terça-feira, 11 de agosto de 2009

Agradáveis no Amado!

“O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... nos fez agradáveis a Si no Amado” (Efésios 1.3,6)

Que maravilhosas são estas palavras! Na verdade, pouco a compreendemos, mas quando nossos corpos serem glorificados como o de nosso Senhor (Fp 3.21) e conhecermos como também somos conhecidos (I Co 13.12), então compreenderá em toda a sua plenitude o que significa ser feito agradável a Deus no Amado.
Tomemos um pouco do nosso tempo para entendermos este maravilhoso tema.
Observem que o texto não diz que somos feitos agradáveis a Deus em nós mesmos, mas sim, em Cristo. Se fossemos aceitos segundo o que somos, haveria então diferentes medidas e graduações no agrado divino com que seriamos contemplados, mas como somos feitos agradáveis a Deus em Cristo, então o Seu agrado no mais fraco e humilde crente será no mesmo nível para com o mais notável e brilhante crente. No sentido desta palavra todos nós em Cristo, desde Adão até ao ultimo que vier a existir, estamos igualmente no perfeito agrado de Deus, pois Ele contempla um e outro em toda a perfeição do Amado.
Esta parece ser a única referência a Cristo como o Amado. Tal palavra nos traz agrado, deleite, prazer, ternura. Cristo, Aquele em quem o Pai encontra todo o Seu deleite e Agrado é também o nosso Amado! Como isso só não bastasse, somos aceitos e feitos agradáveis a Deus por Cristo, o nosso Amado. Que esplendida graça divina!
Tal verdade é evidenciada de forma figurada no holocausto descrito no primeiro capítulo de Levítico e de forma mais clara a verdade aparece quando se considera o holocausto em contraste com o sacrifício pelo pecado. No holocausto vemos em figura como somos feitos agradáveis a Deus e aceitos por Ele em toda a perfeição e fragrância do sacrifício, no sacrifício pela culpa vemos como somos libertos de toda a culpa. Na oferta pelo pecado o animal era morto para em seguida, todo o animal, como o couro e a sua carne, com a sua cabeça e as suas pernas, as suas entranhas e o seu esterco, era levado fora do arraial e ali totalmente queimado (Lv 4.11-12).
A palavra usada para o queimar da oferta pela expiação do pecado (em hebraico, saraph) é completamente diferente da palavra usada para o queimar do holocausto (em hebraico, qatar). A primeira é uma palavra que fala do furor do fogo consumidor, do fogo que descendo em julgamento justo sobre aquilo que era ofensivo a Deus, gastava-se na completa e absoluta destruição da vítima. A vítima ou oferta era assim queimada por ter sido identificada com o pecado do ofertante.
Cristo, puro e imaculado, tomou sobre si o nosso pecado (I Pe 2.24), Aquele que não conhecera pecado, fez-se pecado por nós (II Co 5.21), assim o fogo da justiça divina caiu sobre Ele, identificado com o nosso pecado na terrível e escura hora da cruz.
A segunda palavra usada para queimar em relação ao holocausto (qatar), é usada para o queimar do incenso sobre o altar de ouro que figuradamente nos apresenta a adoração e é esta palavra que é sempre empregada em relação ao altar de bronze onde se oferecia o holocausto. Todos os sacrifícios oferecidos neste altar eram ofertas de “cheiro suave”. A palavra qatar significa que o ato de queimar libera todo o cheiro suave do sacrifício, fazendo-o subir como incenso diante de Deus, figurando um dos mais maravilhosos aspectos da morte de Cristo.
Por isso, sabemos que o mais fraco crente em Cristo em feito absolutamente agradável a Deus no Amado, aceito por Deus na mesma medida em que o seu Amado é aceito.
Oh maravilhosa graça de Cristo que traz-nos a alegria de sermos perfeitos diante de Deus na perfeição do Seu Amado!