segunda-feira, 29 de março de 2010

A Era da Apostasia


A Era da Apostasia

Por Pastor Sérgio Pereira

“Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição” – II Tessalonicenses 2.3

Não obstante o texto citado aplicar-se ao anticristo e sua manifestação após o arrebatamento da Igreja, o leitor haverá de concordar que vivemos em uma época de constante apostasia. A propósito, o termo “apostasia” em grego antigo απόστασις [apóstasis], "estar longe de", e significa ainda afastamento, separação, deserção. Este termo em grego deriva do verbo afístemi, que significa literalmente "apartar-se de".(II Ts 2.3) O substantivo tem o sentido de "deserção, abandono ou rebeldia". (At 21.21) No grego clássico, o substantivo era usado para referir-se à defecção política, e o verbo é evidentemente empregado neste sentido em Atos 5.37 a respeito de Judas, o galileu, que "arrastou" (apéstese, forma de afítemi) seguidores. A Septuaginta grega usa o termo em Gênesis 14.4, com referência a uma rebelião assim. No entanto, nas Escrituras Gregas Cristãs, é usado primariamente com respeito à defecção religiosa; um afastamento ou abandono da verdadeira causa, adoração e serviço de Deus, e, portanto, o abandono daquilo que a pessoa antes professava e uma deserção total de princípios ou da fé. Os líderes religiosos de Jerusalém acusaram Paulo de tal apostasia contra a Lei mosaica.
Apostasia não se refere a um mero desvio ou um afastamento em relação à sua fé e à prática religiosa. Tem o sentido de um afastamento definitivo e deliberado de alguma coisa, uma renúncia de sua anterior fé ou doutrinação. Pode manifestar-se abertamente ou de modo oculto.
Os dias modernos ou pós modernos tem sido avassalado por um afastamento das verdades escriturísticas da Palavra de Deus e a troca das mesmas por inverdades que destroem e denigrem o caráter cristão conforme é esboçado na Bíblia Sagrada.
Nessa presente era de apostasia algumas características acabam sendo evidenciadas conforme veremos a seguir:

1. O FALSO PELO VERDADEIRO – Rm 1.25
Observamos uma constante troca e substituição da verdade de Deus pela mentira, e como um abismo que chama outro abismo, os homens adoram mais a criatura do que o Criador. Cheios de boa intenção acabam usando o nome de Deus, mas com origem satânica, num sincretismo religioso sem precedentes. O mal se infiltra na Igreja e é tolerado, passando a ser observado como normal. O trigo misturando com o joio e sendo influenciado por este em sua prática, conduta e fé.

2. INFLUÊNCIA DE DOUTRINAS DE DEMÔNIOS – I Tm 4.1
Doutrinas promotoras do mal, de confusão, de destruição. Que para serem promovidas estão inseridas nas seitas, nas ciências, nas filosofias e até mesmos nos sistemas religiosos modernos. A influência é tão avassaladora que aqueles que dão ouvidos a essas doutrinas, acabam prestando culto a demônios.

3. ADORAÇÃO DO PRÓPRIO HOMEM – II Tm 3.2
Outra característica desta era de apostasia que a adoração do homem pelo próprio homem. O altar da egolatria está erguido em todo lugar, pois o endeusamento do homem tem se tornado uma obsessão pesadamente promovida e apoiada. Hoje os títulos são procurados e cobiçados em todas as esferas. A supervalorização da posição em detrimento do caráter é visível na liderança evangélica em todos os níveis. O homem planeja, arquiteta, matuta, faz politicagem, simplesmente no objetivo de ser adorado, venerado. Por essa razão, algumas mensagens pregadas em nosso meio são apenas massagens no ego de qualquer ser humano, pois o mensageiro visa agradar a plateia no objetivo funesto de ser venerado pela mesma. Os pregadores da modernidade não estão preocupados em produzirem discípulos de Cristo, eles querem fã clube, admiradores. Todos tem se preocupado em ser o maior, o melhor, o mas especialista nisso ou naquilo.

4. ASCENSÃO E DOMINIO DO MATERIALISMO – Rm 1.23
Nesta era de apostasia vemos o avanço da ciência e da tecnologia que na busca por novidades que impactem o mercado, avoluma-se sem precedentes ou qualquer respeito pelo ser humano. Vivemos em meio a uma sociedade que compra o que não precisa, com o dinheiro que não possuem para impressionar pessoas que não conhecem. Muitos são impelidos pela propaganda difundida na mídia eletrônica (radio, TV e internet), a comprarem aquilo que realmente não necessitam. Os profissionais do marketing aproveitam-se das datas comemorativas para incitar as pessoas ao consumo. O problema é que as pessoas acabam valorizando as coisas materiais mais dos que as espirituais (Pv 30.15; Mt 6.19-21).

5. MERCADEJANDO A PALAVRA DE DEUS – II Co 2.17
O materialismo na igreja vê-se na forma de mercantilismo religioso, onde muito exercem entre o povo de Deus um ministério que não existe. Há cantores evangélicos e pregadores itinerantes cuja vida particular desmente os padrões éticos e morais de santidade imposta pela Bíblia Sagrada. São artistas, exploradores do povo e das igrejas, que só vêem o promissor mercado evangélico a sua frente.
Esses mercadejadores da Palavra de Deus são comparados por Paulo com os comerciantes desonestos, os quais mediante truques e técnicas de venda tomam dinheiro de seus fregueses. São laboratórios que fazem pílulas de farinha de trigo; são fazendeiros que misturam água no leite; são comerciantes que possuem balança falsa; são vendedores de rua que vendem fruta numa lata de 900 ml amassada, como se fosse de um litro (Lv 19.35-36; Pv 11.1)
Paulo não costumava expor os melhores morangos na camada de cima a fim de esconder os piores nas camadas inferiores. Não exagerava o valor de sua mensagem, e nem degradava qualquer de suas verdades. Por semelhante modo, não usava o ministério como pretexto para ganhar dinheiro, nem para buscar prestigio, reputação e fama pessoal. Mas, unicamente para falar toda a verdade (At 20.27). a globalização do comércio pervertido e corrupto do mundo, influenciou as instituições religiosas com suas negociatas e seus novos métodos de fazer “crescer” a Igreja. O crescimento evangélico que estamos vendo é um crescimento ilusório, pois é material, comercial e numérico. Esse tipo de crescimento não produz frutos para Deus.


Por fim, nesta era de apostasia Deus deseja que se povo se afaste da impureza, que em hipótese alguma aceite fazer parte dessa mistura oportunista, exibicionista e egocêntrica que há dentro das Igrejas. É preciso romper com o sistema, sair do meio dessa igreja apóstata e infiel.
"Saí do meio dela, ó povo meu, e livrai cada um a sua alma do ardor da ira do SENHOR." (Jr 51.45)
"E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas." (Ap 18. 4)
Em tempos de apostasia, a nossa fé, a nossa esperança e a nossa perseverança devem estar fundamentadas unicamente em Cristo!

5 comentários:

Marcello de Oliveira disse...

Shalom!

Amado Pr Sérgio, este texto é um reflexo da sociedade caída e de uma igreja com a síndrome de laodicéia. Os valores estão invertidos. É o culto antropocÊntrico, e não Teocêntrico. Há muitas "massagens" e pouquissimas mensagens. Há morte na panela!

Que este texto alcançe muitas vidas. Prossiga amado. Longa é a estrada. Palmilhe-a com destreza. Nossa voz não pode ser calada. Nossa tribuna não tem limites. Avante, pois.

Um abraço, Pr Marcello

http://davarelohim.blogspot.com/

P.s>>> E o livro, quando sairá?

Pastor Sérgio Pereira disse...

Pr Marcelo de Oliveira, graça e paz!

Como sempre sua visita embeleza e enobrece esse singelo blog.
Infelizmente coisas como as ditas no texto e em seu comentário acontecem em nosso meio. Por outro lado, felizmente o Senhor tem nos dado espírito de coragem para denunciar tais modismos e com os pequenos gravetos que ajuntamos quem sabe consigamos acender uma grande fogueira.

Quanto ao livro, bem esse está no óleo. rsrsrs

Um forte abraço!

Pr Sérgio Pereira

Rodrigo de Aquino disse...

Caro Sérgio,

Penso que textos como o seu, nunca sairão de moda, pois as práticas denunciadas aqui sempre aconteceram na história da igreja cristã, em todos os seus períodos!
Que Deus nos ajude a sermos diferentes, pois a igreja enquanto instituição tende a piorar, por isso, vamos ajuntar os gravetos...

Pastor Sérgio Pereira disse...

Caro Rodrigo, graça e paz!
Que bom receber sua visita e seu comentário por aqui.
Que possamos ser diferentes em meio a um sistema religioso arcaico que se apresenta sob a égide de espiritualidade hipócrita e vazia em nossos dias.
Que o Eterno nos guarde!
Um forte abraço!
Pr. Sérgio Pereira

Anônimo disse...

Gostaria de lembrar pr Sérgio, que vc está equivocado com relação a interpretação do texto corrente e fala uma grande bobagem repetida por todos os que são como Maria vai com as outras dizendo que antes da apostasia e grande tribulação acontecerá o arrebatamento. Pois, este texto é o texto aureo para afirmar que a igreja é o principal alvo do ANTE CRISTO e é poriço que haverá a grande tribulação justamente para Deus peneirar a igreja como é afirmado em ap 13:17 sobre os que serão marcados e os que não serão quem realmente tem fé e santidade mesmo que não possa comprar ou vender não apostatará.Assim sendo o apóstolo Paulo diz claramente que a vinda de Cristo para o arrebatamento não se dará antes que haja a apostasia e seja manifesto a besta o ante Cristo, II Tes 2:7 que diz " isto não se dará sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade o filho da perdição" ISTO, QUER DIZER PARUSIA VINDA DE CRISTO.