sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano Novo: Tempo de Renovar a Esperança!


Por Pr. Sérgio Pereira


"Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo”. - Is 43.18,19


O fim de ano chegou e com ele a expectativa do novo ano que se avizinha. A expectativa do novo sempre é estressante, angustiante e até mesmo nostálgica. O incerto nos apavora, nos amedronta e nos faz receosos e tímidos diante dos desafios que supostamente estão a nos esperar no ano por vir. Os desafios do ontem foram superados e vencidos nos dando experiência e voracidade para enfrentarmos os desafios vindouros. Todavia, a incerteza do que pode ou não vir, traz consigo toda uma nuvem de preocupação e temor.
Vivenciamos uma crise de valores sem precedentes, a corrupção assola os mais altos postos do governo, a crise financeira ainda abala alguns setores da economia. Uma transição governamental na nação brasileira gera uma espécie de ansiedade na população pois afinal, o governo estará nas mãos de uma mulher que nunca fora eleita para nada em sua vida. A Igreja, esta que deveria ser a coluna e o baluarte da verdade, sofre uma crise de apostasia assustadora. O ano que termina traz em seu bojo escândalos e mais escândalos no meio evangélico. Vimos de tudo um pouco em 2010.
O texto do livro de Isaías, aqui mencionado, surge num contexto de desesperança, desconfiança e frustração, por causa do cativeiro babilônico, e nos traz algumas lições especiais:
- "Não vos lembreis das coisas passadas...". O passado não deve ser ignorado, mas deve ser visto na expectativa de mudança. O profeta valorizou sua história e compreendeu como um instrumento de capacitação para responder aos desafios de um presente desfavorável. Como o profeta, temos que infundir esperança e novas perspectivas, apesar do caos que vivemos.
- "Eis que faço coisa nova...". O Senhor é Deus de novidade de vida. Essa condição não se concretiza sem uma confiança inabalável na condução divina da história. Assim como o profeta pregou para o povo de Israel do cativeiro, precisamos ter os olhos da fé abertos para a grande oportunidade que o momento presente nos coloca, oferecer uma mensagem que desperte esperança, ainda que vivenciemos uma dura realidade.
- "... porei água no deserto...". A frase está no futuro. Isto nos proporciona a ver com esperança, e sonhar com dias melhores.
Neste período de ano novo, portanto, é necessário renovarmos as esperanças, reabastecer as nossas energias espirituais, nos voltarmos mais e mais para Deus, rogarmos ajuda do alto para contar os nossos dias com coração sábio (Sl 90.12), nos conscientizarmos do valor do nosso tempo e aproveitá-lo da melhor maneira possível. Para tanto, Deus não nos pede gestos de heroísmo, nos pede amor e justiça, atitudes fundamentais a uma autêntica vida cristã.
O ano novo é época de reavaliarmos nossa conduta no passado e traçarmos expectativas e projetos para o futuro que nos levem ao amadurecimento e aprendizado.
O próximo ano, com certeza, será um ano de dificuldades em vários aspectos, mas para nós será mais um ano de dedicação ao serviço e a missão. Quanto mais amadurecidos e motivados estivermos, mais fácil conseguiremos realizar mais uma etapa na caminhada evangelizadora da Igreja, como sinal de conversão e compromisso.
Nesse novo ano, lembre-se de que você precisara sempre Daquele que disse: “sem mim nada podeis fazer”! (Jo 15.5)
Feliz ano novo!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Uma Grande Porta Me Abriu


"Porque uma porta grande e eficaz se me abriu..." (I Coríntios 16.9)


Através das palavras descritas acima, quero exaltar a Deus ao comunicar aos leitores desse blog a publicação de uma matéria por mim escrita na conceituada Revista Manual do Obreiro, publicada pela CPAD.

A referida revista tem sua publicação trimestral e um público alvo distinto: a liderança pentecostal brasileira.


Na edição de n° 52, correspondente ao 1º Trimestre de 2011, na página 70, Deus honrou-me com a publicação do artigo intitulado "Avivamento e Espiritualidade", versando o que é e o que não é avivamento à luz da Bíblia Sagrada.


Ao Pr. Silas Daniel (editor chefe) e ao irmão Eduardo Araújp (redator responsável) meus sinceros agradecimentos!


Adquira o seu exemplar!

sábado, 4 de dezembro de 2010

Mensageiro da Paz Dezembro 2010


Mais uma vez sou agraciado por Deus pelo privilégio de ter uma matéria escrita por mim publicada no Jornal Mensageiro da Paz, orgão oficial das Assembleias de Deus filiadas a CGADB. O Mensageiro da Paz edição nº 1507, de dezembro de 2010, traz na página 18, o artigo intitulado "Cuidado com as cisternas rotas". Adquira o seu exemplar e leia-o.

Aproveito o espaço para agradecer ao Pr. Silas Daniel, editor-chefe do referido jornal e ao irmão Eduardo Araújo, um dos redatores deste abençoado veículo de comunicação cristã.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Banalização do Sagrado

Por Pastor Sérgio Pereira

Para inicio de conversa é preciso definir o termo banalização. Banalização é algo que teve sua imagem desgastada, ou algo de importância que se tornou menos importante pela exaustão da repetição sobre um determinado assunto. "A banalização da violência", por exemplo, pode expressar que, de tão comum, algo tão sério acabou virando algo rotineiro. Banalização (banalizar + ção) é o substantivo construído a partir do verbo banalizar (banal + i + zar), que indica a ação de tornar banal (comum, curriqueiro, costumeiro, aceitável facilmente, incorporável...), com origem na forma francesa arcaica "ban-". Banalização significa ainda vulgarização. Banalizar é tornar algo “estupidamente” comum e sem importância, vulgarizar. Fazer com que algo perca a importância é uma das estratégias mais eficazes para destruir, em definitivo, o poder de um fato, uma idéia.

Numa olhada rápida e sem profunda análise para o meio evangélico atual, não é necessário ser expert para definirmos que ocorre em muitos setores uma irritante banalização do sagrado.

A liturgia outrora tão simples, hoje rodeada de pompa, bons cantores e oradores, mas tão banalizada, tão vulgarizada. O lugar do culto que deveria ser o epicentro da adoração e da manifestação do divino, o encontro do sagrado com o humano, é vulgarizado por crentes inescrupulosos que não possuem a nítida compreensão dos elementos do verdadeiro culto a Deus. Junta-se a isso ministros do altar, que fazem do púlpito a profissionalização de suas ambições, mercantilizando o evangelho genuíno de Jesus.

A esses produtores da banalização do ambiente sagrado, o apostolo Pedro em sua segunda carta afirma que eles foram resgatados pelo Senhor, mas se desviaram (2.1,15,19,20-22), apesar disto, continuam dentro da Igreja (2.1,13). O interesse deles é puramente financeiro, tal como Balaão (2.3,14-15) e que muitos os estão seguindo (2.2). todavia, seu modo de caminhar é identificado através de seu comportamento. Pedro apresenta verbos e adjetivos que nos fazem compreender o caráter dos banalizadores do sagrado: falsos, dissimulados, hereges, destruidores, negam a Cristo, libertinos, avarentos, mentirosos, fazem comércio de vidas, são carnais, seguem paixões imundas, são rebeldes, atrevidos, obstinados, como animais irracionais, blasfemos, injustos, luxuriosos, enganadores, adúlteros, insaciáveis, malditos, vaidosos, arrogantes, inconstantes, escravos da corrupção (2.1-3,10-14,18-19; 3.3). Apesar de todo esse conteúdo maligno, tais homens apresentam uma aparência positiva. Afinal, são líderes, são mestres, e prometem liberdade aos seus seguidores (2.1-2,19). Mas, no final, “são fontes… sem água. São nuvens… também sem água” (II Pe 2.17; Jd 12). O seu aspecto é promissor, mas eles não produziam nada de positivo. Para um povo que vivia em região seca, árida, onde as chuvas eram extremamente necessárias, nuvens sem águas eram inúteis, um triste engodo. É triste saber disto, mas há cristãos inúteis. Não beneficiam ninguém. São enganadores.

Cito as palavras de Isaltino Gomes Coelho Filho em artigo de título igual a este: “Observo a trivialização da oração e da leitura bíblica, por exemplo. Vai se iniciar uma assembléia administrativa, seja em igreja ou em assembléia convencional. É de bom tom fazer um momento devocional. Gostaria muito de pensar que nossos corações estão ali, na devoção. Sucede que, muitas vezes, é um ato rotineiro, uma obrigação a cumprir, e enquanto é cumprida, todos parecem ansiosos para que termine e se vá ao principal, a administração dos negócios de Deus. A comunhão com Deus deve cessar logo para cuidarmos dos negócios dele. Vejo, nas assembléias convencionais, pessoas conversando, usando celulares, lendo relatórios, cumprimentando-se, conversando alegremente, enquanto o momento espiritual transcorre. A parte séria, que importa e que levou as pessoas até ali, ainda não começou. O que está se fazendo é só uma “devocionalzinha”.”

Milhares de pessoas entram pelos umbrais da igreja evangélica, mas continuam prisioneiras de seus pecados. Têm nome de crente, mas não vida de santidade. Em vez de ser instruídas na verdade, são alimentadas por toda sorte de misticismo contrário às Escrituras. Em vez crescerem no conhecimento e na graça de Cristo, aprofundam-se no antropocentrismo idolátrico, que está maquiado de espiritualidade. Dentro desta perspectiva, os céus estão a serviço da terra. Deus está a serviço do homem. Não é mais a vontade de Deus que deve ser feita na terra, mas a vontade do homem no céu. Tudo tem de girar ao redor das escolhas, gostos e preferências do homem. O bem-estar do homem e não a glória de Deus tornou-se o foco central da vida. Assim, o culto também tornou-se antropocêntrico. Cantamos para o nosso próprio deleite. Louvamo-nos a nós mesmos. Influenciados pela síndrome de Babel, celebramos o nosso próprio nome.

A banalização do sagrado é denunciada nas Escrituras. O profeta Malaquias denunciou com palavras candentes o desrespeito dos sacerdotes em relação à santidade do nome de Deus, do culto, do casamento e dos dízimos. A religiosidade do povo era divorciada da Palavra de Deus. As coisas aconteciam, o povo vinha ao templo, o culto era celebrado, mas Deus era não honrado. Jesus condenou, também, a banalização do sagrado quando expulsou os vendilhões do templo. Eles queriam fazer do templo, um covil de salteadores; do púlpito, um balcão de negócios; do evangelho, um produto de mercado e dos adoradores, consumidores de seus produtos. O povo profanava com suas atitudes, estavam preocupados consigo mesmos, fizeram do templo um lugar para ganharem a vida. Por causa de seus interesses vinham ao templo não para terem comunhão, nem tampouco para oferecerem sacrifícios. O templo era tudo para eles, menos lugar de adoração, de devoção. O templo deixou de ser um lugar atrativo para o mundo, pois o pátio reservado aos gentios que não conheciam a Deus, estava contaminado pelos vendilhões.

Nos dias de Eli o povo de Israel entrou em guerra contra os filisteus, pensando que Deus estava do lado deles, mesmo quando seus sacerdotes estavam em pecado. Porém, vários israelitas morreram na batalha, porque o ativismo não substitui santidade. Em vez de se arrependerem mandaram buscar a arca da aliança, símbolo da presença de Deus. Quando a arca chegou, houve grande celebração ao ponto de fazer estremecer o arraial do inimigo, mas uma derrota ainda mais fatídica foi imposta a Israel e trinta mil soldados pereceram, os sacerdotes morreram e a arca foi tomada pelos filisteus.

Alegria e entusiasmo sem verdade e sem santidade não nos livram dos desastres. Rituais pomposos sem vida de obediência não agradam a Deus. Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que fazemos. Antes de Deus aceitar o nosso culto, ele precisa agradar-se da nossa vida.

Precisamos examinar os nossos corações e nos voltarmos para Deus. Arrependamos-nos! Deixamos o pecado e revistamos-nos da verdade do Evangelho para que a luz de nossas obras brilhe diante dos homens a fim de glorificarem o nosso Pai que está nos céus (Mt 5.16).

domingo, 31 de outubro de 2010

Que Igreja Seremos? Separados Pelo Imediatismo!

Por falta de tempo, não tenho escrito artigos para postar aqui. Por isso minhas últimas postagens tem sido de outros escritores que aprecio e concordo com suas ponderações. Abaixo segue um artigo escrito pelo Pr. Aristarco Coelho. Bom leitura
Que Igreja Seremos? Separados Pelo Imediatismo!


Aristarco Coelho


Essa é outra poderosa muralha que nos separa uns dos outros e impede o amor de acontecer: Se no passado algumas sociedade adotaram o imediatismo como orientação de vida, nunca na história humana ele se tornou um padrão global como agora vemos e vivemos.
Há uma lenda judaica que fala sobre imediatismo.
Dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo.
Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.
Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera. Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.
O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verde. Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.
Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado. Então ambos entenderam o trabalho do semeador.
Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar. O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:
O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro. E voltou para a cidade, fugindo do campo.
O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viu-o levar o trigo para o celeiro. Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.
Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.
Somos uma geração que se acostumou com coisas instantâneas. Estamos longe da árdua tarefa de cultivar a terra e por isso desconhecemos a lei do plantio e da colheita. Perdemos a habilidade de esperar o tempo necessário para que a vida aconteça de forma natural. Queremos tudo imediatamente.
• Um clique e temos luz;
• Giramos a torneira e temos água;
• Usamos o telefone e falamos com pessoas distantes;
• Vamos ao supermercado e temos todo o alimento que quisermos;
• As filas nos dão a sensação de prejuízo (perda de tempo);
• Computadores lentos são repudiados.
• A falta de objetividade das pessoas nos incomoda;
• Pessoas que não acendem com um clique são menosprezadas;
• Gente que toma o nosso tempo nos causa prejuízo;
• Pessoas confusas e lentas em aprender são repudiadas;
• Gente que não acerta de primeira, não é chamada de novo
Ninguém quer ou precisa abrir mão das facilidades que o progresso nos trouxe, mas precisamos compreender que rapidez e agilidade podem ser ótimas conquistas para o nosso conforto, mas não devem invadir nossos relacionamentos na forma de imediatismo, sob pena de coisificarmos as pessoas e de o amor ser impedido de acontecer.

Por que gostamos de coisas instantâneas?
Pode ser que alguns falem que gostamos de coisas instantâneas porque isso reduz o trabalho, mas eu creio que o imediatismo de nossos dias parece estar profundamente enraizado não no benefício da redução do trabalho, mas na maneira com que nos relacionamos com tempo.
Para a grande maioria da sociedade ocidental o tempo é um bem de consumo avaliado pelas leis econômicas. A máxima de que tempo é dinheiro dá a dimensão da importância desse “produto”.
Mas porque o tempo tem tanto valor se ele é um bem abundante e disponível para todos? A questão é que o tempo é volúvel (isto é, se dissipa rapidamente) e imprevisível (pode chegar ao fim sem nenhum aviso), por isso é tão precioso.
O que faz o tempo se volúvel e imprevisível? A morte. A expectação do fim da vida é que torna o tempo tão preciso. Quanto menor for o horizonte do tempo disponível, mas importante esse tempo se torna.
Muitas pessoas que recebem a notícia do fim provável de suas vidas, são capazes de repensar seus hábitos e refazer sua escala de valores; embora uma notícia como essas também seja capaz de até antecipar o fim de outras pessoas.
Alguns idosos são capazes de se desligar de coisas e situações da quais, em sua juventude, achavam impossível abrir mão, porque agora entendem melhor o valor do pouco tempo que lhes resta; embora outros idosos se tornem ainda mais exigentes, apegados a si mesmos e imediatistas.
A verdade é que quando não há tempo (ou temos a sensação de que o tempo é curto), nos sentimos pressionados, acuados e nos tornamos imediatistas. Então, nossa escala de valores se revela e priorizamos aquilo que realmente é mais importante para nós.
A questão é que se a morte for o ponto final do tempo, então estamos todos destinados ao imediatismo. Os seguidores de Jesus não pensam assim, por isso podem viver libertos do imediatismo.
Nesse mundo, há tempo para todas as coisas.
(1) HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: (2) Tempo para nascer, tempo para mor¬rer; tempo para plantar, tempo para colher; (3) tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; (4) tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; (5) tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; (6) tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; (7) tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; (8) tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz. (9) Que vantagem o homem tem com o trabalho pesado, que cansa tanto? (10) Vendo os vários tipos de trabalho que Deus deu aos homens, fiquei pensando nessa pergunta. (11) Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Ecc 3:1-11)
Mas não há só esse mundo.
1Co 15:19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.
Quando entendemos que o tempo foi criado por Deus como uma dimensão humana, mas que ele mesmo está fora do tempo, podemos que um dia estaremos libertos do tempo.
Quando nossos horizontes de tempo são alargados para a eternidade, o imediatismo não encontra lugar para prosperar.
Quando passamos a viver a vida na perspectiva da eternidade, a pressão pelo imediato se dissipa e ganhamos tempo para fazer o que há de mais importante: amar as pessoas de forma prática, dedicando nosso precioso tempo.
Quando nossos olhos estão postos na promessa feita por Cristo de que estaremos com ele, o tempo deixa de ser nosso inimigo e passa a ser nosso aliado.
Se queremos derrubar a muralha do imediatismo, precisamos da eternidade em nosso coração e a convicção de que o Senhor estará conosco aqui enquanto amamos os irmãos e esperamos a promessa.

domingo, 24 de outubro de 2010

O Pregador Caipira... Confusão Bíblica

Ontem (23/10/10) ministrei aula de homilética no curso de capacitação de líderes da UMADJO (União da mocidade das Assembleias de Deus de Joinville). Compartilhei com os alunos a estória abaixo que recebi por e-mail e não sei a fonte ou a autoria. Enfatizei a necessidade do preparo bíblico do pregador.
A pedido dos alunos do curso estou postando nesse blog para apreciação dos leitores. Leiam e tirem suas próprias conclusões.

O PREGADOR CAIPIRA... CONFUSÃO BÍBLICA

Conta-se que certo caipira estava no seu trabalho, num canavial, quando, de repente, viu brilhar três letras no céu: VCC.
Muito religioso, o caipira julgou que aquelas letras significavam “VAI, CRISTO CHAMA”. Fiel a visão correu ao pastor de sua Igreja e contou-lhe o ocorrido, concluindo que gostaria de devotar o restante de sua vida à pregação do Evangelho. O pastor surpreso diante do relato, disse:
- Mas para pregar o Evangelho, é preciso conhecer a Bíblia. Você conhece a Bíblia o bastante para sair pelo mundo pregando a sua mensagem?
- Claro que sim! – Disse o homem.
- E qual é a parte da Bíblia que você mais gosta e conhece?
- As parábolas de Jesus, principalmente a do bom samaritano.
- Então, conte-a! – Pede o pastor, querendo conhecer o grau de conhecimento bíblico do futuro pregador do Evangelho.
O caipira começou a falar:
- “Descia um homem de Jerusalém para Jerico, e caiu entre os salteadores. E ele lhes disse: ‘varões irmãos, escutai-me: não tenho prata nem ouro, mas o que tenho isso te dou’. E entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade. E partindo dali foi conduzido pelo Espírito ao deserto, e tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome, e os corvos lhe traziam alimento, pois alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E sucedeu que indo ele andando, eis que um carro de fogo o ocultou da vista de todos. A rainha de Sabá viu isso e disse: ‘não me contaram nem a metade’. Depois disso, ele foi até a casa de Jezabel, a mãe dos filhos de Zebedeu, e disse: ‘tiveste cinco maridos, e o homem que agora tens, não é teu marido’. E olhando ao longe, viu a Zaqueu pendurado pelos cabelos numa árvore e disse: ‘desce daí, pois hoje almoçarei em tua casa’. Veio Dalila e cortou-lhe os cabelos, e os restos que sobraram foram doze cestos cheios para alimentar a multidão. Portanto, não andeis inquietos dizendo: ‘que comeremos?’, pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas’. E todos os eu o ouviram se admiraram da sua doutrina”.
O caipira entusiasmado olhou para o pastor e perguntou:
- E então, estou pronto para pregar o Evangelho?
- Olha, meu filho – disse o pastor – eu acho que aquelas letras no céu não significavam: “Vai, Cristo chama”. Antes, deveriam ser lidas: “VAI CORTAR CANA”.

MORAL DA HISTÓRIA: Um conhecimento superficial da Bíblia pode causar muita confusão e não é atestado ou certificado de autenticidade para um pregador.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

GANHEI CORAGEM

Recebi o texto abaixo por e-mail. Concordo com quase tudo que Rubem Alves expoe aqui. Por isso compartilho com os leitores deste modesto blog. Faça seus comentários!
Ganhei Coragem
Rubem Alves / Colunista da Folha de S. Paulo
"Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece", observou Nietzsche.
É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo.
Albert Camus, leitor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora em que a coragem chega: "Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos". Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem.
Vou dizer aquilo sobre o que me calei: "O povo unido jamais será vencido", é disso que eu tenho medo.
Em tempos passados, invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o "povo" tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo. Não sei se foi bom negócio; o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de TV que o povo prefere.
A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia, o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse na montanha para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas, Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os Dez Mandamentos.
E a história do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante a amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou. Passado muito tempo, Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos. E o que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: "Agora você será minha para sempre." Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus.
Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta, mas sabia que ela não era confiável. O povo preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhe contavam mentiras. As mentiras são doces; a verdade é amarga. Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos, o circo eram os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos!
As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo. O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos.
Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro "O Homem Moral e a Sociedade Imoral" observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se "responsáveis" por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival.
Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo.
Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói a democracia. Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão.
Quem decide as eleições e a democracia são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras.
O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade.
Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a revolução cultural, na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar. O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer.
O povo, unido, jamais será vencido! Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos. Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio; não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol.
Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e a engolir sapos e a brincar de "boca-de-forno", à semelhança do que aconteceu na China.
De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça, é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute:
- "Caminhando e cantando e seguindo a canção..."
Isso é tarefa para os artistas e educadores. O povo que amo não é uma realidade, é uma esperança.

Rubem Alves

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

TRÊS TIPOS DE PESSOAS QUE NÃO PODEM ESTAR NO ARRAIAL DE DEUS

Ministrei a mensagem a seguir no culto de edificação espiritual de minha igreja, tradicionalmente conhecido como culto de doutrina. A maneira como Deus trabalhou, despertou-me para colocar o esboço da mensagem a disposição dos leitores desse blog.

TRÊS TIPOS DE PESSOAS QUE NÃO PODEM ESTAR NO ARRAIAL DE DEUS

Texto Base: Nm 5:1-4

1- OS LEPROSOS
A- Lepra no hebraico tsaraath
B- A lepra começa com pequenas manchas brancas ou róseas no corpo e, vai avolumando-se e espalhando-se por todo o corpo
C- O leproso fica insensível ao tato e à dor
D- O leproso fica deformado no estágio avançado da doença
E- A lepra representa o pecado
F- Os leprosos eram considerados imundos pela lei mosaica – Lv 13:12,17 G- Os leprosos eram proibidos de ficar no arraial porque podiam contagiar o restante do povo
H- Veja o exemplo de Acã que com seu pecado levou todo Israel a perecer – Js 7:1-26
I- Um leproso nunca podia tornar-se um sacerdote – Lv 22:2-4
J- Cinco características da lepra
a. A lepra separa
b. A lepra deixa a pessoa insensível
c. A lepra deforma
d. A lepra contagia
e. A lepra mata

2- OS QUE TÊM FLUXO DE SANGUE
A- No grego rúsei aímatos
B- Constante perda de sangue ou hemorragia
C- O fluxo de sangue causava três tipos de segregação:
a. A segregação conjugal: segundo a lei, a mulher com fluxo de sangue não podia relacionar-se com o marido (Lv 18:19). Se fosse solteira não podia casar. A mulher menstruada era impura e proibida de ter relações sexuais com o marido e tudo quanto tocava tornava-se impuro.
b. A segregação social: uma mulher com hemorragia não podia relacionar-se com as pessoas, era tratada como uma leprosa
c. A segregação religiosa: não podia entrar no templo e nem na sinagoga para adorar, era proibida de participar do culto público, pois estava em constante condição de impureza – Lv 15:25-33
D- Espiritualmente são aqueles que estão perdendo vida espiritual
E- Como Sansão levantam-se para guerrear, mas não sabem que o Espírito Santo já se retirou deles – Jz 16.20

3- OS IMUNDOS QUE TOCARAM EM MORTOS
A- A lei do nazireado proibia tocar e aproximar-se de mortos – Nm 6:1-21
B- São pessoas que vivem trazendo o passado ao presente – Fp 3:13,14
C- Pessoas que vivem a tocar no erro dos outros – Mc 4:24
D- Sansão começou a morrer quando tocou no leão morto – Jz 14:8,9,14
E- Aplicação:
a. A ressurreição do baile das máscaras. Os crentes de hoje passam o tempo inteiro pecando, no momento do culto apresentam-se com a máscara da piedade
b. Nome de quem vive, mas está morto – Ap 3.1

Mensagem ministrada por Pr. Sérgio Pereira na IEADJO Shalom/Espinheiros, no dia 14 de Setembro de 2010.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Em Busca do Crescimento Espiritual

Por Pastor Sérgio Pereira

“Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”. (Efésios 4.14-16)

Todo cristão verdadeiro precisa ter consciência de que é preciso crescer. Vida cristã é vida de constante progressão e crescimento. Crescimento é um dos principais assuntos das Sagradas Escrituras. Desde a primeira página da Bíblia encontramos este ensino. Deus criou árvores frutíferas que dão fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele; criou a relva e ervas que dão semente segundo a sua espécie. Deus criou animais e aves capazes de reprodução e multiplicação. O comentário após cada estágio da criação foi: “E viu Deus que isso era bom”. A lição é simples, todavia importante: Deus se agrada do crescimento.
O crescimento espiritual inicia-se a partir do momento da conversão o cristão coloca em desenvolvimento sua vida espiritual até que chegue a estatura de Cristo (Ef 4.13). Para tal, é necessário abandonar as coisas de menino (I Co 13.11; Ef 4.14) e perseguir o crescimento como um ideal cristão (Hb 5.14).
Observemos alguns pontos:

1- EVIDÊNCIAS QUE ENFATIZAM A NECESSIDADE DE CRESCIMENTO DEMONSTRANDO NOSSA INFANTILIDADE
Quando as orações são sempre as mesmas (Lc 11.1).
No texto de Lucas os discípulos pediram a Jesus para lhes ensinar a orar porque as orações dos judeus eram sempre as mesmas (Mt 6.7). Na narrativa da oração do fariseu e do publicano encontramos um perfeito exemplo de orações repetitórias e enfadonhas. (Lc 18.9-14). Quando consideramos o fariseu, vemos uma atitude orgulhosa quando ele se aproxima de Deus. Essa atitude era demonstrada de dois modos diferentes. O fariseu demonstrava sua atitude orgulhosa primeiro de tudo pela sua postura. Ele estava em pé. Sem dúvida, tinha olhado rapidamente ao redor de si para ter certeza de que alguém estava perto para ouvir como ele era maravilhoso. Não somente estava de pé, mas, como Jesus o descreve: "orava de si para si mesmo". Ele estava mais preocupado em lembrar-se de suas virtudes, e com aqueles que o ouviam, do que estava em falar com Deus. Esta atitude era também demonstrada pela própria oração. Não havia demonstração de reverência a Deus. Não havia manifestação de humildade. Não havia reconhecimento de sua posição em relação com aquele a quem estava se dirigindo. Não havia petição. A única coisa que vemos na oração do fariseu era uma apresentação convencida, orgulhosa, de suas virtudes em relação com outros. No fariseu vemos o sentimento de que Deus tinha que ouvi-lo e aceitá-lo pelo que ele era e pelo que tinha feito. Sua oração era uma medonha demonstração de hipocrisia.
Quando há divisões em nosso meio (I Co 1.10; 3.1-5). Crianças são propensas a grupinhos, facções. No tempo de escola era natural ter diversos grupos dentro da sala de aula.
Quando estamos mais interessados em receber do que a dar (At 20.35). Crianças adoram ganhar presentes, mas detestam ter de dar ou repartir alguma coisa.
Quando não levamos a sério os compromissos. Crianças não tem senso de responsabilidade (Mt 16.24). Peça a uma criança para lavar o seu carro e veja o que acontece. Temos visto um evangelho superficial vivido por pessoas sem compromisso algum com a verdade. Muitos ainda hoje, estão na igreja, mas não seguem a Jesus de verdade. Estão no meio da multidão, mas não conhecem a Jesus nem tem qualquer aliança com Ele, tampouco possuem compromisso com Ele. Há muitas pessoas hoje, que vivem uma vida rasa, descomprometida, superficial. Têm apenas um verniz, uma casca de piedade, mas nenhuma essência de santidade.
Quando há inversões de valores. Crianças adoram espetáculos, a ficção os fascina. Elas crêem em Papai Noel, coelhinhos da páscoa, historinha da cegonha, etc. Crianças não dão valor as coisas certas: trocam uma barra de ouro por uma de chocolate. A inversão de valores na Igreja atual é arrasadora. Os crentes preferem o que dá certo em lugar do que é certo. Sua ética era a ética do momento, da conveniência. Muitos ainda hoje agem desta mesma forma. Estão mais preocupados com resultados do que com a verdade; buscam mais a conveniência pessoal do que fazer o que é certo diante de Deus
2- CRESCENDO EM TRÊS DIREÇÕES
 Crescendo para baixo: raízes profundas (Jr 17.7,8; Jó 8.17; Sl 92.12; Cl 2.7; Ef 4.14).
 Crescendo para cima: comunhão (Sl 92.12; Ef 2.6; Hb 10.19,20).
 Crescendo para os lados: frutificação (Jo 15.8; Lc 13.6-9).
3- COMO É POSSÍVEL CRESCER ESPIRITUALMENTE?
Deus está sempre pronto a nos dar o crescimento. Nós cresceremos espiritualmente se fizermos assim:
É preciso desejar crescer (I Pe 2.2). A palavra “maduro” significa “cheio”, “completo”, “que atingiu o alvo”, “íntegro”. Assim entendemos que o cristão maduro é alguém que tem sido enriquecido pelas experiências com Deus, que está alcançando o alvo que Deus estabeleceu para tal pessoa. A verdade é que Deus tinha um propósito para as nossas vidas quando Cristo nos salvou. (Fp 3.12-18). É impossível alcançar o alvo divino se não apontarmos em direção a ele. Talvez a distância entre nós e o alvo estabelecido por Deus seja grande, mas a distância entre nós e o próximo passo não é tão grande. Nunca alcançaremos o alvo se não dermos o primeiro passo e depois o segundo e assim sucessivamente. Alcançaremos a maturidade cristã quando a estabelecermos como prioridade em nossas vidas.
Ingerindo alimento sólido e deixando o leite (I Co 3.2; Mt 4.4). A má alimentação atrapalha o crescimento. É preciso ter alimentação equilibrada para não ter crescimento anêmico ou retardado. O cristão que almeja o crescimento tem na Palavra de Deus a fonte de sua alimentação, pois dela emana boa doutrina que sustenta, dando força para as tempestades da vida. Estudarmos e meditarmos na Bíblia todos os dias (Js 1.8-9; Sl 1.1,2); aprendendo de Jesus (Mt 11.29); aplicando a palavra na vida e guardando-a no coração (Ap 1.3); são algumas formas de alimentar-se solidamente para crescer fortemente.
Mortificando as obras da carne (Gl 5.24). Não falar palavras torpes (Ef 4.29), não enganar ninguém (I Ts 4.6), não mentir (Cl 3.9), ser fiel na vida matrimonial (Ml 2.14-15), manter para com os vizinhos, seus familiares e em seu trabalho a mesma conduta que tem na igreja, buscar a libertação de todos os males (Jo 8.32,36), vestir-se de modo decente, honesto, com pudor e modéstia (I Tm. 2.9,10)
Mantendo com Cristo uma comunhão ininterrupta (Jo 15.4,5). É de Cristo que vem toda suficiência para o crescimento espiritual. É da videira que vem substância capaz de fortalecer os ramos, para que os mesmos sejam vistosos, fortes e frutíferos.
Esteja crucificado com Cristo (Gl 2.20)
4- FATOS QUE EVIDENCIAM QUE HOUVE CRESCIMENTO ESPIRITUAL
 Capacidade cada vez maior de evitar o pecado. A criança cai muito, o adulto não (Ef 4.17-21)
 Linguajar diferenciado: uma criança pensa, fala e sente como criança (I Co 13.11)
 Imunidade progressiva contra heresias e ventos de doutrinas (Ef 4.14)
 Superação da carnalidade pelo “despojamento do velho homem” (Ef 4.22-24)
 Vida prática pautada pela espiritualidade sob o controle do Espírito Santo (Ef 4.25-32)
 Desempenho de ministério na Igreja (Ef 4.11-13)
O crescimento espiritual é o processo de despertar interno, e de tornar-se consciente do nosso ser interno. Significa o aumento da consciência além da existência ordinária, e o despertar para algumas verdades universais. Significa ir além da mente e do ego e realizar quem você é realmente. O crescimento espiritual é o direito de sucessão de todos. É a chave a uma vida de felicidade e de paz de espírito, e a manifestação do poder enorme do espírito interno. Este espírito está ingualmente atual dentro da pessoa a mais materialista, e dentro da pessoa a mais espiritual. O nível da manifestação da espiritualidade é dependente de quanto o espírito interno é próximo à superfície, e de quanto é coberto e escondido, por pensamentos, por opinião e por hábitos negativos.
Mensagem ministrada Por Pr. Sérgio Pereira em culto de edificação cristã.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

As qualificações bíblicas de um pastor

Adaptado por Pr. Sérgio Pereira
Em um tempo em que o titulo “pastor” está desgastado e surgem aqui e acolá os “apóstolos”, “patriarcas” e por aí vai, urgem olharmos para a Bíblia e vermos quais eram os títulos empregados para descrever o trabalho pastoral junto a Igreja do Senhor.
No Novo Testamento, homens com qualificações especiais reveladas pelo Senhor (I Tm 3.1-7; Tt 1.5-9) foram selecionados para supervisionar e cuidar dos seus irmãos. Estes homens foram chamados presbíteros ou bispos, e sua função era pastorear o rebanho de Deus (At 20.17,28; I Pe 5.1-3). Pelo seu exemplo e ensinamento, eles eram encarregados da responsabilidade de guiar o rebanho no serviço do Senhor (Hb 13.7,17).
Tais homens eram selecionados nas igrejas locais (At 14.23; Fp 1.1). Observe que nunca lemos no Novo Testamento sobre um só homem pastoreando uma igreja; havia sempre mais de um (At 20.17; Fp 1.1). O propósito de Deus não era dar alguma posição de poder a algum homem, mas colocar bons homens na posição de olhar por seus irmãos.
A Bíblia usa três palavras (em grego) para descrever os homens que cuidam do rebanho de Deus, a saber:

1. Presbíteros (algumas vezes traduzida como anciãos) são homens de maturidade espiritual e experiência.
2. Eles também são chamados bispos, mostrando que têm responsabilidade por supervisionar uma congregação. Esses homens tinham que supervisionar o rebanho onde estavam (1 Pe 5.2). Não há a mais leve sugestão de bispos nas igrejas primitivas tentando supervisionar ou comandar o trabalho de outras igrejas. Tais termos como igrejas matrizes, igrejas filiais, igrejas patrocinadoras e igrejas de missões são invenções humanas sem qualquer base bíblica. Quando pastores de uma igreja procuram supervisionar seus irmãos de outras congregações, eles estão indo além das instruções do Senhor. Ninguém, especialmente aqueles que guiam o povo de Deus, deve exceder o que Deus determinou (I Co 4:6; Cl 3.17). Isto não significa que um bispo de uma igreja local não possa ensinar irmãos em outros lugares. Pedro serviu como presbítero no tempo em que ele escreveu sua primeira carta (I Pe 5.1). Presbíteros, como qualquer outro cristão, podem ensinar qualquer um, em qualquer lugar, a qualquer tempo. Mas os bispos não têm direito de pastorear mais do que o rebanho local no qual servem.
3. O termo pastor também descreve seu trabalho de alimentar, proteger e cuidar do rebanho de Deus.
No tempo da igreja primitiva, estas não eram três posições distintas, mas três palavras usadas para descrever os mesmos homens (At 20.17,28). O modelo bíblico é que cada igreja local tenha uma pluralidade de homens servindo deste modo para cuidar e guiar as ovelhas (At 14.:23; Fp 1.1; Tt 1.5). Leiamos as qualificações que o Espírito Santo revelou:
"É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (I Tm 3.1-7).
"...Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem" (Tt 1.5-9).
Esses textos usam palavras fortes ("necessário" e "indispensável") para mostrar que um homem tem que possuir todas estas qualidades para servir como pastor. Não temos direito de escolher ou aceitar homens não qualificados como pastores.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Meu Artigo no Mensageiro da Paz de AGOSTO 2010


Uma vez mais o Jornal Mensageiro da Paz brinda-me com o privilégio de ter nele publicado um artigo de minha autoria. A edição nº 1503, Ano 80 de Agosto de 2010, traz na página 6 o artigo intitulado "Remanescentes e a Falsa Religiosidade".

Agradeço ao irmão Eduardo Araújo, um dos redatores do referido jornal e ao Pastor Silas Daniel, que é o editor-chefe.


Adquira o seu exemplar e prestigie-nos com a leitura do referido artigo!

Você confere o artigo clicando no link abaixo:
http://prsergiopereira.blogspot.com/2009/10/em-meio-falsa-religiosidade-ainda-ha.html

A Deus seja a glória!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hupomonê, Uma Virtude Destemida

Hupomonê é uma das palavras mais nobres de todo o Novo Testamento. Normalmente vem traduzida por paciência ou perseverança, mas não temos em português uma palavra que transmita toda a plenitude do seu significado.
No grego clássico não é uma palavra muito comum; é usada desde resignação à labuta que sobreveio ao homem contra a sua vontade, de suportar o aguilhão do pesar, o choque da batalha e a chegada da morte. Tem uso muito interessante: é usada para a capacidade de uma planta de sobreviver em circunstâncias severas e desfavoráveis.
No grego posterior, na literatura judaica mais avançada, é especialmente comum; no livro apócrifo de IV Macabeus, por exemplo, é aquela qualidade de “poder de resistência espiritual” que capacitava os homens a morrerem por Deus ou em nome de Deus.
No Novo Testamento o substantivo hupomonê é usado trinta vezes, e o verbo correspondente hupomenein é usado no mesmo sentido por quinze vezes. Conforme dissemos, a tradução normal do substantivo é paciência, e do verbo, perseverar, mas quando examinarmos pormenorizadamente o seu uso, algumas verdades, que são inspirações começará a emergir.
(1) Hupomonê é muito comumente usada em conexão com tribulação. A tribulação produz perseverança (Rm 5.3). O cristão o deve recomendar-se “na muita paciência” e “nas aflições” (II Co 6.4). Os tessalonicenses são recomendados por sua “constância” e fé nas “tribulações e perseguições” (II Ts 1.4). O cristão deve ser perseverante (hupomenein) na “tribulação”. Tal uso é comum em Apocalipse, pois é caracteristicamente o livro do mártir (Ap 1.9; 3.10; 13.10).
(2) Hupomonê é usada em conexão com a fé. A provação da fé produz “perseverança” (Tg 1.3). É hupomonê que aperfeiçoa a fé.
(3) Hupomonê é usada em conexão com a esperança. A tribulação produz esperança (Rm 5.3). São a paciência e a consolação que produzem a esperança (Rm 15.4,5). É a firmeza da esperança dos tessalonicenses que é louvada (I Ts 1.3).
(4) Hupomonê está vinculada com alegria. A vida cristã é marcada por perseverança e longanimidade com alegria (Cl 1.11).
(5) Hupomonê em sua maior frequência tem conexão com algum alvo da glória, com alguma grandeza futura. As referências são muito numerosas para serem citadas por extenso (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36; II Tm 2.10,12; Tg 1.12; 5.11).
Agora podemos perceber a essência e a característica desta grande virtude de hupomonê. Não é a paciência que se pode sentar e curvar a cabeça, deixando as coisas descendo contra ela e aguentar passivamente até a tempestade passar. Não é meramente passar por algumas coisas. É o espírito que pode suportar as coisas, não simplesmente com resignação, mas com a esperança fulgurante; não é o espírito que fica sentado num só lugar, esperando estaticamente, mas, sim, o espírito que suporta as coisas porque sabe que estas coisas o estão levando para um alvo de glória; não é a paciência que aguarda inflexivelmente o fim, mas a paciência que espera radiantemente a aurora. Tem sido chamada “uma constância masculina debaixo da provação”.
Já foi dito que ela sempre tem um pano de fundo de andreia, que é coragem. Crisóstomo chama hupomonê de “raiz de todo o bem, mãe da piedade, fruto que nunca murcha, fortaleza que nunca é tomada, porto que não conhece tempestades”. Chama-a de “rainha das virtudes, alicerce das ações corretas, paz na guerra, calma na tempestade, segurança nas conspirações”, e diz que nem a violência dos homens nem os poderes dos malignos podem lesá-la. É a qualidade que mantém o homem de pé enfrentando o vento, “não com resignação taciturna, mas com santa alegria; não apenas com a ausência de murmuração, mas com um cântico de louvor”.
Somente a hupomonê, a virtude destemida, pode capacitar o homem a agir dessa forma!

sábado, 10 de julho de 2010

OS NOVOS APÓSTOLOS E SEUS APELOS POLÍTICOS

OS NOVOS APÓSTOLOS E SEUS APELOS POLÍTICOS
João A. de Souza Filho
Pois meus amigos, estou inquieto, muito inquieto e até certo ponto desolado com os apelos que recebo pela Internet. O último apelo que recebi veio da parte de uma pessoa que se apresenta como “apóstola”. Eu a conheço faz tantos anos. É uma pessoa sincera, fiel, grande pregadora. Juntos viajamos, e juntos choramos tantas vezes diante de Deus, intercedendo a favor da igreja e da sociedade brasileira. Mas, ela foi separada para ser apóstola – e, consequentemente nos separamos. Ainda a admiro muitíssimo. Mas, creio que ela perdeu o foco da visão. Não somente ela, mas aqueles que se dizem apóstolos e profetas hoje no Brasil perderam o foco do propósito de Deus – ou conhecem e têm revelação de um foco espiritual e de um propósito divino que desconheço!
Ela apela para que nós os evangélicos nos unamos e votemos na candidata a Presidente Marina Silva. Marina Silva, indiscutivelmente é mulher de coragem e de caráter. Contaram-me que leu meu livro Ecologia à Luz da Bíblia que foi editado em 1992. Excelente mulher.
Mas, particularmente não concordo que os líderes da igreja brasileira fiquem atrelados a candidatos políticos, e que façam apelos para que se vote em algum deles em particular. Ora, basta que se divulgue o perfil educacional, político e religioso de cada um deles, e as pessoas decidirão sozinhas em quem votar.
Os pastores deveriam ficar engajados na obra de evangelização, da edificação do corpo de Cristo, na prática das boas obras e na intercessão contínua diante de Deus a favor da nação.
Por isso, a cada dia fico mais convicto de que a maioria dos chamados apóstolos são falsos – e não estou afirmando que não existam homens que sejam verdadeiros apóstolos. Os verdadeiros apóstolos demonstram seu ministério sem precisar ostentar o título. Isso acontece também com os demais dons ministeriais. Os verdadeiros pastores, mestres, profetas e evangelistas não precisam da ostentação do título para se apresentarem. Eles são o que são. Assim, existem hoje verdadeiros apóstolos, mas não esses que aí estão e ostentam títulos. Ninguém precisa de título para ser respeitado: A autoridade é espiritual e não pelo título ou posição eclesial.
Posso afirmar biblicamente que o falso sempre aparece antes do verdadeiro. Antes de Jesus aparecer, havia muitos que se denominavam Messias. Teudas apareceu no cenário israelita e era acatado “por todo o povo” (At 5.36). Conforme a história muitos surgiram em Israel afirmando serem o Cristo. O próprio Jesus falou sobre isso.
Aguardamos a chegada dos verdadeiros apóstolos, que não pensam em si mesmos, nem no seu reinado, fama, e no enriquecimento à custa do ministério. Jesus Cristo ainda continua sendo o modelo de apóstolo, e seus apóstolos são também modelos de apóstolos. Querer afirmar que vivemos noutra época não é desculpa para se deixar de viver a vida simples, de despojamento a favor do reino de Deus.
É por isso que continuo afirmando que os líderes que aí estão, fazendo política partidária, buscando seus próprios interesses e de seus feudos espirituais não fazem parte do rol dos verdadeiros apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres da Igreja. São falsos. À luz das Escrituras são falsos! Estão enganando a igreja e os escolhidos!
Por que afirmo isto? Porque os verdadeiros apóstolos devem ter algumas características que os assemelhem aos apóstolos da igreja primitiva. E os que andam por aí ostentando títulos de apóstolos sequer seriam indicados para servir as mesas, como os irmãos escolhidos em Atos 6.

Pense nisto!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O Céu e o Inferno

Palestrei sobre esse tema há duas semanas para o grupo de adolescentes de minha igreja, sob a solicitação da liderança. A pedido deles estou postando o rascunho dessa palestra para apreciação dos leitores.

O Céu e o Inferno

Por Pastor Sérgio Pereira

Texto Base: Mt 25.31-34,41

Introdução
Quando ouvimos a palavra céu e inferno, acabamos por pensar inevitavelmente em lugares descritos na Palavra de Deus, contudo não sabemos ao certo o que vêm a serem esses lugares. Por não compreendermos não damos a devida importância que o assunto merece. Nosso propósito no presente estudo é analisarmos o que a Bíblia realmente ensina sobre o céu e o inferno.

1- AS TRADUÇÕES BÍBLICAS
Não podemos deixar de mencionar que as inúmeras versões em português das Bíblias trazem diversas palavras para tradução de inferno, sabemos sobre a adulteração dos textos Bíblicos fieis aos originais desde a antiguidade, por essa razão não vemos a verdade sendo ministrada nas novas versões da Bíblia para mantê-la menos agressiva a religiões pagas.
As palavras usadas nas Bíblias em português são: Sepultura; Além ; Morte; Inferno .
Todas essas palavras foram usadas na ocasião de tradução das palavras originais que significam o local de tormento, conhecido em nossa língua como “inferno”.

2- O CÉU OU OS CÉUS
O primeiro texto onde aparece a palavra “céu” é Gn 1.1 e aparece no plural, ou seja, “céus”. A palavra original em hebraico usada no livro de Gênesis por Moisés para descrever os céus foi “shamayim” , essa palavra em hebraico tem o plural na terminação “im”, portanto indica claramente que há mais de um céu. Os céus são: inferior, intermediário e superior.
Céu inferior ou “AURONOS”: esse céu é o local onde podemos claramente ver as nuvens, o ar atmosférico sendo o céu que envolve a terra e o ar, inclusive o azul celeste está aparente no céu “auronos”.
Céu intermediário ou “MESORANIOS”: já esse céu é o local imenso onde estão localizadas as estrelas e planetas, já não é azul, pois vemos que ao sair da atmosfera terrestre o espaço é escuro e preto, sendo um vácuo onde estão as estrelas. Conhecido por céu astronômico, onde estão os planetas.
Céu superior ou “EPORANIOS”: esse céu e chamado de o céu dos céus , o lugar onde está o Senhor e os santos, onde os anjos circulam.
2.1. O CÉU É PROMETIDO ÀQUELES QUE SÃO FIÉIS ÀS ORDENANÇAS DE DEUS:
a) “Na casa de meu Pai há muitas moradas." Jo 14.2
b) “Assim diz o Senhor: O céu é o meu trono.” Is 66.1
2.2. O CÉU É:
a) Lugar eterno: II Co 5.1; Sl 45.6; 145.13.
b) Alto lugar: Is 57.15
c) Lugar de paz, sem fome, sem tristeza, dores e choro: Ap 7.16,17
2.3. FORAM LEVADOS PARA O CÉU EM VIDA:
a) Enoque: Hb 11.5
b) Elias: II Rs 2.11
c) Senhor Jesus que retornou: At 1:11.
2.4. FORAM ARREBATADOS E CONTEMPLARAM OS CÉUS:
a) Estevão: At 7:55,56
b) Paulo: II Co 12.1-4
c) João: Ap 1:10-18

3- O INFERNO
A palavra “inferno” aparece na Bíblia por 30 vezes, sendo apenas 10 vezes em todo o Velho Testamento e 20 vezes no Novo Testamento, porém não foi registrada a mesma palavra para inferno em todas as passagens.
Sobre o inferno C. S. Lewis uma vez escreveu: "Não há nenhuma doutrina que eu removeria de mais bom grado do cristianismo do que isto, se eu tivesse o poder. Mas essa doutrina tem o pleno apoio das Escrituras, e sobretudo das próprias palavras do nosso Senhor."
Lewis não está sozinho no seu temor da verdadeira idéia do inferno. É um assunto que pode causar um calafrio de horror em qualquer coração. Mas a verdade é que o inferno não é um acréscimo arbitrário. Ele é essencial ao céu e à própria existência de um Deus justo.

3.1. PURGATÓRIO: A INVENÇÃO CATÓLICA
Trata-se de uma invenção do catolicismo, criada pelo papa Gregório I, em 593. O Concílio de Florença, realizado em 1439 a aprovou e foi confirmada no Concílio de Trento, em 1563. Sua sustentação está no livro de II Macabeus 12.42-46 (livro apócrifo.) Não há na Bíblia textos que afirmam a existência do purgatório, na realidade, a Palavra de Deus mostra com clareza a existência de apenas dois destinos eternos, o Céu e o Inferno, que são selados com a morte.
Duas teorias semelhantes ao purgatório:
A- O Limbus Patrum: o vocábulo limbus significa borda, orla. A idéia é paralela ao purgatório e foi criada pelos católicos romanos para denotar um lugar na orla ou na borda do inferno, onde as almas dos antigos santos ficavam até a ressurreição. Ensina ainda essa igreja que o limbus patrum era aquela orla do inferno onde Cristo desceu após sua morte na cruz, para libertar os pais (santos do Antigo Testamento) do seu confinamento temporário e levá-los em triunfo para o céu. Identificam-no como sendo o “seio de Abraão” – Lc 16:23
B- O Limbus Infantus: a palavra infantus refere-se a crianças. Na doutrina católica, havia no Sheol-hades um lugar de habitação das almas das crianças que não foram batizadas. Segundo essa doutrina, nenhuma criança não batizada pode entrar no céu.

3.2. PALAVRAS ORIGINAIS TRADUZIDAS POR INFERNO OU SEMELHANTE
A palavra hebraica SHEOL
está traduzida para inferno nas seguintes passagens: Dt 32.22; Sl 18.5; 55.15; 86.13; 116.3; 139.8; Pv 5.5; 7.27; 9.18; 15.11-24; 23.14; 27.20; Is 5.14; 14.9-15; 28.15-18; 57.9
A palavra grega HADES está traduzida para inferno nessas passagens: Mt 11.23, 16.18; Lc 16.23; Ap 6.8; 20.13
A palavra GEHENNA está também traduzida para inferno nas seguintes passagens: Mt 5.22-29; 10.28; 18:9; 23.15-23; Mc 9.43; Lc 12.5; Tg 3.6
A palavra TARTAROO aparece somente uma vez na Bíblia e traduzida para inferno também em: II Pe 2.4
Agora a explicação dos significados dessas palavras acima para entender o lugar chamado inferno e os demais lugares, uma vez que embora sejam palavras traduzidas igualmente, não significam o mesmo e exato local, à exceção de SHEOL e HADES que são iguais porém em idiomas diferentes (Hebraico e Grego). Não houve na realidade falha do tradutor quando menciona inferno no lugar delas, pois cada uma das palavras originais tem um significado próprio e complexo na sua descrição, vamos então procurar defini-la todas.
SHEOL- Essa palavra usada no Antigo Testamento do idioma Hebraico expressou o local onde foram lançados os espíritos daqueles que se mantiveram infiéis ao Senhor Deus, sem arrependimento e sem Seu Divino perdão. Tal local é o conhecido INFERNO propriamente dito, um local onde a vida da pessoa (afinal cada não somos apenas carne mas sim espírito primeiramente), segue seu curso em tormento eterno e também a caminho da eterna separação do Criador no dia do Juízo.
- Nesse local está acesa a ira de Deus pois desprezaram Seu infinito amor Redentor – Dt 32.22

- Um local onde existe apenas a essência da vida não carnal, a alma de cada indivíduo não remido – Sl 86.13
- Um local onde o Senhor ainda vê os que ali estão e tem conhecimento do que se passa lá – Sl 139.8
- Um lugar que está abaixo dos céus – Pv 15.24
- Além de tudo é um local que nunca se farta de receber almas – Pv 27.20
HADES- Uma palavra de mesmo significado que a anterior, porém em outro idioma, o Grego agora, foi usada no Novo Testamento em várias situações.
GEHENNA – Esta palavra Grega tem sua derivação de duas palavras sendo “GE” que significa um abismo, e “HINNOM” significando então um local conhecido como o vale ou abismo de Hinnom, situado ao lado sul e leste de Jerusalém e no tempo do Antigo Testamento era o lugar onde sacrificavam crianças recém nascidas no fogo ao falso deus Moloque (II Rs 16.3; 21.6) e onde o ímpio rei Manassés queimou seus filhos (II Cr 33.6), esse lugar era de aflição morte e fogo, um local de tormento muito grande. Jeremias o chamou de Vale da Matança por causa dos cadáveres que em breve ali seriam amontoados pela arremetida babilônica (Jr 7.32; 19.6). Mais tarde foi chamado de “Geena” o lugar onde em Jerusalém jogavam e queimava o lixo, o depósito de lixo com mau cheiro, fumaça e odores de putrefação que se encontra fora das cidades. Jesus mencionou tratar-se do lugar onde o fogo não se apaga e o verme e bicho nunca morre (Mc 9.43-44). O vale tornou-se uma metáfora para morte, corrupção e incêndio.
TARTAROO- Foi usada apenas uma única vez no texto de II Pedro 2.4 um local de confinamento de anjos caídos (demônios), mas não todos eles, e sim apenas alguns deles. Mas essa palavra foi usada na mitologia pagã grega para definir onde os deuses eram punidos e foi usada no livro apócrifo de Enoque (2.20) para referir aos anjos caídos também.

3.3. O SHEOL-HADES ANTES E DEPOIS DO CALVÁRIO:
Antes do Calvário: o Sheol-Hades dividia-se em três partes distintas: (1) Lugar dos justos, chamado Paraíso, seio de Abraão, lugar de consolo (Lc 16:22,25; 23:43); (2) Lugar dos ímpios, denominado lugar de tormento (Lc 16:23); (3)A terceira fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como lugar de trevas, lugar de prisões eternas, abismo (Lc 16:26; II Pe 2:4; Jd 6), nesta parte foi aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não vai sair desse abismo, senão, quando Deus permitir na Grande Tribulação – Ap 9:1-12
Depois do Calvário: houve uma mudança dentro do mundo das almas e espíritos dos mortos após o Calvário. Quando Cristo enfrentou a morte e a sepultura, e as venceu, efetuou uma mudança radical no Sheol-Hades (Ef 4:9-10; Ap 1:17,18). A parte do paraíso foi trasladada para o terceiro céu, na presença de Deus (II Co 12:2,4), separando-se completamente das “partes inferiores” onde continuam os ímpios mortos

3.4. O INFERNO É DESCRITO COMO:
a) Castigo eterno: Mt 25.46
b) Fogo eterno: Mt 25.41
c) Chamas eternas e Fogo devorado: Is 33.14
d) Fornalha acesa: Mt 13.41,42,49,50
e) Lago de fogo: Ap 20.15
f) Fogo e enxofre: Ap 14.9,10
g) Fogo que não apaga: Mt 3.12
h) Lugar de punição: II Pe 2.4
i) Lugar de tormento: Lc 16.23

3.5. JESUS E O SEU ENSINO SOBRE O INFERNO
Há várias razões para acreditar na existência do inferno, mas nenhuma tão convincente como a que Jesus mesmo disse. Das doze vezes que gehenna aparece no Novo Testamento, todas, exceto uma, vêm da boca do Senhor (Tg 3.6). É Jesus que em todo o Novo Testamento pinta a figura mais gráfica do julgamento dos condenados, advertindo aos seus ouvintes severamente de tal destino (Mt 5.2,29; 10.28; 23.15,33; Mc 9.45-48; Lc 12.5).
- Ele pinta o inferno como uma fornalha de fogo eterno e um processo interminável de corrupção (Mt 25.41; Mc 9.48)
- São trevas enchidas de um choro angustiante, um lugar de castigo eterno (Mt 8.12; 25.46).
Este fogo, estas trevas, devem ser subentendidos literalmente? Talvez não, pois o diabo e os seus anjos que não possuem corpos materiais deverão sofrer a mesma sorte. Mas não há qualquer consolo nisso. Linguagem figurada é usada quando palavras comuns falham. A realidade do inferno será muito pior do que as figuras sugerem. O inferno é o lugar onde Deus não está, e poucos de nós têm seriamente contemplado como seria a absoluta ausência de Deus.

3.5. O LAGO DE FOGO
A expressão Lago de Fogo aparece cinco vezes no Novo Testamento e todas elas em Apocalipse. (19.20; 20.14-15; 21.8). Então, conforme indicam as Escrituras, esse local será a morada ETERNA de todos que já morreram sem Cristo, pois lemos que a morte e o inferno serão jogados no Lago de Fogo (Ap 20.14).

O inferno, em última análise, não é algo que Deus tenha acrescentado ao destino dos incrédulos, mas sim a conseqüência natural das escolhas que eles têm feito. Há afinal somente duas espécies de pessoas: aquelas que dizem a Deus, faça-se a tua vontade, e aquelas a quem Deus diz, no final, faça-se a tua vontade. Todos os que irão para o inferno ali estarão porque escolheram contra a vontade e a misericórdia de Deus. E o que têm escolhido?
Eles têm escolhido afastar-se de Deus e de todas as suas qualidades. Isso significa que desde que Deus como Criador tem dado à vida o seu propósito e sentido, a vida no inferno será eternamente sem sentido e inútil. Será uma terra cinzenta e desesperada, destruída de esperança e sonhos.
E porque Deus é amor (I Jo 4.8), o inferno será um lugar onde não haverá amor. Nele estará a miséria empilhada de todo o ódio, malícia, inveja e ciúmes que jamais houve. Não haverá nenhuma compaixão, nenhuma meiguice, nenhuma atenção, nenhuma preocupação desinteressada por outros; somente o choro ininterrupto de egoísmo.
E porque Deus é luz (I Jo 1.5-6), o inferno será verdadeiramente um lugar de "trevas" ininterruptas e absolutas. Não trevas literais, físicas, mas as trevas da maldade, perversão e impiedade.

sábado, 8 de maio de 2010

CUIDADO COM AS CISTERNAS ROTAS

Por Pastor Sérgio Pereira

“Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas que não retêm as águas”. (Jr 2.13)

O profeta Jeremias viveu nos anos entre 627 e 587 a.C. Foi profeta durante quarenta anos, profetizando a Judá e as nações gentílicas. Jeremias nunca casou. Viveu no reinado de Josias, ocasião em que houve um avivamento, ainda que de pouca duração; no reinado de Zedequias, que apesar de gostar de ouvir o profeta, não colocava em prática o que ele falava; também do rei Jeoaquim que desprezava as suas palavras e inclusive tentou matá-lo. O povo de Judá estava afastando-se de Deus, este então enviou Jeremias para falar do perigo que estava incorrendo em não voltar para a fonte de águas, que é o próprio Deus. Por quarenta anos Jeremias denunciou o pecado do povo e os chamou ao arrependimento, sofrendo por isso severas privações. Foi lançado na prisão por duas vezes (Jr 37,38), foi levado forçadamente para o Egito (Jr 43), foi rejeitado por seus vizinhos (Jr 11.19-21), sua família (Jr 12.6), e pelos reis (Jr 36.23).
Cisterna, vem do hebraico “bor”: lugar cavado, poço. É um termo usado 67 vezes no Antigo Testamento, e a cisterna era um lugar onde era guardada água potável. A maioria dessas cisternas eram reservatórios cobertos, escavados na terra ou na rocha, para onde escorria o excesso das águas da chuva e guardadas para serem usadas no período da seca na Palestina que abrangia entre maio e setembro. Uma cisterna seca e abandonada podia ser usada como cárcere, conforme vemos com José e com Jeremias (Gn 37.22; Jr 38.6). Por sua vez, cisternas rotas eram cisternas rachadas, que não guardavam a água e não a mantinham limpa. Qualquer viajante que se aproxima de uma cisterna rota percebe que não há água potável. Apesar de todo trabalho dos que a escavaram, foi inútil, pois não há esperança nessa cisterna para os que a procuram.
O texto supracitado chama a nossa atenção para dois males que Judá estava cometendo: deixaram o manancial de águas vivas e cavaram cisternas rotas.

1- O POVO ABANDONOU O SENHOR, A FONTE DE ÁGUAS VIVAS – Jr 17.13
Deus é a fonte de água viva, nossa vida depende dele. Sem Deus você não vive. Deus é a fonte de vida abundante, Deus não é uma cisterna, mas uma fonte. Uma cisterna apenas armazena água, mas uma fonte produz água. A água corre da fonte. A fonte é inesgotável. A fonte tem água viva, água limpa, água cristalina, água que flui abundantemente. Isso é um símbolo da vida que Cristo nos oferece. Quem nele crer tem uma fonte a jorrar para a vida eterna. Quem nele crer nunca mais terá sede.
Judá abandonou o Manancial de águas vivas. Foi uma rejeição lenta, por dias sem fim. Um esquecimento despercebido, devagar, aos poucos: cedendo um pouco aqui, um pouco ali; não falando de Deus aos filhos conforme ordenava a lei mosaica; levando um cordeiro desqualificado para o sacrifício, realizando um ritual vazio, sem sentido espiritual, apenas na aparência; esqueceram das ofertas alçadas; esqueceram dos pobres e necessitados; perderam-se na prostituição. O pecado do povo é tão grave que até os céus ficam espantados e são tomados como testemunhas (Jr 2.12). É algo simplesmente inacreditável! Israel saiu da direção de Deus e procurou o Egito e a Assíria. Fez isso pensando que seria lucro, mas foi uma grande perda; pensaram que seria uma benção, mas receberam o castigo; pensaram que sairiam saciados mas ficaram mais sedentos (Jr 2.17-19).
Se Deus é o manancial das águas vivas, por que o seu povo o abandona? Muitas vezes, o povo tem se cansado de Deus. Tem sido atraído e seduzido pelo pecado, pelo mundo, pelas cisternas rotas.. Miquéias pergunta: “Povo meu, que te tenho feito? Por que te enfadaste de mim?” (Mq 6.3). O filho pródigo estava insatisfeito na casa do pai e foi para um país longínquo onde gastou tudo o que tinha vivendo dissolutamente. Após perder tudo percebeu que na casa do pai havia uma fonte inesgotável onde até os menos favorecidos tinham oportunidade para servir-se (Lc 15.11-32).

2- O POVO DE DEUS CAVOU CISTERNAS ROTAS QUE NÃO RETEM AS ÁGUAS
Ao invés de aproveitar os abundantes rios da Palestina, Israel estava cavando cisternas que não retinham as águas e cujas águas não eram saudáveis, causando varias doenças. A essa prática chamamos irracionalidade, loucura, autodestrutibilidade.
Por afastarem de Deus, eles cavaram cisternas rotas, quebradas, rachadas que além de não reterem as águas deixando vazar, eram cisternas em que a conservação da água ficava comprometida.
Eis o perigo de ser seduzido por algo artificial. Israel deixou o Senhor e se deixou ser seduzir por ídolos. Israel pensou: o nosso Deus é muito exigente. Queremos uma religião que nos custe menos, que nos dê mais liberdade, que não nos cobre tanto. Queremos ser livres como os outros povos para fazermos conforme a nossa própria vontade sem nos sentirmos feridos pela nossa consciência.
Cisternas rotas é a maneira humana de satisfazer suas necessidades espirituais. São Doutrinas segundo as suas próprias concupiscências capazes de amontoar mestres segundo seus próprios desejos e ambições. (II Tm 4.3). É a busca desenfreada por prazer nas coisas do mundo e um tipo do cristão que nunca guarda o que lhe é confiado (II Tm 1.14; Ap 3.11). É a aceitação do sincretismo religioso, que condensa um pouco de tudo, trazendo uma opção religiosa um pouco mais interessante. A teologia da prosperidade com suas inovações materialistas e cheias de “sementinhas” no seu bojo, nocauteando grandes lideranças que ficam assoberbadas com a garantia do dinheiro fácil.
Cisternas rotas falam da constante inversão de valores entre os cristãos pós modernos. O que era pecado, já não é mais. O que dantes prejudicava, agora parece fazer bem. Os cultos foram transformados em shows, os pregadores e cantores em estrelas pop stars, a adoração genuína em louvorsão ritmado com músicas frenéticas com letras carregadas de heresias e manipuladoras da grande massa. A igreja vira clube, o pastor que deveria ser profeta e denunciar essa inversão, pelo contrário, se deixar levar pela nova onda, pois percebe que dessa forma é mais fácil enriquecer em nome de uma fé operante totalmente distorcida daquela apresentada pelas sagradas escrituras. Os programas evangélicos de TV sob o pretexto de evangelizar, fazem grandes campanhas de sementes, num discurso que até parece ouvirmos os vendedores de indulgencias dos dias de Lutero. A oração que nos eleva até a presença do Altíssimo tem sido substituída por um determinismo condenável do tipo “eu determino”, “eu ordeno”, “eu exijo”, “eu reivindico”, como se fossemos nós a mandarmos nos desígnios do Eterno.
Ao preferir cisternas rotas, o povo alimenta-se de pó ao invés de beber da fonte. Quem troca o Senhor por outras fontes pode morrer de sede. Por causa da água que bebemos das cisternas, vivemos dias de completa insensatez, de extrema loucura. Negamos a veracidade de Deus e abandonamos o Senhor por completa ignorância das Escrituras (Os 4.6). Cavar cisternas rotas gera fadiga, exaustão, desilusão.

Até quando vamos ficar reivindicando cabritos para festejar, se desfrutamos da agradável companhia do pai? (Lc 15.29-31). Até quando vamos morrer de sede, se Cristo nos oferece água que jorra para a vida eterna? (Jo 4.10,13,14). Precisamos compreender que Deus é a fonte de águas vivas e somente Ele prove água capaz de transmitir vida (Is 55.1; Jo 4.10; 7.37-38). Precisamos entender que: O conteúdo vale mais que a aparência; a família vale mais que o serviço cristão; a igreja vale mais que os outros lugares; a Palavra de Deus vale mais que as experiências pessoais; e o Criador vale mais que a criatura.

Mensagem pregada pelo Pastor Sérgio Pereira no Culto de Edificação Espiritual na Assembleia de Deus do Distrito 8 – Shalom/Espinheiros, Joinville (SC), em 04/05/2010.

sábado, 24 de abril de 2010

Casa de Oração ou Antro de Assaltantes


Apesar da extensa mensagem, resolvi postar aqui por concordar com tudo o que Pr. Isaltino Coelho Filho escreveu aqui, apesar do autor ser um pastor batista, penso que seus escritos valem para qualquer denominação. Li, reli, sublinhei as partes mais importantes e por fim, esboçei parte deste pensamento e outros que me sobrevieram para pregar à liderança de minha igreja. Aos leitores desse blog, certamente que serão edificados pela palavra aqui apresentada. Boa leitura!


Casa de Oração ou Antro de Assaltantes?

Discurso paraninfal do Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho aos bacharelandos em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de Campinas, em 7 de março de 2009


Eis o texto de Mateus 21.12-13, na Almeida Século 21: “Jesus entrou no templo e expulsou todos os que ali vendiam e compravam; e revirou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, fazeis dela um antro de assaltantes”. Não seguirei pelos vários usos deste texto em nosso meio. Analisá-lo-ei á luz do seu contexto. Jesus citou Jeremias, 7, onde o escopo é maior que a venda de bugigangas no templo, coisa, aliás, ainda em voga em nosso meio. Há seitas neopentecostais a vender bênçãos. É lhes raso vender quinquilharias.
Ao citar Jeremias, Jesus foi além do comércio no templo. Este era um dos aspectos da questão. O pano de fundo de Jeremias vivia-se no tempo de Jesus. E no nosso. Bem disse Durkheim: “A única lição que a história nos ensina é que não aprendemos nada das lições da história”. Por isso vejamos o assunto casa de oração x antro de assaltantes.
Casa de oração é a casa de Deus. Antro de assaltantes é o estado espiritual de uma sociedade e igreja doentes. Antro de assaltantes não é banditismo, mas abandono do propósito divino, e estabelecimento do nosso. É recusa da vontade de Deus, que é santa, e estabelecimento da nossa, que, mesmo cheia de boas intenções, é pecaminosa. Antro de assaltantes é o desvio que os homens fazem do propósito divino. Deus queria de um jeito e o povo de outro.

O primeiro sintoma da sociedade e da igreja antro de assaltantes é a confiança na instituição e o desprezo pela conversão. Deus dizia: “Endireitai os vossos caminhos e as vossas ações, e vos farei habitar neste lugar” (Jr 7.3). Era uma chamada à conversão. O povo respondia dizendo: “Este é o templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR” (V. 4). À chamada à conversão, o povo respondia com religiosidade supersticiosa. A instituição “templo” lhes era um sinal de que nada lhes aconteceria. Para que conversão? Tinham o templo, tinham religião, tinham a instituição.
O mesmo acontece hoje. Nossa sociedade é religiosa. E também usa a religião contra Deus e seu chamado à conversão. Vivemos numa época de politicamente correto, em que tudo é certo, e todo mundo deve ser acatado. Exigir conversão é ser fundamentalista. É ser radical e intolerante. Afinal, religião, todo mundo tem. E mesmo quem não tem é gente boa, é de Deus.
Deus pedia conversão e o povo respondia com a instituição. Como hoje. “Precisamos de mais instituições, mais escolas e mais área de lazer (a delinqüência juvenil, descobriu-se, é por falta de lazer dos jovens – então, mais lazer para eles)”. Estas coisas são boas, mas são paliativas, e não tocam no fundo da questão. O problema do ser humano, mais que econômico e recreacional, é espiritual. Não é epidérmico, mas vem de dentro. “O coração do homem é mau desde a sua meninice”, diz a Bíblia. Apregoa-se o discurso falido do Iluminismo, da bondade inata do homem, e pensa-se que se criarmos mais instituições, o mundo será melhor.
Quanta ingenuidade no noticiário midiático! Alguém foi ministrar aulas de capoeira numa favela carioca. Surgiram discursos elogiando isto como “resgate da cidadania dos jovens marginalizados pela sociedade”. Com capoeira? Este discurso me soa superficial. Ele não toca na questão fundamental.
Nosso problema não é institucional, é espiritual. Muitos pensadores cristãos facilitam este equívoco. Para eles, tudo tem explicação sociológica, nunca espiritual. Respondem a tudo e tudo interpretam por pensadores seculares, e não pelo evangelho. Pensadores são, mas não pensadores cristãos. Não sustentam a visão cristã. Sua cosmovisão é acristã, se não anticristã. É o triunfo da instituição, o nome que dou, nesta fala, à construção humana. É a recusa à conversão, que é a chamada de Deus.
Nossa editora oficial e a boa parte de nossas instituições (colégios, seminários e juntas) passam por crise financeira. Algumas faliram. Na mesma época que a JUERP (minha editora até o fim) entrou em crise, a CPAD também entrou. Esta se recuperou e é uma editora de peso, com livros de valor. Lembro-me de uma foto publicada em algum lugar (esqueci-me onde) de pastores assembleianos de joelhos, numa reunião da CPAD, na hora da crise. Eles resolveram com oração e a orientação divina que veio em resposta. Nós, quando entramos em crise, criamos um GT, uma comissão, alguma instituição. Sou batista do papo amarelo, mas vejo que nutrimos uma crença ingênua e quase idolátrica em nossas instituições. Fui para o seminário com 19 anos, e discutíamos reestruturação denominacional. Tenho 37 anos de ministério, e estamos discutindo reestruturação denominacional. Quando Jesus regressar, estaremos discutindo reestruturação denominacional. Não será que nossas instituições precisam de conversão, ao invés de mais mudança de nomenclatura e de forma? Por que não uma chamada ao jejum e à oração nacionais pela denominação batista, para Deus remover o que e quem está errado? Por que mais GTs?
Para ficar claro que não estou atacando minha denominação, que amo e na qual quero encerrar minha carreira: há muita igreja antiinstitucional que se tornou instituição, e passou a se valorizar mais que qualquer outra coisa. O fenômeno é mais amplo e atinge muita gente.

O segundo sintoma da sociedade e da igreja antro de assaltantes é a ênfase no culto, na liturgia, e não no caráter. Deus pedia conversão e ética no relacionamento social: a prática da justiça, não oprimir o estrangeiro, o órfão e a viúva, não derramar sangue inocente (vv. 5-6). A seqüência da conversão, falando como cristão, é mais que praticar fórmulas litúrgicas. É deixar que o caráter de Cristo se forme em nós, por obra do Espírito Santo. O povo respondia com sua religiosidade, inclusive o culto a Baal. Como temos cultos hoje! No bairro em que moro há quase cinqüenta igrejas evangélicas. Talvez haja mais igrejas que bares. Só batistas contei oito, num perímetro de cinco quilômetros. Mas que cultos são esses, que adoração é essa, que não produzem retidão nem impacto na sociedade? Muitos cultos são catarse pura. Outros são insanos. Pode-se levar a sério uma igreja cujo credo traga “sapateado de anjos”? Bem, sapateiem os anjos lá e sigamos cá. Uma das razões da destruição de Judá foi a injustiça social, ou seja, o abandono da ética. A adoração que não produz vida correta é mero alarido.
Tenho muitas dificuldades com a liturgia de nossas igrejas. Não agüento mais cantar corinhos ingênuos, de música pobre e de teologia manca. A imaginação é fértil, mas canhestra. Num culto desses, um dia desses, cantou-se um corinho em que as três primeiras sentenças gramaticais não tinham qualquer conexão entre si, cada uma tinha um sujeito diferente e cada uma abordava um tema diferente. Nada entendi. O que me deixou pior foi que as pessoas faziam cara de quem sentia dor, fechavam os olhos, com um ar sofrido, e se requebravam. Aflige-me ouvir, após cada corinho, um sermãozinho sem nexo algum. As coisas deviam ser bem definidas. Quem prega, que pregue, não cante. Quem canta, que cante, não pregue. É duro agüentar sermão de grupo de louvor. Nenhum pensante merece! Mas é moda. Ai do pastor que disser que a maior parte dos corinhos tem música pobre e letra capenga, sem sentido, e que se sustentam só pelo alto volume (barulho é coisa de quem não tem conteúdo) e pelo gestual! Como temos louvor, e como nos falta santidade! Como temos adoração, cultos, templos, e como falta integridade aos adoradores! É a filosofia do antro de assaltantes: mais importância ao culto e à liturgia que ao caráter. Ela mascara a ausência de santidade com ritualística.
Vocês enfrentarão esta mentalidade no ministério. Gente que quererá festa, mas não correção. Que quererá liberdade para fazer o que quer, sem restrição. Que quererá um culto para se soltar e não para aprender as verdades da Bíblia. Quererá adoração, mas não caráter. Muitas igrejas querem festa, mas Deus diz “Para que me trazeis tantos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais de engorda. Não me agrado do sangue de novilhos, de cordeiros e de bode” (Is 1.11). Ele diz que está farto de cultos! E o que deseja ele? “Lavai-vos e purificai-vos; tirai de diante de meus olhos as vossas obras más; parai de praticar o mal; aprendei a praticar o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva” (Is 1.16-17). Deus quer retidão. Não digo que a liturgia seja hipócrita, mas não aceito que vida cristã seja o que sucede num determinado dia da semana, conduzido por determinadas pessoas, num momento determinado, num lugar determinado, chamado culto. Isto é mais que confundir a casca com o miolo. É confundir o farelo com o pão. É guetizar a igreja.
Vocês não foram chamados para serem animadores de auditório, mas orientadores do povo de Deus. Não foram chamados para ganharem um concurso de popularidade, mas serem fiéis aos propósitos divinos exarados na Bíblia. Não permitam que o antro de assaltantes de uma sociedade festiva vaze para dentro da igreja e a contamine. Não sou contra o culto nem contra cânticos. Repito: Não sou contra o culto nem contra cânticos. Sou contra a bobagem, a superficialidade, a alegria fingida, a manipulação e a ênfase na liturgia mais que no caráter. Vivemos numa época de baixíssimo nível cultural. Hoje não há espaço para um Beethoven, mas para DJs. Não há espaço para um Monet, Picasso, um Di Cavalcanti, uma Tarsila, mas para pichadores, pois dizem que isto é arte. As pessoas não conhecem Machado de Assis, mas BBB. A mediocridade é chocante e invadiu a igreja. A pobreza musical e litúrgica de nossos cultos é desalentadora. Mas algo incomoda mais que a pobreza: o copismo nível cultural do mundo. A igreja não mais vanguardeia, mas copia. O antro de assaltantes de uma crença em que “o que vale é a intenção” entrou em nosso meio. Para Deus não vale a intenção. Vale o certo. Não ousarei definir o que é certo em liturgia, mas defino o que é errado. Tudo que é sensual, que apela aos sentidos físicos mais que ao espírito, que busca satisfazer os anseios ao invés de nos levar a alcançar a perspectiva de Deus para nos, é errado. Se não promove a santidade, mas satisfaz à necessidade de balanço, de meneios, de se soltar, deve ser repensado. Adoração não é catarse. É consciência do Sagrado e quebrantamento diante dele.

Por fim, antro de assaltantes é a confiança em si e em seus deuses. Judá não confiava em Iahweh, mas em Baal, no Egito, na Síria. Fazia seus deuses e se rendia a eles. Os contemporâneos de Jesus não criam nele, mas confiavam na sua visão pessoal. Disse Lutero: “Aquilo em que um homem confia isso é o seu deus”. A sociedade não quer Deus, o Deus Vivo e Verdadeiro, e faz os seus deuses. A igreja de hoje confia mais no poder humano que em Deus. Tem um Deus, mas crê em deuses que ela constrói. Certos planejamentos financeiros, certas abordagens, certas ênfases, certas posturas políticas, certos bastidores, me fazem crer que a crença no poder de Deus é secundária. Apoio a políticos sabidamente sem caráter e lançamento de evangélicos absolutamente despreparados à vida política, e a sofreguidão com que a igreja busca o poder material, seja financeiro ou político, me levam a perguntar: “Em quem cremos, afinal?”. E ainda: “O que queremos com o credo antro de assaltantes?”. Intrigou-me ver crentes brasileiros discutindo o evento Obama com um fervor quase religioso. A mídia falou de “obamania”. Talvez o correto seja “obamalatria”. Já vi este filme antes, com títulos diferentes: “lulatria”, “colloratria”, “tancredolatria”, “planocruzadolatria”. Todos deram errado. Porque toda confiança em homens, instituições e ideologias, além de idolatria, é frustração. Nossa teologia nos ensina a depravação da raça humana, a pecaminosidade total da raça. Mas esperamos socorro do produto da raça pecaminosa. Muitos dos problemas da igreja residem aqui: não levar a Queda a sério. Achar que é uma historiazinha engraçada, a fábula de uma serpente falante, sem considerar seu ensino. O homem tornou-se mau, corrompido e corruptor. O homem é um Midas às avessas. O que Midas tocava se transformava em ouro. O que o homem toca se torna em pecado. Por isso não creio na redenção via instituição. Por isso censuro a festa religiosa sem santidade, sem foco em Deus e com foco no homem. E por isso censuro a visão de que políticos e ideologias podem nos trazer o reino de Deus ou transformar o mundo. Não creio que pecadores inconversos podem nos salvar.
Não estou censurando a visão política. Estou censurando nossa expectativa em messias humanos, em salvadores terrenos. Tenho visto que os olhos da igreja se voltam para mais para a terra que para os céus. Como Nietzsche pediu em uma de suas obras. Aliás, já vi pastor dizer-se apaixonado por Nietzsche. Se o leu não o entendeu…
Deuses terrenos não são misericordiosos. Nada podem fazer, nada fazem, e cobram caro pela não ajuda. Quando aprenderemos o que é depender da graça, o que é confiar no poder de Deus, e esperar sua ação? Quando mostraremos que os valores do reino nos são mais importantes que as moedas dos cambistas? Quando valorizaremos mais a cruz que a mesa do cambista?

CONCLUSÃO
O que Jesus fez no antro de assaltantes? Derrubou as mesas, expulsou os cambistas e proclamou a santidade do templo. Eis o que espero que vocês façam:
1º) Não ponham instituições acima de Deus e dos valores do reino. Não desprezem a conversão, a santidade e a piedade. Não preguem adesão a um grupo social. Preguem conversão. Igreja é mais que instituição. É o corpo de Cristo. Amem-na, valorizem-na, dediquem-se a ela. Vivam para Deus e não para ideologias eclesiásticas.
2º.) Sejam pregadores da Palavra, homens e mulheres da Bíblia. Sejam condutores do povo de Deus, e não animadores de auditório. Evitem o estrelismo e fujam das estrelas do culto. Dobrar joelhos é mais importante que bater palmas. Culto é quebrantamento e não forró. Levem o povo de Deus a buscar seriedade espiritual e não a catarse.
3º) Dependam da graça de Deus. Não aceitem as insidiosas e sutis manifestações de idolatria eclesiástica contemporânea. Sejam “cristomaníacos” e não “qualqueroutracoisamaníacos”.
Derrubem as mesas da profanação do evangelho e afirmem a santidade de Deus!


domingo, 18 de abril de 2010

A Grande Luz


A Grande Luz


Por Pr. Sérgio Pereira

“O povo que estava assentado nas trevas viu uma grande luz; e aos que estavam sentados na sombra da morte, resplandeceu a luz”.
Mateus 4.16


Muitas pessoas encontram-se sentados nas trevas. Não esteve você já na obscuridade ao ponto de não saber como sair de lá? O amado leitor já não experimentou ficar durante algum tempo em um ambiente escuro e tentar sair de lá? Qual foi a sensação? Que direção você tomou? Quando enfim chegou à luz, qual foi sua reação?
Os momentos assim são difíceis. Cedo ou tarde, cada um de nós se encontra em tais situações adversas. Você está hoje deprimido? Talvez você esteja em um buraco negro e escuro, tateando ao redor para encontrar uma saída e parece estar tudo trancado. A sua situação talvez seja a de alguém que em um túnel procura ver a luz do dia e não a encontra.
As situações tenebrosas da vida no assustam e nos transmitem medo e insegurança, ficamos qual barco em meio a tempestade sem saber qual direção tomar, qual caminho a seguir, que precaução apropriada, e assim por diante.
Meu dileto amigo o pecado faz com que a sensibilidade humana nos transmita uma incerteza caracterizada pelo sentimento de estar tudo escuro a sua volta. O pecado faz você sentir-se na mais completa obscuridade e negritude. O pecado leva-o ao sentimento de cansaço sem ter lutado, de fadiga sem ter se esforçado, de vazio quando tudo parece estar preenchido, de bagunça quando parece que tudo está em ordem.
A Bíblia Sagrada tem a solução que você precisa: “aos que estavam nas trevas resplandeceu a luz”; que luz é esta? É Jesus Cristo, o nosso Salvador e Mediador. Ele mesmo afirmou determinada feita: “Eu sou a Luz do Mundo, quem me segue não andará em trevas, pelo contrário terá a luz da vida” (Jo 8.12).
Quando a luz chega há alegria, as esperanças renovam-se, as incertezas vão embora, tudo fica calmo, sereno e tranqüilo, o medo desaparece porque agora se está enxergando o que dantes não se podia ver, os sentimentos de fraqueza, cansaço e fadiga dão lugar à um vigor nunca antes sentido e nutrido. Jesus, a nossa Luz traz de volta a alegria, a esperança e a certeza de que tudo vai mudar e mudar pra melhor.
Lares até então entregues a escuridão provocada pela discórdia, pelo ódio, por feridas emocionais que teimam em cicatrizar, pelo álcool, pelos vícios e jogatinas, pelas traições e infidelidades, quando resplandece a Luz tudo fica nítido e visível, os projetos são retomados e encaminhados, os sonhos são concretizados, os objetivos são conquistados, a confiança volta a ser nutrida, os relacionamentos são restaurados e renovados, a vida torna-se bela e aprazível!
Assim como a luz surte efeito que gera diferença onde chega, Jesus faz a diferença na vida de todos aqueles que o recebem como único e suficiente Salvador e Senhor. Quando a luz brilha em nossos corações enfrentamos as trevas, que vão se afastar, a assim feliz seremos através da poderosa Luz que é Jesus Cristo. Prezado leitor, se até então sua vida era obscura e negra, a partir de seu encontro com a Luz, tudo mudará! Jesus é a Luz que quer raiar em seu coração hoje!

Se na luz estamos que divina luz!
Se nos limpa sempre o sangue de Jesus
Temos claridade em nosso coração
E vivemos nós na luz. (HC 96)
Em meu coração a luz raiou
Desde a glória pois Jesus me amou
E agora vivo sempre alegre
Depois que a luz do céu raiou! (HC 325)


Ande em direção desta luz hoje e você verá que tudo em sua vida irá mudar!