sábado, 14 de fevereiro de 2009

Voltemos Aos Antigos Marcos!

Por Pastor Sérgio Pereira

Sou pastor assembleiano e preocupa-me sobremaneira os rumos em que caminham a nossa amada denominação. Refiro-me aos fatos que envolvem a eleição para o cargo máximo de nossa denominação em Abril na cidade de Vitória (ES) e ao espírito de disputa desleal que campeia já de norte a sul do Brasil. Hoje, infelizmente em muitas rodas de pastores, se ouvem de maquinações, articulações malignas que visam a todo o custo denegrir os oponentes. Não é de admirar que o fogo do Céu já não desça em nossos púlpitos e nem a unção se derrame pelos nossos sermões, porque decidimos a ser politiqueiros e não ministros de Deus.
Fico assustado com o que tenho visto, lido e ouvido, na internet, na televisão, nas conversas com pastores amigos, no que diz respeito a forma anti-cristã como vem se comportando determinados pastores pretendentes aos cargos da nossa CGADB. Fico temeroso em saber que se perde a compostura de ministro do evangelho e torna-se manipulador eleitoreiro alicerçado com publicitários profissionais que preferem a posição ao invés da fidelidade, do compromisso, da seriedade e acima de tudo de princípios éticos e morais.
Sinto saudades dos tempos em que íamos as nossas convenções e saímos delas dizendo “pareceu bem ao Espírito Santo e a nós” (At 15.28) porque não tínhamos métodos eleitoreiros e meios inescrupulosos para atingir os hediondos objetivos que estão marcando a presente geração de líderes assembleianos. Surpreende-me o afastamento das ações sinceras que existiram em nossos pioneiros Gunnar Vingren e Daniel Berg e na grande plêiade de pastores; que ministravam aos santos desprovidos de qualquer soberba e politiquices.
O desejo pelo poder de maneira exacerbada de alguns líderes chega a ser no mínimo ridícula, pois sem falta de ética alguma estão a se digladiar como se fossem gladiadores em plena arena dos tempos romanos. Estamos brindados nos tempos modernos com líderes de capacidade intelectual considerável, mas como lhes falta a unção, a seriedade, a ética e a moral dos tempos antigos. Nossos líderes do passado não tinham as cátedras invertebradas da teologia moderna, mas possuíam uma devoção inigualável, um amor sem precedentes, um fervor contagiante, uma santidade que distanciava-se do mundo e aproximava-se de Deus sem nenhuma espécie de farisaísmo dos tempos modernos como o que temos visto.
Precisamos voltar aos marcos antigos. Precisamos nos lembrar das palavras do sábio Salomão em Provérbios 22.28 que diz: “Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”. Remover do hebraico nacag, denota a idéia de afastar, deslocar. Temo que seja exatamente esta a postura que estamos vivenciando nesses dias: um deslocamento dos princípios sérios e honestos que sempre conduziram a nossa denominação ao longo dos seus quase cem anos de história.
Urge voltarmos a simplicidade de nossa devoção, a seriedade de nossos atos, a fidelidade de nosso compromisso, a dependência única e exclusiva do Espírito Santo, sem nos preocuparmos com quem estará comandando a nossa denominação, pois se o Espírito Santo é quem escolhe como cremos, como poderá Ele errar?
Hoje em um tempo em que a aparência vale mais que o conteúdo, a embalagem vale mais que a essência, a emoção vale mais que a devoção sincera, o farisaísmo vale mais que a santidade, o discurso vale mais que a prática, o ter vale mais que o ser; precisamos que os ministros de Deus sejam fiéis (I Co 4.2).
Que nossas mãos se levantem sem ira e sem contenda. Que nossos corações quebrantados reconheçam que o dono da Igreja é Jesus, que a comprou com seu próprio Sangue, e que como pastores, somos apenas mordomos, cuja mordomia, muito em breve a Ele prestaremos conta.
Voltemos aos marcos antigos! Voltemos à simplicidade de nossas pregações. Voltemos a sinceridade de nossas devoções. Deixemos de lado a extravagância de uma adoração superficial e voltemos a adorar em espírito e em verdade (Jo 4.24). Voltemos a nos amar como irmãos em Cristo e companheiros de batalha na nobre causa do evangelho de Jesus Cristo. Voltemos à prática da oração e do jejum como meios de sobrevivência espiritual e ministerial. Voltemos a depender única e exclusivamente do Espírito Santo que sempre norteou os destinos de nossa querida Assembléia de Deus e que jamais precisou utilizar-se dos estranhos métodos politiqueiros que te se tornado tão corriqueiro em nosso meio. Voltemos a amar a Deus acima de todas as coisas e a nele confiarmos.
Que o Senhor nos cubra da sua misericórdia! Sempre alicerçado no amor eterno d´Ele, vosso conservo,
Pastor Sérgio Pereira

Um comentário:

Pr Levi Silveira disse...

Grande Sergio...
ta quebrando tudo com este artigo...
precisamos conversar sobre o edelsom....
liga pra mim...
ate mais...