" que é humilhado nas festas juninas. As Festas Juninas humilham as pessoas do campo; o caipira quando não é banguela é desdentado, seu andar é torto, corcunda por causa da enxada, a botina é furada, suas roupas são rasgadas e remendadas, um pobre coitado. A Bíblia diz: “Quem caçoa do pobre insulta a Deus, que o fez” (Pv 17.5).

CURIOSIDADES: VOCÊ SABIA?
QUADRILHA. Que a quadrilha é uma dança de origem francesa? Foi trazida ao Brasil no início do século XIX passando a ser dançada nos salões da corte e da aristocracia brasileira. Com o passar do tempo, deixou a nata da sociedade e incorporou-se às festas populares gerando, assim, suas variantes no interior do país.
PIROLÁTRICOS. Você sabia que os cultos pirolátricos são de origem portuguesa? Antigamente, em Portugal, acreditava-se que o estrondo de bombas e rojões tinha como finalidade espantar o diabo e seus demônios na noite de São João. Atualmente, no mês de junho intensifica-se o uso desses artifícios, porém, desassociado dessa antiga crendice.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O CONHECIMENTO INCHA

POR PASTOR SÉRGIO PEREIRA

“A Ciência incha, mas o amor edifica” (I Co 8.1)

Não sei se estou mais crente ou menos crente, mas a verdade é que estou cansado. Cansado de ver tanta agressividade em torno de debates intermináveis em cima de uma pseudo apologia da fé cristã. Cansado de ver renomados teólogos e apologistas como se estivessem numa arena na época dos gladiadores, onde cada qual quer fazer tinir sua espada com mais vibração do que o outro.
Os constantes debates em cima de coisas tão absurdas me fazem enojar de tudo o que estão chamando de cristianismo ou defesa da fé. São debates sobre pregações, canções, letras e melodias, cada qual querendo ser mais sábio do que o outro, querendo demonstrar ser mais versátil na teologia do que o outro, e por aí vai. Isso me cansa, me causa dor, me entristece, porque ao invés de estarmos aproveitando nossos conhecimentos para a conquista de almas e o crescimento do Reino de Deus na terra, estamos nos enfrentando dentro do Reino, nos matando e nos enfraquecendo mutuamente.
O Apóstolo Paulo, no texto supracitado está falando das coisas sacrificadas, e em tal contexto precisamos entender que a cidade de Corinto era influenciada pelo poder idolátrico e pela filosofia da Grécia, com seus milhares de deuses de toda espécie. Um certo comentador romano informou que havia mais de trinta mil deuses na Grécia. Portanto, havia deuses para todo tipo de coisas e gostos. Além disso parece que os crentes coríntios se orgulhavam de seus conhecimentos filosóficos, daí a razão pela qual Paulo afirmar que “a ciência incha”. A impressão é que as pessoas estavam condenando umas às outras, por isso, o conhecimento (a ciência) nunca resolveria a questão, pois onde há argumentação, o conhecimento só “incha”, tornando cada um mais seguro de sua posição. Sem amor, nosso conhecimento até mesmo das verdades espirituais produz orgulho, arrogância e presunção, nossa resposta inteligente só humilha o outros à medida que nos incha.
Este é o desafio que urge que entendamos: nosso conhecimento destituído do genuíno amor cristão e da compreensão tolerável dos limites do meu irmão, não produzirá mudanças, pelo contrário inchará, ou seja, nos fará arrogantes, presunçosos, orgulhosos de nossas cátedras e inteligência.
Na vida pouco importa o que somos ou o que pensamos saber, nosso conhecimento é incompleto quando destituído de amor. Nenhum de nós sabe o que realmente devemos saber para resolver inúmeras questões.
Gosto muito do que Hernandes Dias Lopes diz: “Não somos uma ilha. Nossas palavras, ações e reações afetam as pessoas a nossa volta. Vivemos em comunidade, por isso nossas atitudes nunca são neutras. Elas ajudam ou estorvam as pessoas. Nossa conduta não deve ser regida apenas por nossas opiniões. Precisamos levar em conta, também, as pessoas que estão perto de nós. Nossa ética é governada pelo amor e não apenas pelo conhecimento. Nem todos na comunidade têm o mesmo conhecimento e a mesma consciência que temos”.
E mais: “A ética cristã é regida não só pelo conhecimento que você tem, mas pelo amor que você nutre pelo seu irmão. Se a sua atitude provoca e escandaliza seu irmão, você está pecando contra ele, golpeando-lhe a consciência fraca”. (I Corintios, Como resolver conflitos na Igreja, Hernandes Dias Lopes, Editora Hagnos, pág. 154).
Façamos nossa parte: amemos, amemos e amemos! Deus se encarregará de mudar os intoleráveis, transformar os hereges, e restaurar os falsos profetas.
Temos nos tornado exibicionistas de plantão, ostentadores de conhecimento, mas destituídos de amor, de compreensão, de espiritualidade e acima de tudo de uma vida piedosa e santa. Precisamos deixar de querer transformar as pessoas à força, isso não funciona, lembremo-nos das palavras de Zacarias: “Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6).
Levemos nossas intolerâncias aos pés da cruz, destituímo-nos de nossos achismos teológicos, de nossas posições quase sempre equivocadas, e unamo-nos em prol do crescimento do Reino e acima de tudo para o louvor do Grande Rei e Senhor!
Que o Santo Deus tenha piedade de nós!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Os Ídolos do Coração

Por Pr. Sérgio Pereira

Ao ministrar a escola dominical no ultimo domingo fui surpreendido pelo comentário da revista quase no final de lição fazendo alusão aos ídolos do coração. Confesso que foi a parte que mais me empolgou no assunto da refeida lição.
Observe as palavras de Ezequiel 14.3: “Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos dentro do seu coração, tropeço para a iniqüidade que sempre têm eles diante de si; acaso, permitirei que eles me interroguem?”.
A palavra hebraica para ídolos usada por Ezequiel é gillûl, que significa “tora sem forma, bloco vazio”, referindo-se assim para mostrar a inutilidade, futilidade e incapacidade dos ídolos adorados pelo povo. Por sua vez a palavra hebraica para coração utilizada por Ezequiel é leb que quer dizer: “ser interior, mente, vontade, coração e inteligência”.
Diferentemente do uso mais comum do termo, o profeta Ezequiel o aplica à adoração que ocorre dentro do coração humano. A referência não é a imagens, estátuas ou coisas semelhantes, mas a tudo que o coração do homem venha a adorar dentro de si. O contexto indica que “ídolo do coração” é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus na vida de alguém: “porque qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que moram em Israel que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos dentro do seu coração, e tiver tal tropeço para a iniqüidade, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, a esse, eu, o SENHOR, responderei por mim mesmo” (Ez 14.7). O texto deixa claro que aquele que se aproxima de ídolos está se afastando de Deus. Isso acontece pelo fato de que o coração humano não comporta a dedicação dupla. A Bíblia destaca o fato de que é impossível servir a dois senhores (Mt 6.24). Desse modo, ao se aproximar de um ídolo o homem está se distanciando de Deus. O resultado natural disso é que esta escolha se torna motivo de constante tropeço para o idólatra, que tem o seu comportamento moldado por aquele a quem serve. Como a própria expressão deixa claro, a idolatria ocorre no coração. Levando em conta o uso do termo “coração” nas Escrituras, podemos concluir que a idolatria afeta o entendimento e crenças (cognitivo), as emoções e desejos (afetivo) e vontades (volitivo).
João Calvino dizia que “o coração é uma fábrica de ídolos”. Embora nossa idéia de idolatria esteja associada à adoração de imagens e a criação de imagens, as Escrituras descrevem a idolatria como um problema do coração do homem.
A idolatria é a substituição de DEUS por outro ser ou coisa que assume maior importância em nossa vida. Ao falar de coração a Bíblia fala das três principais operações do homem interior: mente, afeições e vontade. Em vez de pensar nestes três aspectos (mente, afeições e vontade) como sendo separados e isolados um do outro, pense neles como operando continuamente em conjunto, um com o outro.
No Antigo Testamento a idolatria refere-se ao desvio do homem de Deus. Por sua vez, o Novo Testamento traz na palavra “desejos” (gr. epithumiai) a característica e o resumo para o mesmo desvio.
Vivenciamos uma época de conflito de princípios e inversão de valores sem precedentes. Condenamos os idolatras que se curvam diante de Maria e outros santos do Catolicismo Romano, mas erroneamente alimentamos desejos e prazeres internos que ocupam o lugar que é de Deus em nossas vidas e corações.
Temos precisado de algo mais além de Deus para que a vida tenha mais significado ou sejamos mais felizes e se isso estiver acontecendo em nossas vidas, então tal coisa funciona como meu ídolo!
Adoramos e veneramos as bênçãos, por elas cometemos os mais absurdos erros e desvios doutrinários, esquivando-nos de participar dos ensinamentos bíblicos pois os fins estão justificando os meios. Pergunto: como podemos saber se adoramos mais as bênçãos do que ao Deus verdadeiro? Duas respostas:
(1) Se eu estiver disposto a pecar para conseguir o que mais quero. A ética atual é a ética do momento, da conveniência. Estamos mais preocupados com resultados do que com a verdade; buscamos mais a conveniência pessoal do que fazer o que é certo diante de Deus. Preferimos o que dá certo ao invés do que é certo.
(2) Se quando eu não conseguir o que quero a minha reação for pecaminosa, é sinal de que o coração está cheio de ídolos.
O que quero, em si, não é necessariamente pecado! Mas a intensidade com que busco me leva a pecar. (Mt 22.37; 6.33). A questão mais profunda aqui não é o que motiva a buscar as bênçãos mas, quem é o senhor dos padrões de pensamento, sentimentos ou comportamento. Quem além de Deus ocupa minhas convicções e meus desejos? O que se observa em pessoas com ídolos no coração é que as tais nunca estão satisfeitas, sempre precisam de algo mais para se sentir realizado.
Muitas coisas têm ocupado nossas mentes sufocando a presença de Deus: o desejo incontrolado por fama, poder e dinheiro; a crescente manipulação de interesses; a busca ansiosa por reconhecimento; a família; os bens materiais; as posições eclesiásticas (disputadíssimas por sinal nos últimos dias); e tantos outros ídolos que tem deixado o nosso Deus em segundo plano.
Temos servido a Jesus sem compromisso, somos discípulos de improviso, vivenciamos um evangelho superficial. Alguns cristãos têm apenas um verniz, uma casca de piedade, mas nenhuma essência de santidade (Cl 2.20-23).
Deus nos chama a responsabilidade para consagrar a Ele todo o nosso coração: “E agora, ó Israel, que é que o Senhor, o seu Deus, lhe pede, senão que tema o Senhor, o seu Deus, que ande em todos os Seus caminhos, que O ame e que sirva ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração e de toda a sua alma, e que obedeça aos mandamentos e aos decretos do Senhor, que hoje lhe dou para o seu próprio bem” (Dt 10.12,13).
Urge entendermos novamente as palavras de Jesus a Marta: “mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lc 10.42).
Precisamos discernir entre o que é santo e o que é profano (Lv 10.10; Ez 44.23), precisamos deixar de lado a duplicidade religiosa, a falsidade, as máscaras que nos escondem por certo tempo, mas não são afiveladas com segurança tamanha que Deus não possa tirar e desmascarar. Precisamos ser boca de Deus e só o seremos se separamos o precioso do vil (Jr 15-19-21).
“Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!” (I Jo 15.21)

Fontes:
http://www.conselheirobiblico.com/index.php?option=com_content&view=article&id=91:idolos-do-coracao&catid=16:estudos&Itemid=103. Acesso em 25/05/09.
http://www.ibcu.org.br/apostilas/terapia_biblica/aula6.pdf.
Acesso em 20/05/09.
Champlin, R.N. & Bentes, J.M. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Candeia: 1991.
POWLISON, David. Ídolos do coração e feira das vaidades. Brasília: Refúgio, 1ª edição, 1995.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O GRANDE DIA DO SENHOR

Há dias atrás ministrei em minha igreja uma mensagem com este tema tão palpitante. A maneira como Deus manifestou-se ainda está marcado em minha memória. Razão pela qual optei em compartilhar os rabiscos desta mensagem com os internautas, com o esboço que se segue:
O GRANDE DIA DO SENHOR

Texto Base: Sofonias 1.4-18

Introdução: o nome Sofonias no hebraico Sefanya, significa “Jeová esconde”., é um dos chamados profetas menores, era tataraneto do rei Ezequias. Pregou em Judá no reinado de Josias provavelmente entre os anos 640-621 a.C., foi contemporâneo de Naum e de Jeremias. Distingue-se pelo rigor moral, rude clareza e franqueza absoluta, simplicidade e energia, baseadas na certeza na ação de Deus na história humana.

Transição: o “Dia do Senhor” referido em Sofonias é o dia em que um inimigo estrangeiro, a espada do castigo do Senhor, infligiria grande destruição sobre Jerusalém. Esse inimigo foi diversas vezes identificado como os citas, os assírios ou os babilônios. Parece que o cumprimento dessa profecia aconteceu quando Nabucodonosor, rei de Babilônia, capturou Judá no ano 605 a.C. O cumprimento definitivo ocorrerá durante a Grande Tribulação. Dentro desse contexto o “Dia do Senhor” tem a ver com o justo juízo de Deus que cairá sobre o mundo incrédulo e castigará a rebelião contra Ele.

1- OS PECADOS CONDENADOS POR DEUS – vs. 4-9
A- As práticas sensuais em adoração a Baal (vs. 4). Os quemarins: hebraico chemarim: ministrantes dos ídolos, estão em vista os “sacerdotes vestidos de negro” que serviam a diferentes deuses.
B- Os que adoram o exército do céu sobre os eirados (vs. 5). A adoração dos eirados era praticada mediante o oferecimento de incenso e libações – Jr 19.13; 32.29
C- Os sincretistas que juram por Deus e por Malcã (deus dos amonitas) (vs. 5). Esse deus é interpretado como uma referência a Moloque
D- Os apóstatas (vs. 6) – “deixam de andar em seguimento do Senhor”
E- Os indiferentes (vs. 6) – “os que não buscam ao Senhor, nem perguntam por Ele”
F- Os versículos 8 e 9 condenam quatro pecados cardeais:
a. Conformidade com este mundo, simbolizada pelo uso de roupas de fabrico estrangeiro;
b. Saltar sobre o umbral:
1. Imitavam a adoração dos filisteus – I Sm 5.5
2. Ladrões que entram para saquear
c. Violência espalhafatosa
d. Fraude e engano

2- COMO O DIA DO SENHOR AFETARÁ JERUSALÉM – vs. 10-13
A- O Senhor fará ouvir um grito
B- Os juízos de Deus são súbitos e assustadores que os ouvidos dos homens formigam quando ouvem a seu respeito:
a. Observe I Sm 3.11-13; II Rs 21.12; Jr 19.3
b. Tinir os ouvidos significa “vibrar os ouvidos fazendo-os ficar vermelhos de vergonha”

3- CARACTERÍSTICAS DO GRANDE DIA DO SENHOR – vs. 14-18
A- É chamado de grande, pois será um julgamento terrível e todo-consumidor, que varrerá todos a sua frente, sem respeitar nenhuma classe.
B- O dia do Senhor produzirá melancolia e trevas – Is 13.9-10
C- O dia do Senhor trará a destruição causada por Jeová – Jl 1.15
D- Nenhuma riqueza de prata ou ouro poderá livrar uma única pessoa do dia do Senhor – Ez 7.19
E- O dia do Senhor será tenebroso – Am 5.18,20; 8.9
F- Na visão de Sofonias será um dia: amargo, de indignação, de angústia e de ânsia, de alvoroço e desolação, de trevas e escuridão, de nuvens e densas trevas.
G- Na ótica do Novo Testamento:
a. O dia do juízo virá quando a sociedade ficar obcecada com a prosperidade e segurança – I Ts 5.3a
b. O dia do juízo será como as dores de parto de mulher prestes a dar à luz – I Ts 5.3b
c. Começará primeiro pela Casa de Deus – I Pe 4.17-18

4- O DIA DO SENHOR NA VISÃO DO APOCALIPSE: As Fases da Grande Tribulação
A- Abertura dos sete selos – Ap 6.1-17; 8.1-5
a. Primeiro selo: cavalo branco – anticristo, paz;
b. Segundo selo: cavalo vermelho – guerra;
c. Terceiro selo: cavalo preto – fome;
d. Quarto selo: cavalo amarelo – morte;
e. Quinto selo: os santos martirizados são justificados;
f. Sexto selo: terremoto, abalos cósmico, cataclismo no céu e na terra, de tal forma que os homens pediram aos montes que os ocultassem da ira do Cordeiro;
g. Sétimo selo: as sete trombetas.
B- O soar das sete trombetas – Ap 8.6-13; 9.1-21; 11.15-19
a. Primeira trombeta: 1/3 da vegetação é destruída, a terça parte da terra consumida por saraiva e fogo misturados com sangue;
b. Segunda trombeta: lançado ao mar algo semelhante a um grande monte ardendo em fogo, o resultado foi 1/3 da vida oceânica é destruída;
c. Terceira trombeta: caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha e 1/3 da água doce é envenenada;
d. Quarta trombeta: 1/3 dos astros luminares se escurecem;
e. Quinta trombeta: abismo aberto, o homem sofre; primeiro ai: gafanhotos do abismo;
f. Sexta trombeta: quatro anjos são soltos; segundo ai: a terça parte dos homens são mortos;
g. Sétima trombeta: a abertura das taças.
C- O derramamento das sete taças da ira de Deus – Ap 16.1-21
a. Primeira taça: chagas, tumores e pestes generalizadas;
b. Segunda taça: total envenenamento da água salgada;
c. Terceira taça: total envenenamento da água doce;
d. Quarta taça: calor abrasador do sol, irradiação solar se agrava profundamente, provocando a morte dos homens;
e. Quinta taça: trevas e dores sobre a capital do anticristo;
f. Sexta taça: o Eufrates seca e, aparecem três espíritos imundos semelhantes a rãs, capazes de fazer prodígios, a fim de congregar os reis de todo o mundo para a batalha final do Armagedom - Ap 16.16
g. Sétima taça: terremoto e chuva de granizo, Babilônia é destruída.

5- OS ABRIGADOS DA IRA DO DIA DO SENHOR – 2.3
A- Os que buscam ao Senhor no dia da sua graça – Is 55.6; II Co 6.1,2; Tg 4.8
B- Os que fazem a sua vontade – Jo 14.21
C- Os justificados pela graça de Cristo – Rm 5.1-2; 8.30-39
D- Os que compartilham da mansidão de Cristo – Mt 5.5; 11.29

6- O APARECIMENTO DE CRISTO EM GLÓRIA – Ap 19.11-16
A- Seu nome: fiel e verdadeiro
B- Os olhos flamejantes de fogo não deixarão escapar nada, porque Ele vem para julgar e guerrear – II Ts 1.7,10
C- Os muitos diademas na sua cabeça mostram que Ele vem como Rei dos reis
D- O nome que ninguém conhece, a não ser Ele mesmo, fala de sua glória intima e da natureza que Jesus reparte com o Pai – Lc 10.20; Jo 17.5
E- O manto tinto de sangue prova o seu sacrifício no Calvário
F- Os remidos estarão montados em cavalos brancos que o acompanharão

Conclusão: para aqueles que desejam escapar da ira do grande dia do Senhor ainda há tempo para arrependimento – Sf 2.1-2
Por Pastor Sérgio Pereira