quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O Pastor Chamado e o Chamado Pastor

Recebi essa reflexão de um amigo por e-mail, achei interessante, verdadeira e pertinente. Por isso resolvi postar aqui. Leiam e reflitam:

O PASTOR CHAMADO E O CHAMADO PASTOR
O pastor chamado ama gente, o chamado pastor ama dinheiro e fama.
O pastor chamado prega com paixão, o chamado pastor apenas prega.
O pastor chamado é feliz, o chamado pastor vive mau humorado.
O pastor chamado tem visão, o chamado pastor imita as muitas visões.
O pastor chamado cuida das ovelhas, o chamado pastor abusa das ovelhas.
O pastor chamado tem casa, o chamado pastor tem mansão.
O pastor chamado liberta, o chamado pastor tiraniza.
O pastor chamado é acessível, o chamado pastor é inalcançável.
O pastor chamado prega de graça, o chamado pastor cobra para pregar.
O pastor chamado tem ovelhas, o chamado pastor tem fãs.
O pastor chamado chama para Cristo, o chamado pastor atrai para si.
O pastor chamado ensina, o chamado pastor exibi-se.
O pastor chamado erra, o chamado pastor é perfeito.
O pastor chamado tem medo, o chamado pastor mete medo.
O pastor chamado chora, o chamado pastor se vinga.
O pastor chamado é inconformado, o chamado pastor é alienado.
Infelizmente essa parece ser a realidade atual: temos muitos do tipo chamado pastor e poucos pastores chamados. Que Deus tenha piedade de nós!
Após algumas semanas já postado, soube que o texto acima é de autoria do Pastor Geraldo Magela (www.pastorgeraldomagela.com), Presidente da Igreja Maranata, Ministério Surubim no interior do Pernambuco. A ele a gratidão pela permissão dada para que eu postasse seu texto aqui.

sábado, 12 de setembro de 2009

O Santo e o Profano

Por Pastor Sérgio Pereira

“Para fazer a diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo” (Lv 10.10)

“Portanto, assim diz o Senhor: Se tu voltares, então, te trarei, e estarás diante da minha face; e, se apartares o precioso do vil, serás como a minha boca; tornem-se eles para ti, mas não voltes tu para eles” (Jr 15.19)

“A meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão discernir entre o imundo e o limpo” (Ez 44.23)


Vivemos numa época de sacralização do profano e de profanação do sagrado. Nunca antes esses elementos estiveram tão misturados como nos tempos pós modernos. Desde há tempos, tenho me preocupado com tudo o que temos colocado no sacro ambiente aqui entre nós. Tenho visto comportamentos dos mais variados no ambiente evangélico pentecostal, comportamentos exibicionistas, egocentristas, o chamado antropocentrismo. Não posso me esquecer do uso dos meios de comunicação como “palco” para expressar seus interesses pessoais, filosóficos ou ideológicos, “em nome de Deus”.
Observo a dificuldade do povo de Deus em discernir o santo e o profano. Quanta confusão se faz. Diante da falta de discernimento abrimos espaço para dois pensamentos totalmente distanciados da santidade bíblica; por um lado temos o pensamento legalista onde o caminho é tão estreito que se assemelham aos fariseus ao “coarem mosquitos e engolirem camelos” (Mt 23.24). A estes Jesus de forma peculiar os classificou como: Atadores de fardos nos ombros do outros (Mt 23.4), amantes dos primeiro assentos (Lc 11.13), estorvo da porta do reino dos céus (Mt 23.13), devoradores das casas das viúvas (Mt 23.14), dizimistas de hortelã (Mt 23.23), limpadores do exterior dos copos (Mt 23.25), sepulcros caiados (Mt 23.27), serpentes e raça de víboras (Mt 23.33). No entanto, o termo mais apropriado é aquele empregado pelo Mestre em Mt 23.24: “Condutores cegos! Que coais um mosquito e engolis um camelo”. Assim, aos legalistas restou a medonha denominação “coadores de mosquito e engolidores de camelos”. Por outro lado temos o pensamento perigoso do liberalismo, onde tudo, em nome de uma pseudo liberdade cristã, se é permitido. Paulo aconselha a estes assim: “Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne” (Gl 5.13).
Na verdade classificaria a atual geração evangélica corrompida pela profanação de elementos sagrados e pela sacralização de elementos profanos como “coadores de mosquito e engolidores de camelos”.
Assim, côa um mosquito o pai de família que proíbe o namoro de sua filha, porém, engole um camelo pelo fato de possuir uma amante fora do lar, levando uma vida de promiscuidade. Côa um mosquito o empresário que acusa desenfreadamente o ladrão de bicicletas, porém, engole um camelo com a sonegação fiscal da sua empresa. Côa um mosquito o político que diz trabalhar em prol da sociedade, porém, engole um camelo ao envolver-se nas teias da corrupção. Côa um mosquito o irmão da igreja que cobra o uso de determinado tipo de roupa como sinal de santidade, porém, engole um camelo ao desprezar os mais necessitados que mínguam ao seu lado. Côa um mosquito aquele que cobra o pagamento do dízimo, porém, engole um camelo por não refrear sua língua, que conduz dezenas de obscenidades e mentiras. Côa um mosquito o pastor que exige padrões morais de seus membros mais humildes, engole um camelo quando encobre o pecado de seus filhos. Côa um mosquito o cristão que diz ser contra o homossexualismo e o lesbianismo, engolindo um camelo toda vez que se assenta diante da TV para ver novelas que abordam e defendem o referido tema. Côa um mosquito o crente que diz falar a verdade, mas mente na Receita Federal, mente na compra a crediário, mente ao pegar atestado de saúde para sua empresa, etc. Côa um mosquito o líder cristão que aceita os dons espirituais, engolindo um camelo toda vez que permite que o misticismo pernicioso invada sua igreja: sal grosso, lâmpada ungida, rosa ungida, fogueira santa, corredor de milagres, etc. Côa um mosquito o cantor evangélico que diz adorar a Deus, engole um camelo quando cobra altos cachês para puro exibicionismo. Côa um mosquito aquele que diz pregar a palavra, engole um camelo ao fazer exigências avantajadas para a Igreja que o convidou. Côa um mosquito o líder que defende o ministério para alguém chamado por Deus, engole um camelo toda vez que coloca alguém no ministério apadrinhado por ele.
E por aí vai esse processo de coar e engolir. Cobram para não serem cobrados. Requerem para não serem requeridos. Acusam para não serem acusados. Nas mãos possuem um pequeno coador que investiga os erros dos outros. No estômago, milhares de camelos, frutos das suas faltas pessoais. O coador filtra os mínimos pecados alheios. A garganta, que é o coração, observa a passagem de uma manada dos seus pecados.
Alguns como artistas profissionais têm a capacidade de interpretar, fingir, enganar e até chorar se necessário. As máscaras demonstram pessoas ideais e perfeitas, cuja aparência é digna de prêmio de integridade. Porém, chega o momento em que o camelo “entala” nas gargantas. A máscara é removida, quando não estilhaçada. Vislumbra-se, então, o ser humano na sua essência: Arrogância, infidelidade, mentira.
Hoje o que temos visto é a igreja e também os crentes nos seus particulares trocar o melhor de Deus, as coisas mais importantes que são promessas na Palavra de Deus, por coisas que não tem nenhum valor. Estão trocando a Palavra de Deus (Bíblia) por livros de conhecimento humano de Deus, que não podem edificar a vida de ninguém e introduzem heresias nas igrejas e também na vida dos crentes. (Ec 12.11-13; II Pe 1.16-21; Sl 119.105). Estão buscando sabedoria deste mundo, enquanto deveriam buscar sabedoria do Alto. (Tg 3.17; I Rs 3.1-14; Pv 1.7). Estão trocando a comunhão com o Espírito Santo, os ensinamentos vindos pelo Espírito Santo por sabedoria humana, coisas aprendidas em faculdades que nada pode acrescentar para a salvação do homem (Gl 1.6-12; I Co 2.1-5; Jo 14.15-26; I Co 2.13; Is 29.13). Estão trocando as coisas do alto por coisas terrenas, ou seja, estão trocando a fé no invisível pelo que é visível. (Cl 3.1, 2; Mt 6.25-33; II Co 4.16-18). Ensinamento que estimula a busca pelas coisas materiais, o culto regado de festas com muitas musicas mundana, que serve mais para balançar o esqueleto do que para adorar, estão contribuindo e muito para que o crente pense que desta forma ele vai para o céu. Isto tudo está afastando o crente cada vez mais da presença de Deus, e como conseqüência não sentimos a presença de Deus nas igrejas, sentimos sim muitas emoções, gritos e histerias, mas a presença de Deus que é bom não se sente. (Gl 3.1-3; Ef 2.1-3; Gl 5.16-21). Hoje o mundo está dentro da igreja, na verdade a igreja não foi construída para ficar de porta aberta para o mundo entrar nela, mas sim porta aberta para ela sair e invadir o mundo. O mundo está dentro das igrejas através de suas musicas, suas doutrinas, seus lazeres, diante deste quadro não vemos diferença entre a igreja e o mundo.
Por vivermos no tempo da graça, acreditamos que tudo o que fizermos é válido, mas não é bem assim, Deus colocou regras para a igreja e para o seu povo. Existem regras para as nossas igrejas, para as nossas vidas. À medida que nossos cultos são violados, as nossas vidas são violadas, estamos trocando o Santo pelo Profano. Quando trocamos a fé em Jesus Cristo pelas rosas, sal, mantos, coisas que vemos nós estamos trocando o Santo pelo Profano. (At 16.31). Quando introduzimos para dentro de nós coisas que desagradam a Deus, quando achamos que são coisas pequenas e que não tem importância, estamos trocando o Santo pelo Profano. (Zc 3.1-3; Ap 16.15; I Co 6.19,20).
Mas, afinal o que é "santo"? Comecemos pela origem do significado. O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do profano. O termo para santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O termo oposto a santo é "impuro" ou "profano" (Lv 10.10).
Quando não separo o santo do profano, corro o risco de me suceder o mesmo que se deu para Belsazar (Dn 5). Belsazar tomou os vasos consagrados do templo para fazer uso em sua festa carnal e pagã, e Deus, contou o seu reino e o acabou, o pesou na balança encontrando-o em falta e dividiu o seu reino. A igreja de Laodicéia estava em situação semelhante: suas obras eram por aparência, não tinham autenticidade; sua religiosidade era hipócrita: nem quente, nem frio; professava o cristianismo mas era espiritualmente desgraçada e miserável (Ap 3.14-22).
Finalizo dizendo que por não fazermos a distinção entre o que é santo e o que é profano, perdemos a oportunidade de sermos boca de Deus (Jr 15.19). Ser boca de Deus é pensar e falar conforme a vontade divina. Ser boca de Deus é traduzido por Paulo como alguém que tem a mente de Cristo (I Co 2.16; Fp 2.5). Precisamos de pessoas como desejo de ser boca de Deus. Que orem e Deus responda. Que profetizem e suas mensagens sejam cumpridas. Que preguem condenando o pecado e resgatando o pecador. Que ensinem com ousadia contra os modismos e alcancem resultados extraordinários.
Irmãos, separemos o santo do profano!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Amar Expressa a Essência de Deus

Por Pastor Sérgio Pereira

Uma das maiores lições que podemos tirar das páginas do Novo Testamento para os nossos dias está em I João 4.8: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (ARA).
O amor aqui não possui um alvo específico: este alvo é indefinido, pois deve ser direcionado a todos indistintamente. Analisamos que os gnósticos acreditavam em dois grupos: os iluminados e os não iluminados. Desprezavam os últimos, pois estes não possuíam um tipo de conhecimento. Levavam ao extremo a elitização dentro da religião. O mesmo sentimento que acometia os fariseus, a ponto de considerar maldito o povo que não conhecida a lei, sendo eles próprios responsáveis por tal ignorância! (Jo 7.49). Mesmo um doutor da lei, em flagrante atitude de acepção de pessoas, necessitava perguntar: quem é o meu próximo? (Lc 10.29)
Isto é importante frisar: os gnósticos contemplavam o conhecimento como um meio de salvação, e aqueles que não possuíam tal conhecimento eram desprezados. Nós, que pela graça de Deus adquirimos um pouco mais de conhecimento teológico, não podemos desprezar os irmãos mais humildes. Isto é um perigo dentro de nossas igrejas. Com relação aos não crentes, a situação pode ser pior ainda! Não podemos usar de tal conhecimento como uma arma, para ganhar status e para pisar os mais fracos. Antes, devemos nos colocar como instrumentos nas mãos de Deus para levar a estes conhecimento. E, mais do que conhecimento, o amor.
A essência do cristianismo está em amar o próximo, em oferecer a outra face, a dar a capa, a andar a segunda milha, amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem, fazer o bem a quem nos odeia e orar pelos que nos maltratam (Mt 5.39-41,44). Quão difíceis são estas palavras de Jesus! E quão distantes estamos de cumpri-las. Nossa praticidade cristã distancia-se do viver em comunidade como ensina esses textos bíblicos, vivenciando apenas teoricamente um cristianismo de fachada, de aparência, com uma casca de piedade mas sem nenhuma essência. Apenas um verniz que tampa a mediocridade de nossa fé. Julgamos as pessoas sem dar a elas o direito de serem o que são. Expomos as falhas do nosso irmão sem nos importamos com a particularidade e a individualidade de cada um. Falhamos com o que prometemos uns aos outros. Arrumamos muitas desculpas para nos afastar de uma prática de vida em comunidade.
Na verdade, admiramos a Igreja Primitiva, mas apenas de fachada. Seu viver não nos impulsiona e tampouco nos direciona para a mesma praticidade. Odiamos repartir. Detestamos compartilhar. Não suportamos a ideia do ter tudo em comum. Talvez a maior dificuldade é expressar que aquilo que é meu é de toda a comunidade (At 4.32).
Por isso, já não vimos conversões em massa. Distanciamo-nos dos princípios que levarão pessoas a Cristo através do nosso exemplo e testemunho. Alem do mais, milagres e maravilhas parecem exaurir-se de nosso meio e ainda perguntamos o porquê? É simples: não amamos.
Por não amarmos nosso cristianismo se torna mentiroso. Nossa fé se torna vazia e egocêntrica. Nossas orações vaidosas e soberbas. Nossa moral sem ética. Nossos princípios sem tornam obsoletos e sem valores. Por não amarmos aderimos facilmente a teologia da prosperidade que coloca em evidencia o eu, quando no principio de vida cristã é o meu irmão que deve ser evidenciado (Rm 12.10; Fp 2.4).
Sem o amor, o Cristianismo seria uma religião como qualquer outra. Mas Jesus enfatizou: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). Se não formos capazes de amar a todos que nos cercam, teremos perdido todo o tempo do mundo na busca do conhecimento teológico. Teremos falhado mesmo no objetivo de descobrir Deus, conforme a versão da Tradução Ecumênica para 1 Jo 4.8: “quem não ama não descobriu a Deus, porque Deus é amor”.
A mais fantástica revelação sobre a natureza de Deus completa este versículo supracitado: “Deus é amor”. O amor deixa de ser uma opção em nossas vidas, para ser uma obrigação nossa. O amor não pode ficar intelectualizado, restrito às discussões acadêmicas: antes deve ser exercitado. Se devemos ser santos porque Deus é santo (Lv 19.2), também devemos amar porque Ele ama (Jo 13.34). A Igreja do Senhor Jesus necessita muito por em prática essa preciosa lição. Não adianta clamar por uma Igreja cheia do Espírito Santo se não houve lugar para o amor. Além de ansiar pelo batismo com o Espírito Santo, devemos produzir o fruto do Espírito, conforme Gl 5.22. E neste versículo, não coincidentemente, ao alistar os noves aspectos deste fruto, o amor aparece em primeiro lugar.
Irmãos: amemos!